FCO.LAMBERTO FONTES
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28/06/2016
Festival de denúncias de propina.
E quem julga os “juízes” de Dilma?
A nova “delação” da
praça, a do ex-diretor do grupo Hypermarcas – dono de dezenas de marcas de
produtos de alimentação, limpeza e cuidados pessoais -, o senhor Nelson
Mello, atinge, de novo, a cúpula do PMDB.
Os dois lobistas que
lhe teriam tomado R$ 30 milhões são, notoriamente, ligados a Eduardo Cunha (Lúcio
Bolonha Funaro) e à cúpula do Senado (no caso de Milton Lyra, há mais de um ano apontado como
agente de Renan Calheiros no fundo de pensão dos Correios). Além dele, o
dinheiro teria ido para o notório Romero Jucá e Eduardo Braga, ambos
peemedebistas).
Outra, tratada ainda
com mais discrição, é a de que o Secretário do Ministério de Integração
Nacional, Glauco Rogério de Araújo Mendes, teria recebido e “lavado”
milhões de reais através da empresa de uma irmã, entre 2006 e 2012, quando os
ministros eram, sucessivamente, Geddel Vieira Lima (hoje ministro de Temer),
seu indicado baiano João Santana(nada a ver com o marqueteiro) e Fernando
Bezerra Coelho (hoje senador e com o filho como Ministro das Minas e Energia).
Reparem que não é
preciso perícia de consultores do Senado para que se veja que o “tribunal” que
vai julgar se os votos da população devem ser revogados e Dilma Rousseff
afastada definitivamente do cargo para o qual foi eleita para que se veja que
“a ré” não tem nenhuma acusação de desonestidade e os “juízes” chafurdam na
lama de denúncias cada vez mais graves e generalizadas.
Não é possível tratar
disso separadamente.
Não é possível que uma
coisa e outra sejam tratadas como se nada tivessem a ver entre si.
É obvio que a turma
que quer “estancar a sangria” da Lava Jato se prepara para oferecer o pescoço
de uma mulher inocente como oferenda no altar do “mata e esfola” que se
tornaram a política e a Justiça no Brasil.
O fato de existirem
denúncias e delações, claro, não é o bastante para fazer de ninguém culpado,
mas não se pode crer que estas novas delações e descobertas não tenham
documentos a prová-las.
Se existem, é preciso
que sejam publicamente apresentados e a população possa também julgar os que
vão julgar a Presidenta.
Ou existe algum jogo
perverso em fazer com que estes casos apareçam e “desapareçam” em seguida, como
parece estar acontecendo com as delações de Sérgio Machado?
Ninguém movimenta
dezenas de milhões de reais sem deixar rastros materiais, não são moedinhas que
você dá a alguém que esteja passando.