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22 DE JANEIRO DE 2015
MINAS QUER ECONOMIA
DE 30% NO
CONSUMO DE ÁGUA
Depois de São Paulo, é a vez de Minas Gerais encarar de frente a crise
de abastecimento de água; nesta quinta-feira, a executiva Sinara Meirelles,
nova presidente da Copasa, empresa de abastecimento mineira, fez um apelo: um
corte de 30% no consumo de residências e empresas; “Precisamos ter um
pacto para viver este período. Se todo mundo continuar gastando o que estamos
gastando, em quatro meses já não teremos mais nada”, afirmou; um dos
reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Serra
Azul, opera hoje com apenas 5,73% da sua capacidade; novo governo, de Fernando
Pimentel, acusa a gestão anterior de negligenciar o problema e estuda implantar
medidas como rodízio e multa para o consumo excessivo
Minas 247 - Depois de São Paulo, é a vez de Minas Gerais
enfrentar os efeitos da crise hídrica que assola o Sudeste.
Nesta
quinta-feira, a recém-empossada presidente da Copasa, Sinara Meireles,
convocou em coletiva de imprensa a população, as empresas e o próprio governo
de Minas Gerais a reduzirem em 30% o consumo de água. “Precisamos ter um pacto
para viver este período. Se todo mundo continuar gastando o que estamos
gastando, em quatro meses já não teremos mais nada”, alertou.
Ao
contrário do que vinha acontecendo nas administrações anteriores, a Companhia
de Saneamento de Minas Gerais decidiu revelar a situação crítica dos
mananciais.
Considerado
a caixa d'água do Brasil, por possuir 8,3% de rios e lagos naturais e
artificiais e 17 bacias hidrográficas federais, o estado convive com a dura
possibilidade de escassez de água.
Em
2014, último ano da gestão de Antonio Anastasia, do PSDB, a cada 10 litros de
água potável entregue à população da Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH), quatro se perderam no caminho entre os reservatórios da companhia e os
hidrômetros de residências e empresas.
Em
função de vazamentos dos canos e de ligações clandestinas, 40% da água tratada
foi desperdiçada diariamente. Entre 2011 e 2014, o percentual de perdas subiu
de 26,9% para 39,9%, segundo a Copasa. O índice, que é acima da média nacional
de 37,57% e da região sudeste de 35,19%, lança dúvidas sobre o chamado choque
de gestão tucano.
Atualmente,
o Sistema Paraopeba, que abastece juntamente com a bacia do Rio das Velhas a
RMBH, está operando com apenas 30,25% de sua capacidade.
Em
janeiro de 2013, o volume era de 84%. Composto pelos reservatórios Rio Manso,
Serra Azul e Vargem das Flores, o Paraopeba agoniza.
O
caso mais grave é o do reservatório Serra Azul, localizado em Juatuba, que está
com apenas 5,73% de sua capacidade, praticamente operando em seu volume morto.
Vargem
das Flores, em Contagem, e Rio Manso, em Brumadinho, estão apenas com 28,31% e
45,06%, respectivamente, de suas totalidades.
Rodízio e multa
Segundo
a presidente da Copasa, há dois anos, o nível dos reservatórios na Região
Metropolitana vem caindo. E mesmo com a estiagem prolongada, o governo anterior
optou por sacrificar os reservatórios e manter a distribuição de água para a
população em níveis estáveis nos últimos anos.
"Os
fartos dados monitorados pela Copasa ao longo dos últimos dois anos mostram os
riscos envolvidos na garantia do abastecimento de água para a população,
situação oposta às informações divulgadas pelo governo anterior, que davam
conta que não haveria risco de desabastecimento na Grande BH”, afirma.
De
acordo com especialistas, a companhia deveria ter alertado, em 2014, os
mineiros sobre a situação crítica do sistema de abastecimento de água dos mais
de 600 municípios atendidos por ela.
Mas
o anúncio foi adiado em função do calendário eleitoral, uma vez que Minas
Gerais era a principal vitrine do senador Aécio Neves.
Por
causa deste atraso, a presidente Sinara Meireles revelou a possibilidade de
implantação de rodízio e multa. Mas também disse que essas medidas serão
executadas em último caso.
"A
população de Minas será sensível e aberta com o que estamos colocando. Não
estamos preocupados em multar, queremos economizar 30%", finalizou.