14 DE MARÇO DE 2015
SWISSLEAKS FISGA
BARÕES DA MÍDIA E
JORNALISTAS
Entre os personagens que mantêm ou mantiveram contas numeradas no HSBC
da Suíça estão nomes como Otávio Frias, que fundou a a Folha de S. Paulo,
Johnny Saad, dono do grupo Bandeirantes, Lily Marinho, viúva de Roberto
Marinho, do Globo, José Roberto Guzzo, colunista e membro do conselho editorial
da Abril, Ratinho, apresentador do SBT, e Mona Dorf, jornalista ligada à Rádio
Eldorado; todos alegam que não cometeram irregularidades; presença de barões da
mídia na lista também revela seletividade do jornalista Fernando Rodrigues, do
Uol, que foi escolhido pelo Consórcio Internacional de Jornalistas
Investigativos, do qual faz parte, para divulgar o material; afinal, seu
empregador, Otavinho Frias, não teve o nome divulgado por ele
247 - O escândalo Swissleaks, das contas numeradas secretas mantidas na
Suíça, fisgou alguns dos mais poderosos barões da mídia brasileira, assim como
influentes jornalistas da imprensa nacional.
Na lista vazada por Hervé
Falciani, ex-funcionário do HSBC, estão nomes poderosos como Otávio Frias,
fundador já falecido da Folha de S. Paulo, e João Jorge Saad, o Johnny Saad,
dono do grupo Bandeirantes – ambos tinham contas zeradas em 2007, ano dos
registros obtidos por Falciani.
A conta de Otávio Frias, depois, passou a apontar seu filho Luís
Frias, um dos donos do Uol, como beneficiário.
Outro personagem curioso que
aparece na lista é José Roberto Guzzo, ex-diretor de Veja e Exame e hoje
conselheiro editorial da Abril, além de um dos colunistas mais mal-humorados da
imprensa brasileira.
A lista também fisgou Carlos
Massa, o Ratinho, do SBT, com US$ 12,4 milhões, e Lily Marinho, viúva de
Roberto Marinho, da Globo, com US$ 750,2 mil.
A maior soma na lista é a de
Aloysio de Andrade Faria, dono da Rede Transamérica, com US$ 120,5 milhões.
Depois dele, aparecem Yolanda Queiroz, Lenise Queiroz Rocha, Paula Frota
Queiroz e Edson Queiroz Filho, do grupo Verdes Mares, afiliado da Globo no
Ceará, com US$ 83,9 milhões.
Fernando João Pereira dos Santos, da Rádio
Tribuna, do Espírito Santo, mantinha US$ 9,9 milhões.
Além deles, aparece ainda Luiz
Fernando Levy, que quebrou a Gazeta Mercantil, deixando um rastro de dívidas
tributárias e trabalhistas.
Entre os jornalistas
assalariados, além de Guzzo, destaque para Mona Dorf, ligada à Rádio Eldorado,
com US$ 310 mil. Arnaldo Bloch, colunista do Globo, também foi correntista do
HSBC de Genebra, assim como a família Dines, que, à época manteve US$ 1,3
milhão no banco suíço.
Todos os personagens citados
alegam manter contas regulares e declaradas – o que deve ser verificado pela
Receita Federal.
A divulgação da lista de barões da mídia, no entanto, coloca em
xeque o trabalho de Fernando Rodrigues, jornalista do Uol que foi escolhido
pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos para receber o
material.
Não foi Rodrigues quem divulgou o nome de seu patrão, Luís Frias,
mas sim os repórteres Chico Otávio, Cristina Tartáguila e Ruben Berta, do
jornal O Globo.