FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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Num país
de faz-de-conta um bando tomou de assalto o poder.
Retiraram do governo
uma mulher honesta e entronaram no seu lugar um bode-velho (casado com uma
donzela arranjada), cercado por uma camarilha de ladrões.
Inquisidores midiáticos e nos tribunais abençoaram
o golpe, regado por dinheiro de empresas de patos amarelos.
O tio dos
bandoleiros, conhecido como "tio-sam", ajudou (e muito) nas
estratégias da empreitada...
A corja, com farta representação nos três poderes, tem
milhares de bobos da corte: alguns, que se autointitulam do "movimento do
país livre", gostam de bater panelas para defender seus heróis-bandidos;
outros promovem passeatas contra os direitos
sociais; detestam a ideia de justiça e igualdade e pregam o ódio em relação ao
outro, porque se acham superiores, acima do bem e do mal, cidadãos de ben$.
Não percebem que cavam para si um precipício;
acham que o buraco é para os outros.
Usando da velha política do "panis et
circenses", os golpistas entopem a mídia com dinheiro público para
entreter o povo.
Até
cientistas da academia dos escolarizados dizem em programas globais que as
instituições funcionam plenamente.
O bando imprime uma
política recessiva:
de
propósito, provocam o desemprego em massa para atender ao clamor das empresas
do século 19 com o objetivo de derrubar a massa salarial e criar as condições
objetivas para estuprarem a constituição que garante direitos.
Dizem que precisam fazer "reformas".
De fato
querem derrubar a casa para construir uma choupana.
Afinal, entendem que são os donos do pedaço e
que pobre existe para mendicar ou viver de favores.
Isso agrada o espírito cristão dos golpistas.
Aliás,
com o apoio da teologia da prosperidade, que prega um deus que abençoa os
endinheirados, os golpistas também têm as bênçãos de religiões-mercado.
Por isso,
não parece um escândalo o fato de líderes religiosos fazerem selfies com o
bode-velho.
O país de
faz-de conta está em convulsão: as polícias, os presídios, o sistema de
seguridade social estão à beira de um colapso.
Mas o rei e seu ministro plagiador, que gosta
de uma barco intitulado de "boate do amor", acham que resolvem tudo
com o báculo militar.
No país
de faz-de-conta não há limites morais e éticos: bandoleiros são altas
autoridades e governantes; juízes são deuses; mídia é tribunal; sonegadores e
corruptos de carteirinha são conselheiros do rei.
Tudo funciona normalmente...
Agora,
quando de aproxima a "festa da carne" só sobrará ao povo o recurso da
velha ironia para zombar da corja.
Afinal,
no país de faz-de-conta a educação, cumprindo sua missão docilizadora de mentes
e corações, sempre ensinou o povo a se limitar à ironia momesca e nunca
questionar sua condição de vida com vistas a transformar a realidade...