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Publicado em dezembro 4, 2014
Brasileiro consome
5,2 litros de agrotóxico por ano,
alertam ambientalistas
O Brasil é campeão mundial no uso de
agrotóxicos, cabendo a cada brasileiro o consumo médio de 5,2 litros de veneno
agrícola por ano. O dado foi divulgado hoje (3) por ambientalistas, quando é
celebrado o Dia Internacional da Luta contra os Agrotóxicos.
A data lembra a tragédia ocorrida há 30
anos, na cidade de Bhopal, na Índia, quando uma fábrica da Union Carbide, atual
Dow Chemical, explodiu, liberando toneladas de veneno no ar, matando nas
primeiras horas 2 mil pessoas e vitimando de forma fatal outras milhares nos
dias seguintes.
A data foi lembrada em diversas cidades
brasileiras. No Rio de Janeiro foi organizado um protesto, na Cinelândia, em
frente à Câmara de Vereadores. O integrante da coordenação nacional da Campanha
Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida Alan Tygel criticou o modelo
agrícola brasileiro, dirigido à exportação e altamente dependente de
agrotóxicos.
“Nós, aqui no Brasil, estamos desde 2008
na liderança como os maiores consumidores de agrotóxicos no mundo. Isso por
conta do modelo adotado pelo país, do agronegócio. O Brasil se coloca no
cenário mundial como exportador de matérias primas básicas, sem nenhum valor
agregado, como é o caso da soja, do milho e da cana. São produtos que ocupam a
maior parte da área agricultável brasileira, à medida em que a superfície para
alimentos básicos vem diminuindo”, destacou o ativista.
Segundo ele, o país é campeão no uso de
agrotóxicos, com consumo per capita de 5,2 litros por habitante ao ano. “Mas
isso não é dividido de forma igual. Se pegarmos municípios do Mato Grosso, por
exemplo, como Lucas do Rio Verde, lá se consome 120 litros de agrotóxicos por
habitante”, alertou Tygel.
Os ambientalistas querem o fim da
pulverização aérea – medida já praticamente banida em toda Europa -, o fim da
comercialização de princípios ativos proibidos em outros países e o fim da
isenção fiscal para os agrotóxicos.
“Uma das nossas bandeiras é o fim da
pulverização aérea, pois uma pequena parte do agrotóxico cai na planta, e a
grande parte cai no solo, na água e nas comunidades que moram no entorno. Temos
populações indígenas pulverizadas por agrotóxicos, que desenvolveram uma série
de doenças, desde coceiras e tonteiras até câncer e depressão, levando ao
suicídio e à má formação fetal”, enfatizou Tygel.
Além disso, ressaltou que o meio ambiente
é fortemente impactado, com extinção em massa de diversas espécies de insetos,
como abelhas, repercutindo na baixa polinização das plantas e na produção de
mel. Também as águas são contaminadas com moléculas absorvidas pelos animais e
pelo ser humano, levando a uma série de doenças, que muitas vezes são passadas
das mães para os filhos. Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas na
página
Por Vladimir Platonow, da Agência
Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 04/12/2014