FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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2 de Fevereiro de 2016
O Brasil que
deu certo
Colunista do 247, é um dos principais sociólogos e cientistas
políticos brasileiros
O Brasil que
deu certo
vs o Brasil
que deu errado
Na contraposição imposta
pela mídia entre ela e Lula, são dois Brasis que se enfrentam.
Lula representa o Brasil que
deu certo e a velha mídia é o mais expressivo retrato do Brasil que deu errado.
A trajetória da elite
brasileira e da construção do Brasil como o pais mais desigual do continente
mais desigual pode ser acompanhada diretamente pela própria trajetória da mídia
brasileira, que sempre esteve do lado dessa elite, comprometida pelo lado pior
da historia do Brasil.
A mídia esteve contra as
transformações econômicas e sociais conduzida pelo Getúlio, como o maior
estadista brasileiro do século XX, esteve com todas as tentativas de derrota-lo
eleitoralmente, dm 1945 e em 1950, esteve a favor de todas as tentativas de
golpe contra o Getúlio e a democracia.
Não por acaso, assim que
o povo do Rio de Janeiro soube da morte do Getúlio, saiu em milhões às ruas da
cidade, atacando as sedes dos jornais, centro das campanhas contra o maior
líder popular da época.
A mídia seguiu as
tentativas golpistas durante o governo de JK e apoiou a golpe que se tramou
contra a posse Jango, em 1961. Foi brecada pela reação popular e pela
resistência dirigida pelo Brizola.
A mídia esteve pela
manutenção do parlamentarismo, como forma de diminuir a capacidade de governo
do Jango e mais uma vez foi derrotada.
Em um momento
significativo da sua historia, a mídia promoveu ativamente o movimento de
desestabilização politica que levou ao golpe e saudou o golpe que terminava com
a democracia no Brasil, como um movimento que, ao contrario, salvaria a
democracia.
Apoiou a ditadura na sua
selvagem repressão contra a oposição. A Folha de São Paulo chegou a emprestar
seus carros para que, disfarçados de jornalistas, policiais da sangrenta
Operação Bandeirantes prendessem, matassem, levassem à tortura a milhares de
opositores à ditadura.
A mídia apoiou o modelo
econômico da ditadura, centrado no arrocho salarial, na intervenção em todos os
sindicatos e no fim das campanhas salariais.
Elogiou permanentemente
o "milagre econômico", que super explorou os trabalhadores e mais
concentrou renda na nossa historia.
A mídia estava, mais uma
vez, do lado oposto ao povo e à democracia.
Diante da possibilidade
de que um candidato do campo popular – Lula ou Brizola – fosse eleito, em 1989,
a mídia apoiou e promoveu a imagem do Collor, como seu novo preferido.
Deu cobertura às
operações de marketing midiático que acobertavam um governo com medidas
duramente antipopulares e antinacionais.
A mídia apoiou com todas
suas forças a candidatura de FHC, como meio de impedir a vitória do Lula.
Cantaram, em prosa e em verso, o governo do FHC como a redenção maior do
Brasil, o avanço para um pais do futuro.
A Folha chegou a criar
um caderno chamado A Era FHC, para saudar os novos tempos, que foi
desaparecendo melancolicamente aos poucos e teve fim.
A mídia escondeu os
processos de desigualdade social que o Plano Real promovia, enquanto apoiavam o
maior escândalo de corrupção da historia do pais, com as privatizações a preços
irrisórios do patrimônio publico de empresas estatais.
Mais uma vez a mídia estava
contra o povo e contra o Brasil.
O governo Lula resgatou
a economia brasileira da profunda e prolongada crise recessiva a que o governo
FHC havia a havia jogado, com inflação de 12,%, com desemprego de 18%.
Lula conduziu o Brasil
ao período de maior auge econômico e social da sua historia, elevando como
nunca a imagem do pais diante dos próprios brasileiros e projetando a imagem
mais positiva do Brasil no mundo. A mídia fez oposição feroz ao melhor governo
que o Brasil ja teve.
Lula terminou seu
mandato com mais 80% de referencias negativas na mídia, mas com mais de 80% de
apoio popular.
Lula representava o Brasil
que dava certo e a mídia estava contra.
Quando ataca Lula com a
mesma ferocidade com que fazia contra o Getúlio e contra o governo Lula, a
mídia da' continuidade à sua trajetória que se identifica com o Brasil que não
deu certo:
o Brasil golpista, o
Brasil da concentração de renda, o Brasil da subserviência aos EUA, o Brasil
dos monopólios antidemocráticos dos meios de comunicação, o Brasil da ditadura,
o Brasil da repressão, o Brasil da calunia, da impunidade, da submissão da
mídia aos grandes grupos econômicos que a financiam, o Brasil do ódio ao povo e
à democracia.
São dois Brasis que se
enfrentam hoje:
o Brasil do Lula, que
deu certo, para o seu povo, para a democracia, para sua auto estima, e o Brasil
que deu errado, que só favoreceu suas elites conservadoras e hoje quer impedir
que o Brasil que deu certo volte a se impor.
Lula
representa o Brasil que dá certo,
a mídia representa o Brasil que sempre deu
errado.
E que quer impedir que
seja o povo que decida, pelo voto democrático, que o Brasil os brasileiros
preferem: o que deu certo ou o que sempre deu errado para o povo e para a
democracia.