quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

MINAS GERAIS E SÃO PAULO, ADMINISTRADOS PELOS TUCANOS E DEMOS PARCEIROS, COM OS SEUS " CHOQUES DE GESTÃO ", DEIXARAM UMA HERANÇA MALDITA PARA OS DOIS ESTADOS...

FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
 em ARAXÁ / MG.
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Devastação e interesses privados
marcaram gestão das águas
nos últimos governos


Relatório apresentado pela Copasa por determinação do governador Fernando Pimentel deixa claro
que o governo anterior não tomou medidas necessárias para evitar o comprometimento do abastecimento de água

Um comunicado da diretoria da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa) esta semana assustou a população mineira. Segundo a presidente da estatal, Sinara Meireles, existe um risco real de desabastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em cidades de outras regiões do Estado.
A crise revela o descaso dos últimos governos com a gestão das águas mineiras, executada de maneira irresponsável, voltada para interesses privados e fora das vistas da população.
O Sistema Paraopeba, que abastece a RMBH e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade.
Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.
O relatório, apresentado pela Copasa e elaborado em caráter de emergência por determinação do governador Fernando Pimentel, também deixa claro que o governo anterior tinha conhecimento da situação, mas não tomou medidas necessárias para evitar o comprometimento do abastecimento.
Mesmo com a estiagem prolongada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o governo anterior optou por manter a distribuição de água para a população em níveis estáveis nos últimos dois anos.
É preciso apontar as razões que levaram a este quadro. A gestão neoliberal das águas, com investimento nas Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e passe livre para a exploração minerária, não é um modelo sustentável e que possa levar a uma solução para a crise hídrica em que nosso estado se encontra.
A Copasa tem capacidade técnica e financeira para ampliar e operar o sistema, sem necessidade de entregá-lo à iniciativa privada. Mas ainda assim, a ganância e o desejo de atender à demanda do empresariado prevaleceram durante os governos tucanos.
O lobby de empresas mineradoras como a Sul Americana de Metais (SAM), a Anglo American e a Ferrous e suas ligações escusas com os últimos governos foram elementos preponderantes nas decisões acerca da gestão das águas.
Agravando ainda mais a situação, Minas Gerais é hoje o estado pentacampeão em desmatamento da Mata Atlântica, com 8.347 hectares devastados.
Segundo o Ministério Público Estadual, os maiores desmatadores são os proprietários de grandes áreas, que investem alto em projetos agrícolas de monocultura. E que desmatam com autorizações concedidas pelo próprio governo estadual.
A Copasa conclama agora a população para uma redução de 30% no consumo da água em Minas Gerais. Após 12 anos de desperdício institucionalizado e opções que arrastaram a população para a atual crise, caberá ao atual governo encontrar uma solução viável.
Mais uma surpresa da herança maldita que cai no colo do povo mineiro.
Projeto do deputado Rogério Correia transformou Vargem das Flores em Área de Proteção Ambiental
Atualmente com apenas 29% da sua capacidade de abastecimento, a represa de Vargem das Flores desde 2006 é considerada Área de Proteção Ambiental, graças à Lei 16.197, de autoria do deputado Rogério Correia. A bacia hidrográfica é responsável pela produção de 15% da água consumida pela Região Metropolitana de BH, beneficiando cerca de 700 mil habitantes.
Desde 2003, época em que foi criado o projeto de lei para instalação da APA, a preservação da capacidade de abastecimento de Vargem das Flores já era motivo de preocupação.
O PL de Rogério Correia já trazia como objetivo a proteção e a conservação dos sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especialmente dos recursos hídricos afluentes
ao reservatório.