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12 de Outubro de 2015
"Pode parecer paradoxal, mas quanto mais se
aproxima o dia D do impeachment (amanhã, é o que se diz), depois de dez meses
de insistência do PSDB, mais a tese se desmancha no ar, como tudo que é (ou
parecia ser) sólido", escreve Alex Solnik, lembrando que "não há mais
movimento 'nas ruas', panelas pararam de bater e à medida que escorrem os dias,
mais claro fica que não há motivo"; para o jornalista, mesmo que houvesse,
também importa quem encaminha o impeachment; "Numa democracia ninguém pode
levar a sério um processo de impeachment encaminhado por um presidente da
Câmara que, ao contrário de Ibsen Pinheiro (foto ao centro), em 1992, não tem
respeitabilidade nem apreço nem dos seus pares nem da nação e só não caiu ainda
porque a política tem razões que a própria razão desconhece"
Pode parecer paradoxal, mas quanto mais
se aproxima o dia D do impeachment (amanhã, é o que se diz), depois de dez
meses de insistência do PSDB, mais a tese do impeachment se desmancha no ar,
como tudo que é (ou parecia ser) sólido.
Não
há mais movimento "nas ruas". As panelas pararam de bater. À medida
que escorrem os dias, mais claro fica que não há motivo. Outro dia o insuspeito
ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que nunca economizou críticas ácidas ao PT,
avisou que impeachment é para casos em que o presidente comete o crime, ele
diretamente, não através de terceiros, e Dilma não cometeu crime algum, além de
glorificar a mandioca e fazer blague com estocagem de vento que foi levada a
sério por opositores empedernidos.
Não
há crime, não há impeachment – essa ideia vai se cristalizando nas cabeças dos
brasileiros de vários setores e pensamentos. Há dois dias foi Delfim Netto.
Chamou, com o sarcasmo habitual, as tratativas do impeachment de
"golpezinho". E, cá entre nós, de golpe ele entende.
Ausente
o motivo principal – não há crime –, a tese cai por terra. Mas ainda que
houvesse, ainda que a presidente tivesse cometido malfeito que não cometeu,
também importa quem encaminha o impeachment. Em 1992, quem deu o pontapé
inicial do único processo de impeachment havido no Brasil foi um presidente da
Câmara dos Deputados acima de qualquer suspeita e respeitado nacionalmente,
chamado Ibsen Pinheiro.
A
seguir também foi cassado, mas essa é uma outra história. O que eu quero dizer
é que numa democracia ninguém pode levar a sério um processo de impeachment
encaminhado por um presidente da Câmara que, ao contrário do Ibsen de 1992, não
tem respeitabilidade nem apreço nem dos seus pares nem da nação e só não caiu
ainda porque a política tem razões que a própria razão desconhece.
A ele
são imputados crimes os mais variados – e como alguém com esse retrospecto pode
abrir processo contra alguém que não cometeu crime algum? O impeachment só
serve para quem precisa de impeachment. E não é o Brasil.