FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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"É hipocrisia atribuir toda a corrupção,
com exclusividade, a algum partido ou governo. Como se em governos tucanos e de
seus aliados nada tivesse acontecido", afirma o colunista do 247 Hélio
Doyle; ele lembra dos chamados mensalões do PSDB, em Minas Gerais, e do DEM, em
Brasília, que se arrastam na Justiça; "O país precisa de uma limpeza, sem
dúvida. Mas não podem se limitar a um segmento, ou a alguns escolhidos. Todos
devem ser investigados, sem “preconceito” político ou ideológico. E os
políticos tucanos, demistas e aliados que saem acusando tendo telhados de vidro
devem ter mais cuidado", afirma
O chamado mensalão do PT e a operação Lava-jato ajudaram os
que fazem oposição ao governo de Dilma Rousseff a passar para a sociedade uma
grande mentira: a de que as práticas corruptas são exclusivas do PT e de
políticos que apoiam o atual governo.
Os acusadores, do PSDB, do DEM, do PPS, do Solidariedade e
de outros partidos menores posam como defensores da moralidade pública e
ferrenhos combatentes da luta contra a corrupção no país.
O que é, no fundo, uma grande piada.
Alguns segmentos do
Ministério Público e da Justiça e a chamada grande imprensa ajudam os
oposicionistas a difundir essa grande mentira.
Aparecem inúmeros indícios de envolvimento de parlamentares
e dirigentes da oposição em irregularidades, mas esses indícios, de modo geral,
ou parecem ser ignorados ou tratados com tanta lerdeza que caem no
esquecimento.
Há dois casos emblemáticos: a demora do Ministério Público
em denunciar e da Justiça em julgar os chamados mensalões do PSDB, em Minas
Gerais, e do DEM, em Brasília.
Mas não são os únicos. A imprensa minimiza as acusações
contra oposicionistas e exacerba as que atingem os governistas.
A verdade, porém, é
simples: a corrupção, no Brasil, é um mal que assola políticos de todos os
partidos, servidores públicos e juízes de todas as crenças.
A corrupção está nos três poderes da República, dos estados
e dos municípios.
Do mais alto ao mais baixo escalão.
Do ministro que cobra
comissão sobre as obras ao servidor que cobra propina para liberar um papel.
Do ministro de um tribunal superior ao juiz de uma vara no
interior, que vendem suas sentenças.
Do senador ao vereador, que recebem remuneração por votos,
pareceres, emendas, convocações e desconvocações.
É hipocrisia, pois,
atribuir toda a corrupção, com exclusividade, a algum partido ou algum governo.
Como se em governos tucanos e de seus aliados nada tivesse
acontecido. Como se só o PT tenha se lambuzado, nas palavras do ministro Jaques
Wagner.
Se bem que lambuzar talvez não seja o termo adequado para
tucanos e aliados, pois para eles estar no poder não era nada novo, e a
tecnologia do roubo de dinheiro público já era por eles bem conhecida.
O país precisa de uma
limpeza, sem dúvida. Todos os esforços para que isso aconteça são positivos.
Mas não podem se limitar a um segmento, ou a alguns escolhidos.
Todos devem ser investigados, sem “preconceito” político ou
ideológico.
E os políticos tucanos,
demistas e aliados que saem acusando
tendo telhados de vidro devem ter mais
cuidado.