domingo, 8 de março de 2015

DE BRESSER À VERÍSSIMO - BRASIL = O PAÍS DE UM POVO CONSUMISTA À " NÃO NAÇÃO "


FCO.LAMBERTO FONTES
JORNALISMO INTERATIVO EM ARAXÁ / MG / BR
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1 DE MARÇO DE 2015

BRESSER-PEREIRA:
RICOS NUTREM ÓDIO AO PT


Segundo o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ministro nos governos José Sarney e FHC, a burguesia voltou a se unificar depois que o governo quase ‘triunfal’ de Lula desmoronou nos dois últimos anos da gestão de Dilma; ele acredita, no entanto, que esse clima de ódio, essa insistência de falar de impeachment, não vai florescer: “A democracia está consolidada e todos ganham com ela, ricos e pobres. O Brasil só se desenvolve quando tem uma estratégia nacional de desenvolvimento”, garante

247  Para o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ministro nos governos José Sarney e FHC, o ódio da burguesia ao PT decorre do fato de o governo defender os pobres.
Segundo ele, o governo quase ‘triunfal’ de Lula desmoronou nos dois últimos anos do governo Dilma:
“O motivo principal foi que o desenvolvimento não veio. De repente, voltamos a crescer 1%. Houve erros nos preços da Petrobras e na energia elétrica. E o mensalão. Aí os economistas liberais começaram a falar forte e bravos novamente”, afirma em entrevista à ‘Folha de S. Paulo’.
“O pacto político nacional-popular... Vupt! Evaporou-se. A burguesia voltou a se unificar”.
Bresser-Pereira diz, no entanto, que esse clima de ódio, essa insistência de falar de impeachment, não vai florescer. “A democracia está consolidada e todos ganham com ela, ricos e pobres. O Brasil só se desenvolve quando tem uma estratégia nacional de desenvolvimento”, garante.
De acordo com o economista, a presidente Dilma Rousseff agora está na direção certa, com o pacote de ajustes de Joaquim Levy. No entanto, afirma que, enquanto houver política de controle da inflação por meio de câmbio e política de crescimento com poupança externa e âncora cambial, não há santo que faça o país crescer. “Juros altos só se justificam pelo poder dos rentistas e do sistema financeiro. Falar em taxa alta para controlar inflação não tem sentido” (leia mais).
8 DE MARÇO DE 2015

VERISSIMO

ENDOSSA CRÍTICA

DE BRESSER

AO GOLPISMO



O escritor Luis Fernando Verissimo destaca, neste fim de semana, seu apoio às palavras de Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro de FHC, que afirmou que a elite brasileira incita o ódio ao PT; "Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera", disse Verissimo;

"Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres", havia dito Bresser

247 - A entrevista de Luiz Carlos Bresser Pereira, em que ele afirma que os 'ricos nutrem ódio ao PT' (leia aqui), foi destacada pelo escritor Luis Fernando Verissimo como a melhor definição do momento atual vivido pelo Brasil. Leia abaixo:

‘Olha o velhinho!’
‘Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente’, afirma Bresser Pereira

Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres.
O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar.
Economistas liberais recomeçaram a pregar abertura comercial absoluta e a dizer que os empresários brasileiros são incompetentes e superprotegidos, quando a verdade é que têm uma desvantagem competitiva enorme.
O país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores e setores da baixa classe média, contra os rentistas, o setor financeiro e interesses estrangeiros.
Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente.
Não é preocupação ou medo. É ódio.
Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou.
Continuou defendendo os pobres contra os ricos.
O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres.
Não deu à classe rica, aos rentistas.
Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita.
Dilma chamou o Joaquim Levy por uma questão de sobrevivência. Ela tinha perdido o apoio na sociedade, formada por quem tem o poder.
A divisão que ocorreu nos dois últimos anos foi violenta.
Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho.
E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.
Nada do que está escrito no parágrafo anterior foi dito por um petista renitente ou por um radical de esquerda.
São trechos de uma entrevista dada à “Folha de São Paulo” pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, que, a não ser que tenha levado uma vida secreta todos estes anos, não é exatamente um carbonário. Para quem não se lembra, Bresser Pereira foi ministro do Sarney e do Fernando Henrique.
A entrevista à “Folha” foi dada por ocasião do lançamento do seu novo livro “A construção politica do Brasil” e suas opiniões, mesmo partindo de um tucano, não chegam a surpreender: ele foi sempre um desenvolvimentista nacionalista neokeynesiano.
Mas confesso que até eu, que, como o Antônio Prata, sou meio intelectual, meio de esquerda, me senti, lendo o que ele disse sobre a luta de classes mal abafada que se trava no Brasil e o ódio ao PT que impele o golpismo, um pouco como se visse meu avô dançando seminu no meio do salão — um misto de choque (“Olha o velhinho!”) e de terna admiração.
Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.
Outro trecho da entrevista:
“Os brasileiros se revelam incapazes de formular uma visão de desenvolvimento crítica do imperialismo, crítica do processo de entrega de boa parte do nosso excedente a estrangeiros.
Tudo vai para o consumo.
É o paraíso da não nação.”