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29
DE JANEIRO DE 2015
LAVA JATO:
MP MANDA CASO ANASTASIA
PARA O STF
Ministério Público Federal deu parecer
contrário ao pedido da defesa do senador eleito Antônio Anastasia (PSDB-MG),
que quer acesso ao depoimento em que ele é citado pelo policial federal Jayme
Alves de Oliveira Filho, preso na Lava Jato, e afirmou que cabe ao Supremo
Tribunal Federal fazer a análise das declarações; a questão será decidida pelo
juiz Sérgio Moro; de acordo com o MPF, o depoimento faz "menção a
pessoas com prerrogativa de foro"; o policial, conhecido como Careca,
afirmou à polícia ter sido enviado a Belo Horizonte por Alberto Youssef para
entregar R$ 1 milhão que seria do então
governador Anastasia
André Richter
Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) enviou nesta quinta-feira 29
à Justiça Federal parecer contra pedido da defesa do senador eleito Antônio
Anastasia (PSDB-MG), que quer acesso ao depoimento em que ele é citado pelo
policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, preso na Operação Lava Jato. No
entendimento do órgão, cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) fazer a análise
das declarações.
A questão será decidida
pelo juiz Sérgio Moro.
De acordo com a petição do MPF, as declarações do policial fazem
"menção a pessoas com prerrogativa de foro em decorrência da função que
exercem, sendo necessário prévio exame do caso pelo Supremo".
No documento, os
procuradores também informaram que pediram para a Polícia Federal investigar o
vazamento do depoimento do agente.
De acordo com reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo
no dia 8 de janeiro, o policial Jayme Alves, conhecido como Careca, afirmou, em
depoimento à Polícia Federal, que foi enviado a Belo Horizonte para entregar R$
1 milhão a pedido de Youssef.
Segundo o agente, o dinheiro foi entregue em 2010, em uma casa
da capital mineira, a uma pessoa que não se identificou. Conforme o policial, o
doleiro disse que o dinheiro era para o então governador Antônio Anastasia.
Em nota divulgada após a publicação da reportagem, Anastasia
disse que nunca se encontrou com o policial e que não conhece Alberto Youssef.
"Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão.
Nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma, não conheço, nunca estive ou
falei com o doleiro Alberto Youssef.
Em 2010, já como
governador de Minas Gerais, não tinha qualquer relação com a Petrobras, que não
tinha obras no estado, ademais do fato de eu ser governador de oposição ao
governo federal", declarou.
Por determinação do juiz Sérgio Moro, Jayme Alves foi afastado
das funções de policial federal em novembro passado.
De acordo com as
investigações, Jayme prestava serviços ao doleiro na entrega de remessas de
dinheiro.
Ele é réu em uma das
ações penais da operação e não fez acordo de delação premiada.