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24 DE JANEIRO DE 2015
PML: OU DILMA VAI PRA
CIMA,
OU SERÁ DERROTADA
"O clima de enterro empregado pelos meios
de comunicação para divulgar os números do emprego de 2014 é vergonhoso",
diz o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "É
correto lembrar que a criação de 391 000 empregos foi o menor desempenho desde
a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto", diz ele; no entanto,
ele destaca que o número é positivo, numa situação bem diferente do que ocorreu
na era FHC; eis alguns dados: 1996 (271.339 empregos a menos), 1997 (36.000
empregos a menos), 1998 (582.000 empregos a menos) e 1999 (196.000 empregos a
menos); "neste universo desigual, ou o governo começa a falar, ou será
calado para sempre. Irá perder os debates que se avizinham sobre os rumos da
economia e sobre empregos, sobre energia, sobre a Petrobras e o que você pensar"
O EMPREGO E
AS FÁBULAS DA MÍDIA
Mesmo em ritmo mais lento,
país continuou gerando empregos em
2014.
Com FHC desemprego cresceu por cinco anos consecutivos
mas jornais e TVs querem que você não
se lembre disso.
O clima de enterro empregado pelos meios de
comunicação para divulgar os números do emprego formal de 2014 é vergonhoso.
É correto
lembrar que a criação de 391 000 empregos foi o menor desempenho desde a
chegada de Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto. Num país com 200 milhões de
habitantes, com as carências que conhecemos, sempre haverá gente em busca de
emprego — e de empregos melhores.
Mas é absurdo
deixar de ponderar que entre 2003 e 2014, período dos governos Lula e Dilma
Rousseff, o país criou 16 milhões de novos empregos formais. O país vive o
menor desemprego de sua história. Em nenhum momento, nesses 12 anos, o mercado
de trabalho encolheu.
Nunca. (*)
Entre 1995 e
1999, durante o governo do PSDB, o país perdia milhares empregos anos após ano.
O mercado de trabalho decresceu por cinco anos consecutivos — uma tragédia
pentacampeã.
Foram 129.339
empregos a menos em 1995, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu
a herança econômica do ministro da Fazenda FHC. Nos quatro anos seguintes, o
país seguiu perdendo empregos no seguinte ritmo:
– 1996:
271.339 empregos a menos
– 1997: 36.000
empregos a menos
– 1998:
582.000 empregos a menos
— 1999:
196.000 empregos a menos (**)
O dado real a
ser lembrado é este: o país perdeu empregos em cinco dos oito anos de governo
FHC — mais da metade da gestão, portanto.
No total, as perdas em cinco anos
chegaram a 1 milhão e 85 mil empregos.
Em 1994, o ano
de lançamento do Plano Real, foram criados 301. 928 empregos — 30% a menos do
que as vagas abertas em 2014, total apresentado em tom fúnebre na semana
passada.
Alguém protestou?
Nos três
últimos anos de governo FHC, foram criados 2 milhões e 10 000 empregos.
Se você abater
as vagas fechadas, o saldo tucano é de pouco mais de 900 mil empregos. Nos oito
anos de Lula, o saldo foi de 10,8 milhões. No primeiro mandato de Dilma, 5,2
milhões.
Se o número de
2014 não precisa motivar uma festa deve ser visto de forma ponderada. Num país
que vive a mais baixa taxa de desemprego de sua história, a geração de novas
vagas torna-se mais complicada do que antes.
O país nunca
deixou de criar empregos após a posse de Lula e seguiu na mesma situação com
Dilma.
Os dados sobre
emprego sempre são delicados, pois envolvem o eleitorado tradicional do Partido
dos Trabalhadores, que permitiu a Dilma resistir a uma campanha brutal no ano
passado.
Estes números não só ajudam a refletir sobre as prioridades de cada
governo e o empenho para garantir benefícios a maioria da população mas também
confirmam a mistificação diária que se costuma oferecer a população.
Apoiar ou
combater um governo faz parte dos direitos democráticos de qualquer veículo e
de cada cidadão.
O lamentável é
constatar, mais uma vez, que isso costuma ser feito sem respeito pela isenção
nem pelos fatos.
A experiência
de viver num país de pensamento único garante toda atualidade ao debate sobre a
democratização dos meios de comunicação, que Dilma Rousseff comprometeu-se,
muito corretamente, a encaminhar durante o segundo mandato.
A necessidade
de encaminhar essa discussão, que envolve um debate demorado, que deve chegar a
toda sociedade e ao Congresso, é inegável.
Mais urgente,
contudo, é a necessidade do governo fazer a disputa política na conjuntura, oferecendo
respostas a cada inverdade e toda distorção.
Temos um
governo silenciado compulsóriamente pela mídia alinhada a seus adversários. A
circulação de informações está submetida a uma ditadura exótica.Não é feita a
partir de um Estado forte, como se aprende nos manuais de história, mas por
empresas privadas de comunicação que reinam com poderes absolutos, como
demonstra o insubstituível Manchetômetro.
Neste universo
desigual, ou o governo começa a falar, ou será calado para sempre. Irá perder
os debates que se avizinham sobre os rumos da economia e sobre empregos, sobre
energia, sobre a Petrobras e o que você pensar.
Mesmo a democratização dos
meios de comunicação, que não quer diminuir a liberdade de ninguém, mas apenas
ampliar a voz daqueles que não possuem, já foi atingida. É apresentada como
bolivarianismo.
Já deu para
entender a urgência de fazer a disputa política, concorda?
(*) Vinte anos
de Economia Brasileira, Gerson Gomes e Carlos Antonio Silva da Cruz. Fonte?
MTE/Caged
(**) Idem