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29
DE DEZEMBRO DE 2016
NASSIF ANALISA ‘XADREZ DO HOMMER SIMPSON E DO
DESMONTE NACIONAL’
'Nos últimos dias tive dois contatos marcantes.
Um deles, com um autêntico representante da ultradireita delirante. Outro, com
um representante típico do Homer Simpson. Fomos apresentados à direita
delirante por um amigo gozador, que juntou os três casais em uma feijoada. O
sujeito era oftalmologista, estudara nos Estados Unidos, em uma universidade da
qual não me recordo o nome, mas, segundo ele, muito mais afamada que Harvard,
tinha sido convidado a trabalhar em um órgão do governo norte-americano, muito importante,
e do qual não me recordo o nome, e cometeu outros feitos expressivos, dos quais
não me recordo a relevância', escreve Nassif
Por Luís Nassif, no Jornal GGN - Nos
últimos dias tive dois contatos marcantes.
Um deles, com um autêntico
representante da ultradireita delirante.
Outro, com um representante típico do
Homer Simpson.
Vamos por parte.
Fomos
apresentados à direita delirante por um amigo gozador, que juntou os três
casais em uma feijoada.
O sujeito era oftalmologista, estudara nos Estados Unidos,
em uma universidade da qual não me recordo o nome, mas, segundo ele, muito mais
afamada que Harvard, tinha sido convidado a trabalhar em um órgão do governo
norte-americano, muito importante, e do qual não me recordo o nome, e cometeu
outros feitos expressivos, dos quais não me recordo a relevância.
Ele
se informa em sites de ultra-direita, não confia em nada do que sai na imprensa
e acredita em tudo o que lhe dizem seus pares.
Quando
elogiou minha origem libanesa, por ser uma raça pura, percebi que a conversa ia
ser marcante.
Ele é
contra todas as raças impuras, diz que Donald Trump vai colocar as coisas nos
eixos (sem jogo de palavras).
Garantiu, sem pestanejar, que Michele Obama é
transexual; que Barack Obama não é Barack Obama, mas um sujeito que se faz
passar por Barack Obama.
Trata os negros como
macacos.
E me passou a mais retumbante das
revelações que, segundo ele, tem sido sonegada por toda a imprensa ocidental.
Aliás, apostou comigo como não
conseguiria publicar nem no meu blog a relevante informação de que não há mais
peixes no Oceano Pacífico.
E não adiantou argumentar que desastre
desse tamanho não seria sonegado nem pelo Estadão, mesmo se fosse de
responsabilidade do PSDB.
Pulemos
para o simpático Homer Simpson, que me aborda no boteco de Poços.
Diz
que os problemas no Brasil surgiram com o porto de Mariel, em Cuba. Levaram
para lá todos nossos empregos e nossas divisas.
Tento
explicar que a construção do porto envolve inúmeros materiais e equipamentos
fabricados no Brasil, contratos com indústria mecânica, siderúrgica e muitas
outras. Portanto, gerou muitos empregos no Brasil.
E ele: mas o dinheiro foi para fora.
Explico
que não, que a obra será paga e os lucros reverterão para o Brasil, através da
empresa construtora.
E ele: não sei não.
Pacientemente
explico que se trata de exportação de serviço praticada por todas as nações,
pela China, pelos Estados Unidos. Se não fosse bom, porque os grandes países
disputariam mercado?
E
ele, com a segurança de um procurador da Lava Jato:
"Pode ser bom para a China e
Estados Unidos, mas não para o Brasil".
Aí
desisto e, como no começo da conversa ele se apresentou como astrólogo amador,
interrompo a conversa com minha saída favorita:
-- Eu
não ouso discutir astrologia com você.
Ele
entendeu, se despediu e foi embora.
Educadamente, saliento.
DO BLOGUEIRO:
PRA NÃO DEIXAR PASSAR DESPERCEBIDA
UMA POSTAGEM OPINATIVA, PERTINENTE E CORRETA SOBRE ESTA QUESTÃO NO SITE DO GGN, DE
UM PSEUDÔNIMO DECLARADO COMO JOÃO MINEIRIM , JÁ
RECONHECIDO DEVIDAMENTE PELO GOOGLE:
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152 comentários
Comentários
ESPAÇO COLABORATIVO DE COMENTÁRIOS
A inteligência
por trás do
qui, 29/12/2016 - 23:19
A
inteligência por trás do golpe ultrapassa em muito a capacidade da nossa elite
econômica e dos seus tradicionais representantes políticos .
É uma inteligência superior que traçou uma estratégia perfeita para impedir que o Brasil concretizasse seu plano nacionalista de tornar-se uma potencia econômica e militar.
É uma inteligência superior que traçou uma estratégia perfeita para impedir que o Brasil concretizasse seu plano nacionalista de tornar-se uma potencia econômica e militar.
O
Brasil tornou-se uma séria ameaça à supremacia americana e algo precisava ser
feito.
O
Brasil querendo construir indústria naval, construir submarinos nucleares,
construir caças e cargueiros militares, lançar satélites, cabos de
fibra-ótica,etc...
O
Brasil querendo criar o banco dos BRICS para se opor ao FMI...
O
Brasil possuidor de riquezas naturais - petróleo, minério de ferro, nióbio,
minerais radioativos, etc...
Agora,
imagine essa potência brasileira sendo governada por uma ex-militante
"comunista" é um grande perigo. Ainda mais que ela foi perseguida e
torturada durante o regime militar imposto pelos EUA. Deve sentir ódio aos
americanos...
Agora
imagina que o Brasil se aproximando dos maiores inimigos dos americanos - China
e Russa .
O
Brasil protagonista no MERCOSUL.
Ah...
realmente o Brasil tornou-se uma ameaça. Algo precisa ser feito, com urgência.
Mas
como retirar do poder um governo com alto nível de aprovação popular, se a
oposição interna é fraca de argumentos e possui um histórico vergonhoso que não
lhe concede credibilidade para se opor ao bem sucedido governo ?
Se
não é possível tomar o governo via eleições, como fazê-lo sem ficar evidente a
interferência externa ?
Bem,
o golpe foi muito bem planejado. A estratégia foi muito bem comunicada,
entendida e executada pelos opositores internos.
A
imagem do governo bem avaliado foi bombardeada diuturnamente em todos os meios
de comunicação até produzir um clima de incerteza nas parcelas da
população expostas aos veículos de comunicação.
A
parte mais rica foi exposta, principalmente ao jornalismo tendêncioso da globo,
começando pelo bom dia brasil, jornal hoje, jornal nacional e encerrando a
noite com o jornal nacional ou ainda a Globonews.
Teve
ainda as revistas e jornais, todos alinhados na mesma narrativa que foi
ensaiada à exaustão, criando mantras na mente dos afetados pela repetição
extrema do vocábulo "PÊ TÊ" ligado a notícias desfavoráveis
relacionadas com corrupção e problemas econômicos.
A
parte mais pobre foi exposta ao que existe de pior nas mídias sociais. Boatos
denegrindo e desconstruindo imagens.
Preconceitos.
Alienação.
Boatos
de corrupção exagerada, teorias da conspiração de uma ameaça comunista na
iminência de dominar o país.
Com
isso conseguiram criar uma sensação de indignação nessas pessoas afetadas.
O
termo pós-verdade explica bem o que passou a ocorrer nos debates políticos a
partir daí.
Artistas,
intelectuais, juristas renomados, membros do meio acadêmico, todos eram taxados
de corruptos e comunistas, comissionados ou comprados pela Lei Rouannet.
Cuba,
Venezuela, China e Rússia - as "ameaças comunistas" - passaram a
despertar ódio nessas pessoas, que antes de tudo são vítimas dessa exposição às
técnicas de convencimento da comunicação em massa.
Sobre
o protagonismo do Brasil na America do Sul, criaram a expressão
"Bolivarianismo".
Sempre
repetida à exaustão pela oposição interna nos microfones de uma imprensa
participante do golpe.
Sobre
os gastos sociais, sempre falavam em "projeto para se perpetuar no
poder".
Criaram
o convencimento de que o governo sempre venceria as eleições, comprando os
eleitores mais pobres com bolsas, ás custas do endividamento do Estado.
Para
cada aspecto do governo criaram um argumento simplista que nutria esses
indignados nos debates políticos que se sucederam, na internet, depois nas
ruas.
E
finalmente, contra o devido processo legal, arrumaram o argumento de que ele só
favorecia a impunidade dos políticos poderosos e deveria ser relativizado como
um mal necessário para um bem maior, que seria combater a corrupção.
Enquanto
a direita se aglutinou, alinhou discursos e formaram uma narrativa única,
embora sem consistência, e avançaram contra o governo, a esquerda se desfragmentou,
ficou sem discurso.
E o
pior: sem credibilidade com grande a operação midiática que gerava escândalos
diários contra o governo, operação bem tramada com um nome de marketing
"operação lavajato"....
E por
ai vai... ou foi...