Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
1 blogspot + 1 página com + de 50 grupos no facebook + twitter + de 629 blogs e comunidades no google+,
+ 398 conexões no LinkedIn - - - 400.326 visualizações / 32 meses
Publicado em agosto 19, 2015 por Redação
A ética e a compra de seguidores
nas redes sociais,
artigo
de Tom Coelho
“Ética é coisa para filósofos.” (Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama)
[EcoDebate] Alguns reais investidos e
seu perfil no Facebook, Twitter, Instagram e outras redes sociais ganha
milhares de seguidores.
Este instrumento de
marketing de guerrilha, profissionalizado há alguns anos, tem ganhado impulso
entre artistas, cantores, políticos e todo tipo de gente que busca se mostrar
popular.
O intuito é apelar ao efeito
manada, princípio da psicologia das massas segundo o qual as pessoas agem em
bandos, num autêntico fenômeno grupal.
Afinal, se determinada
pessoa ou empresa tem tantos seguidores, deve ser por merecimento.
Aqui mora o equívoco.
Dia destes recebi um post de
um professor brasileiro, que eu não conhecia até então, e ao acessar seu perfil
no Facebook descobri que tinha cerca de dez mil seguidores. Um rápido clique
sobre a opção “curtir” e a revelação: sua cidade mais popular era Carcóvia, na
Ucrânia. Além disso, durante vários dias da semana a adesão de novos seguidores
era nula, com picos em determinadas datas.
O fato é que comprar
seguidores pode ser uma estratégia interessante para empresas que pretendam
difundir seus produtos ou serviços, gerando virais para alcançar a maior
amplitude possível, aumentando significativamente o número de pessoas
atingidas. Porém, para pessoas, é um ledo engano, simplesmente porque é
contraproducente e antiético.
De que adianta ostentar uma legião de pessoas que talvez não tenham
qualquer sinergia com suas ideias? Ou, pior, pessoas que simplesmente não
existam, pois foram artificialmente criadas apenas para fazer volume. E isso é
muito fácil de constatar, pois há perfis constituídos apenas pela foto e meia
dúzia de informações, sem histórico de postagens e com vínculo apenas a outros
perfis similares.
A verdade é que
vivemos tempos de valores fluidos, pouco consistentes.
Empresas declaram a
integridade como um de seus princípios fundamentais, mas não hesitam em
oferecer propinas, gorjetas e favorecimentos de toda ordem para angariar um
pedido.
Profissionais atropelam
colegas de trabalho e mudam de opinião a cada minuto para justificar apoio a um
superior hierárquico e, assim, garantir sua escalada na pirâmide
organizacional.
Os fins justificam os meios.
São tempos de
faça o que eu digo, mas não o que eu faço.
Tempos de incongruência e ausência
de retidão.
Meses atrás fui surpreendido
com uma “adaptação” de meu conceito sobre qualidade de vida intitulado “Sete
Vidas”, desenvolvido em 2003, por uma empresa que apenas mudou descaradamente
uma palavra e alterou a sequência lógica propagandeando o lançamento de uma
“metodologia única”.
Como escrevi há quase dez anos, vivemos sob a égide do marketing de
percepção, em um mundo governado pela ditadura da imagem.
O triunfo da estética sobre a moral.
Você é tão belo quanto seus trajes e seu último corte de cabelo
possam sinalizar.
Tão bom quanto a procedência dos diplomas e a fluência em idiomas
possam indicar.
Tão valorizado quanto a competência ratificada e os resultados
apresentados possam parecer.
Afinal, quer
pagar quanto?
* Tom Coelho é educador,
palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em
17 países e autor de oito livros.
E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br.
in EcoDebate,
19/08/2015
"A
ética e a compra de seguidores nas redes sociais, artigo de Tom Coelho,"
in Portal EcoDebate, 19/08/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/08/19/a-etica-e-a-compra-de-seguidores-nas-redes-sociais-artigo-de-tom-coelho/.