FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
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10 de Dezembro de 2015
Patrimônio
de
Quintão
cresce 56
vezes
em 12
anos
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho),
no
As prestações de contas do
deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), novo líder do PMDB após manobra do
presidente da Câmara, não podem ser acusadas de ausência de transparência. Lá
ficamos sabendo que, entre 2002 e 2014, esse economista de Taguatinga (DF), 40 anos
de idade, multiplicou seu patrimônio em 56 vezes: de R$ 315 mil para R$ 18
milhões.
Lá estão também registrados os
R$ 2 milhões recebidos, como doações de campanha em 2014, de mineradoras ou
empresas ligadas ao setor – ele que é relator do novo Código de Mineração, em
franca atividade para aumentar os benefícios das empresas. Leia aqui: Relator
do Código de Mineração foi reeleito com milhões do setor.
E lá estão os R$ 800 mil
recebidos de farmácias e drogarias também no ano passado, conforme os registros
na Justiça Eleitoral. Entre elas a Raia Drogasil, com R$ 257 mil; a Drogaria
Araújo, com R$ 120 mil; a Drogaria São Paulo, com 82 mil; a rede de farmácias
Indiana (Irmãos Mattar e Cia), com R$ 73 mil; e a Drogaria Pacheco, com R$ 61
mil. As doações são legais.
Quintão é autor de vários
projetos de lei que beneficiam o setor. Ou participou diretamente das negociações
de outros projetos, como o PL
das Farmácias e Drogarias,
aprovado em 2014. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos,
Ronald Ferreira dos Santos, o deputado atuou como negociador em defesa dos
interesses da ABC
Farma, a associação dos comerciantes.
Do total de R$ 4,96 milhões
registrados na Justiça Eleitoral em 2014, mais da metade – R$ 2,8 milhões –
vieram desses dois setores: farmácias e mineração.
Outros R$ 200 mil vieram da
Bradesco Saúde, uma espécie de conexão entre o setor da saúde e o da mineração.
É que o Bradesco, o banco que controla a seguradora, é um
dos acionistas da Vale –
aquela que já foi do Rio Doce, dona de metade da Samarco, a responsável pela
catástrofe ambiental em Mariana (MG), em novembro.
Quintão e a mineração
O PMDB controla
desde 2007 as indicações para o Ministério das Minas e Energia e para as
superintendências do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A
Quintão coube indicar o chefe dos superintendentes, o diretor-geral. Para saber
mais sobre as conexões entre o PMDB e as mineradoras leia esta reportagem da
Agência Pública: Teia
de interesses liga políticos a mineradoras.
Poucos políticos de fora do
PMDB têm essa prerrogativa de indicar superintendentes do DNPM, o órgão
responsável por autorizar e fiscalizar as lavras. Um deles era o senador
Delcídio Amaral (PT-MS), hoje preso pela Polícia Federal, que fazia as
indicações no Mato Grosso do Sul.
Segundo a BBC Brasil, o texto
do novo Código de Mineração – relatado por Quintão – foi escrito no escritório
de advocacia Pinheiro Neto, que tem como clientes as duas donas da Samarco, a
brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billinton: Novo código da mineração é escrito em
computador de advogado de mineradoras.
Estas foram as empresas
diretamente ligadas ao setor que mais doaram ao deputado em 2014: Vale Mina do
Rio Azul (empresa da Vale no Pará), R$ 700 mil; Anglogold, R$ 300 mil; Gerdau,
R$ 263 mil; Arcelormittal, R$ 183 mil; Usiminas, R$ 133 mil; Kinross, Flapa
Mineração e Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM, do grupo
Moreira Salles), com R$ 100 mil cada.
ENRIQUECIMENTO
Em 2002, o economista Leonardo
Quintão possuía R$ 315 mil em bens. Era eleito deputado estadual em Minas. Em
2006, R$ 983 mil. Em 2010, reeleito deputado federal, o valor tinha saltado para
R$ 2,64 milhões. Em 2014, novo incremento: o novo líder do PMDB declarou ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possuir R$ 17,9 milhões – entre os quais R$
2,6 milhões (o total de 2010) em espécie.
Em doze anos, portanto, ele aumentou seu patrimônio em 56 vezes.
O deputado foi escolhido ontem
(09/12) pelos rebeldes do PMDB, com o aval do presidente da Câmara, para
substituir Leonardo Picciani (RJ) – contrário ao impeachment de Dilma Rousseff
– como líder do partido na Casa. É o mesmo cargo que projetou Eduardo Cunha
como uma das peças-chave do Congresso.
DO
BLOGUEIRO:
É
ESSE TIPO DE POLÍTICO QUE MINAS TEM PRODUZIDO, APÓS AS GESTÕES GOVERNAMENTAIS
DE AÉCIO NEVES E ANTÔNIO ANASTASIA.
ESSAS PRAGAS PRECISAMOS ELIMINÁ-LAS
DE NOSSO ESTADO, QUE JÁ FOI HISTORICAMENTE, DE GENTE AUSTERA E ÉTICA
COMO, ENTRE OUTROS,
TIRADENTES E JUSCELINO.