FCO.LAMBERTO FONTES
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17 DE MARÇO DE 2016 ÀS 05:25
FASCISMO DA GLOBO COLOCA O PÁIS
EM PRÉ-GUERRA CIVIL
Concessionária de serviço público, a Globo usou seus telejornais para incitar a população a ir às ruas para tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff na noite de ontem; Globo foi também a primeira a receber o grampo ilegal contra a presidente Dilma Rousseff divulgado pelo juiz Sergio Moro; nos conflitos registrados ontem, ciclistas e um casal foram agredidos porque tinham a aparência de petistas; "Era isso que queria a Globo com a divulgação de vazamentos sem apuração e a cobertura de protestos com todos os links e câmeras dando palco para animais raivosos em bandos?", questiona o jornalista Kiko Nogueira, diretor do DCM; movimentos sociais devem ir às ruas em defesa da democracia e há risco de confrontos nas ruas
247 – Concessionária de serviço
público, a Globo usou seus telejornais para incitar a população a ir às ruas
para tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff na noite de ontem.
A Globo foi também a primeira a receber o grampo ilegal contra a
presidente Dilma Rousseff divulgado pelo juiz Sergio Moro (leia aqui sobre a ilegalidade do grampo).
Nos conflitos registrados ontem, ciclistas e um casal foram
agredidos porque tinham a aparência de petistas.
"Era isso que queria a Globo com a divulgação de
vazamentos sem apuração e a cobertura de protestos com todos os links e câmeras
dando palco para animais raivosos em bandos?", questiona o jornalista
Kiko Nogueira, diretor do DCM.
"É para isso que um juiz divulga um grampo obtido
ilegalmente? A gravação da ligação de Dilma e Lula foi feita pela PF depois que
ele determinou a interrupção das escutas — e mesmo assim elas foram feitas.
E mesmo assim ele vazou o
conteúdo.
Em nome de quê?
Lucas e Isadora [o casal
agredido] vão recorrer a quem?
À polícia?
À justiça?
Ao Moro?
Ao Gilmar?
Diversos movimentos sociais
devem ir às ruas em
defesa da democracia nos
próximos dias e há risco de confrontos.
17 de março de 2016
UMA IMPRENSA CONTRA
A DEMOCRACIA
Colunista do 247 Emir Sader conclama os defensores da democracia a enfrentarem incitação fascista da mídia, que "passa a ser considerada como um partido de oposição golpista e tratada como tal"; "Não é mais possível conviver com uma mídia golpista, manipuladora e antidemocrática. Cortar de imediato toda publicidade nos órgãos que incitam o golpe, para que a democracia não siga financiando os que a sabotam", afirma; "Agora é hora da contraofensiva. E a contraofensiva de massas, começando hoje, desembocando amanhã e continuando com a marcha de 31 para Brasilia. Pipocar por todo o Brasil cartazes dos mais diferentes tipos de apoio ao Lula que, hoje, mais do que nunca, representa os anseios democráticos do povo brasileiro", afirma
Quando a sigla PIG
apareceu, poderia parecer um exagero. Afinal a mídia já estava vacinada contra
seu engajamento com a campanha de desestabilização política e a mobilização
para o golpe de 1964 e como apoio à ditadura militar. A Folha tentou
rebatizá-la como "ditabranda" para tentar diminuir seus pecados,
incluído o de ter emprestado carros para que a Operação Bandeirantes
desenvolvesse suas ações de terror e extermínio contra a oposição, mas teve que
retroceder. O Globo forjou uma autocrítica fajuta, escrita por um ex-militante
de esquerda, mas ninguém acreditou.
Quando a então presidente da Associação Nacional de Jornais,
Maria Judith Brito admitiu, na campanha eleitoral de 2010, que "esses
meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista neste país,
já que a oposição está 'profundamente fragilizada", apenas confessava o
que já todos sabíamos. A grande mídia monopolista privada faz o papel de grande
partido de oposição, aqui e nos outros países da América Latina onde há
governos similares.
Conforme foram perdendo sucessivamente as eleições para a
presidência, como partido de oposição o PIG foi assumindo o papel de força
desestabilizadora do país, sem reconhecimento do processo democrático. Apoiou
sempre, abertamente, os candidatos da direita, perdeu e nunca se conformou.
Desde o resultado eleitoral de 2014, a mídia tradicional privada
aderiu abertamente a um projeto golpista, centrado nas tentativas de
impeachment, valendo-se das delações premiadas vazadas seletivamente para sua
divulgação pelo juiz Sérgio Moro e outros promotores, com a anuência da PF.
O cerco sobre o governo foi se fechando, buscando asfixiá-lo
antes de derrubá-lo. Seu maior obstáculo é a liderança popular do Lula, seja
para resistir a seu golpe, seja para candidatar-se como favorito em 2018. Por
isso tentar forjar a prisão do Lula no dia 4 de marco fracassaram. Outra
iniciativa desastrada de decretar prisão preventiva do Lula falhou e assim a
direita perdeu oportunidades e tempo.
Enquanto isso Dilma convidou o Lula para fortalecer o governo,
este aceitou e assim os planos golpistas perderam o timing. Queriam prender o
Lula, isolar a Dilma e derrubá-la. Sem essa possibilidade, jogaram a cartada de
ontem, a partir do ato ilegal da escuta da PF autorizada pelo Moro, de que a
mídia se aproveitou para tentar convocar mobilizações de desestabilização do
pais.
Agora é a hora da contraofensiva, a começar pela jurídica, que
prenda o Moro e o destitua, sem o que, como já se escreveu, "Ou a
democracia acaba com o Moro, ou o Moro acaba com a democracia".
Aproveitar-nos de que ele violou normas básicas da segurança nacional com fins
de complô político, articulado com meios de comunicação. Ao mesmo tempo, ver como
punir a esses meios pelos chamados à sublevação contra o governos constituído
do país.
E a contraofensiva de massas, começando hoje, desembocando
amanhã e continuando com a marcha de 31 para Brasília. Pipocar por todo o
Brasil cartazes dos mais diferentes tipos de apoio ao Lula que, hoje, mais do
que nunca, representa os anseios democráticos do povo brasileiro.
A direita, como se deu conta que saímos de defensiva e, com o
Lula no governo, vamos enfraquecer seus projetos de impeachment e as
arbitrariedades do Moro, está jogando todas as cartas que lhe restam. Vamos
enfrentá-la, nas ruas, nos tribunais, nos governos e na mídia. A democracia e o
futuro do Brasil jogam seu destino nessa parada. Não é mais possível conviver
com uma mídia golpista, manipuladora e antidemocrática. Cortar de imediato toda
publicidade nos órgãos que incitam o golpe, para que a democracia não siga
financiando os que a sabotam.
A mídia aderiu definitivamente ao golpe, deve passar a ser
considerada
como um partido de oposição golpista e tratada como tal.