FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
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3 DE DEZEMBRO DE 2015
ÀS 13:37
NORDESTE SE LEVANTA CONTRA
GOLPE CUNHA-AÉCIO
De
forma unânime, os governadores do Nordeste contestaram a tese de impeachment
lançada por Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro, com apoio
do tucano Aécio Neves, derrotado nas últimas eleições; em nota, os
governadores Rui Costa (PT–BA), Ricardo Coutinho (PSB–PB), Flávio
Dino (PCdoB–MA), Paulo Câmara (PSB–PE), Robinson Farias (PSD–RN), Camilo
Santana (PT–CE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan
Filho (PMDB–AL) manifestam repúdio ao que chamam de "absurda tentativa de
jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional"
247 – Todos os governadores do Nordeste reagiram nesta quinta-feira 3,
por meio de nota, contra a tese de impeachment lançada pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com apoio do presidente do PSDB, senador Aécio
Neves (MG).
Nesta quarta-feira,
horas depois de a bancada do PT na Câmara anunciar que votaria contra Cunha no
Conselho de Ética, onde o deputado responde por quebra de decoro parlamentar, o
presidente da Casa informou que aceitava o pedido de impeachment da presidente
Dilma Rousseff, apresentado por juristas e abraçado pela oposição.
Cunha é alvo de
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de
dinheiro. O presidente da Câmara é acusado de ter recebido propina no esquema
de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e de ter contas
secretas na Suíça, onde teria guardado dinheiro de propina.
No texto, os
governadores Robinson Farias (PSD–RN), Flavio Dino (PCdoB–MA), Ricardo Coutinho
(PSB–PB), Camilo Santana (PT–CE), Rui Costa (PT–BA), Paulo Câmara (PSB–PE),
Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL)
manifestam repúdio ao que chamam de "absurda tentativa de jogar a Nação em
tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional".
A nota lembra que para
haver processo de impeachment, o presidente da República precisa ter cometido
crime de responsabilidade, o que não é o caso. "Na verdade, a decisão de
abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais,
em claro e evidente desvio de finalidade", argumentam.
Os governadores dizem
ainda estar "mobilizados para que a serenidade e o bom senso
prevaleçam." "Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo
e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de
renda", defendem.
Em entrevista para
comentar a nota, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), condenou a postura
"chantagista" de Cunha. “É inaceitável que um dirigente de um
poder, sem moral para manter-se à frente da Câmara Federal por ser flagrado em
desvios, possa estar à frente de um impedimento de uma presidente sem respaldo
legal”, afirmou.
Leia à íntegra:
"Diante da decisão do Presidente da Câmara dos Deputados de
abrir processo de impeachment contra a Exma Presidenta da República, Dilma
Roussef, os Governadores do Nordeste manifestam seu repúdio a essa absurda
tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso
institucional.
Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política,
com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas.
O processo de impeachment, por sua excepcionalidade, depende da
caracterização de crime de responsabilidade tipificado na Constituição,
praticado dolosamente pelo Presidente da República.
Isso inexiste no atual momento brasileiro.
Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment
decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de
finalidade.
Diante desse panorama, os Governadores do Nordeste anunciam sua
posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e estarão mobilizados
para que a serenidade e o bom senso prevaleçam.
Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo e de
decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de
renda."
MAIS NO 247BRASIL:
VAGNER:
CUT “VAI PARA A RUA” DEFENDER DILMA
Presidente da Central Única dos Trabalhadores,
Vagner Freitas, classificou como "desespero" a decisão de Eduardo
Cunha, que deveria estar preso, segundo ele; para Vagner, o país passa por um
momento de paralisia provocado por um "terceiro turno que não acabou"
e por uma política econômica equivocada; manifestações em defesa do mandato da
presidente Dilma Rousseff devem acontecer hoje em Brasília
'MOVIMENTOS IRÃO ÀS RUAS
IMPEDIR TENTATIVA DE FERIR DEMOCRACIA'
Líder do MST, João Pedro Stédile, afirma
que "certamente, os movimentos populares irão fazer suas avaliações
e, nos próximos dias, nos articularemos para programarmos mobilizações e
impedirmos, nas ruas, qualquer tentativa de ferir nossa nascente
democracia"; ele afirmou ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), "não tem moral" para encaminhar processo de impeachment