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25 DE AGOSTO DE 2015 ÀS 09:08
FOLHA
AMARROU
O DISCURSO
DA
ELITE CONTRA
O
GOLPE
"Uma deposição assentada em razões banais
traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos olhos da
comunidade internacional – o Brasil em tese superou sua fase de república das
bananas", diz o editorial de Otávio Frias, da Folha de S. Paulo, publicado
nesta terça-feira; posição é alinhada com a do banqueiro Roberto Setubal, do
Itaú Unibanco, que também se posicionou contra o golpe no fim de
semana; "Não me parece ser motivo para tirar a presidente. Até porque
presidentes anteriores a ela passaram por situações semelhantes. Seria um
artificialismo querer tirar a presidente neste momento. Criaria uma
instabilidade ruim para nossa democracia", disse ele, ao falar sobre as
pedaladas fiscais; "O segundo impeachment no Brasil, apenas trinta
anos depois do fim do regime autoritário, banalizaria o instrumento, inibindo o
amadurecimento da democracia", disse ainda o ex-ministro Maílson da
Nóbrega, da Tendências Consultoria; todos esses movimentos isolam ainda mais
lideranças da oposição, como Aécio Neves, Ronaldo Caiado e Roberto Freire, que
apostam na instabilidade
247 – Depois de instituições como Globo e Bradesco
se posicionarem contra o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, a
elite empresarial fechou consenso contra o golpe nos últimos dias.
Nesta
terça-feira, quem explicitou sua posição foi a Folha de S. Paulo, comandada
pelos irmãos Frias.
"Se o julgamento do impeachment é
sobretudo político, não se deve ignorar que ele também contém muito de
jurídico. Uma deposição assentada em razões banais traria instabilidade
interna e mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional – o
Brasil em tese superou sua fase de república das bananas", disse Otávio
Frias Filho, em editorial (leia aqui).
É
uma posição alinhada com a de dois representantes da elite econômica, que
também explicitaram suas posições no fim de semana. Um deles, Roberto Setubal,
do Itaú-Unibanco (leia aqui sua entrevista).
"Por corrupção, até aqui, não tem cabimento.
Não
há nenhum sinal de envolvimento dela com esquemas de corrupção. Pelo contrário,
o que a gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre o tema. Era
difícil imaginar no Brasil uma investigação com tanta independência. A Dilma
tem crédito nisso", disse ele.
Sobre
as chamadas 'pedaladas fiscais', ele também se manifestou. "Isso é grave e
pode merecer algum tipo de punição. Mas não me parece ser motivo para tirar a
presidente. Até porque presidentes anteriores a ela passaram por situações
semelhantes.
Seria
um artificialismo querer tirar a presidente neste momento. Criaria uma
instabilidade ruim para nossa democracia", afirmou.
Além
dele, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, também apontou a democracia
como um bem maior, a ser preservado.
"O
segundo impeachment no Brasil, apenas trinta anos depois do fim do regime
autoritário, banalizaria o instrumento, inibindo o amadurecimento da
democracia", disse ele. "O voto nas eleições presidenciais – e não o
impeachment – será a melhor via para julgar a presidente Dilma".
Todos esses movimentos isolam ainda
mais o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
e alas da oposição que decidiram apostar
na instabilidade política.