terça-feira, 23 de abril de 2013

Publicado em 23/04/2013
EDITORIAL I: PERPLEXIDADE!

Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises.

Por Geraldo Elísio

(...) Depois perdeu a esperança / Porque o perdão também cansa de perdoar (...) – Regra Três – Toquinho e Vinícius de Moraes

Aos olhos do grande público o julgamento do mensalão está se transformando em uma grande farsa visando beneficiar bandidos. Lógico, ainda que por intuição a população saiba que a Justiça é lenta e que igualmente pós-condenações recursos são cabíveis.
Mas será muito difícil para qualquer pessoa explicar filigranas jurídicas àqueles que querem ver os ladrões do povo na cadeia. Mais ainda, já começa intuitivamente a se formar um consenso em torno do qual a elites ladras se juntam para se proteger umas às outras, daí o desencanto com todas as autoridades constituídas.
Dois exemplos são bem significativos quanto aos ventos que podem virar sem explicação a qualquer tempo. A morte do coronel Hugo Chaves deu a impressão de que Nicolás Maduro venceria as eleições na Venezuela com larga margem de vantagem sobre Capriles e ocorreu o que se viu.
Da mesma forma no Paraguai, Horacio Cartes, um empresário conservador venceu as eleições. Na Argentina, Cristina Fernández de Kirchner enfrenta grandes manifestações de rua em protesto contra o seu governo.
Em países do Cone Sul da América do Sul, uma lata de goiabada que o cidadão possa levar para casa ou deixar no supermercado ao final do mês quando das compras de suprimento podem influir sim no resultado eleitoral. Nem precisa tanto se o internauta preferir trocar a lata de goiabada por um pacote de biscoito de maisena. Sei que não faltarão aqueles que dirão que este é um raciocínio simplista muito distante das teorias da ciência política. Mas igualmente não desconheço que a teoria na prática é outra.
Desconheço que os governos petistas retiraram milhões de brasileiros da linha da pobreza? Óbvio que não desconheço este fator super importante. Mas de igual forma é simples supor que todos os que subiram da linha da pobreza para a classe média baixa não querem fazer o caminho de retorno e mais que isto, tem aspirações de continuar avançando socialmente. Desconhecer tais fatores é no mínimo imprudente.
Calma, sei que virão correndo em alta velocidade os mais afoitos a brandir os argumentos de que a oposição dispõe de candidatos piores e que um eventual retrocesso trará conseqüências imprevisíveis. Ficarão decepcionados se assim o fizerem, pois concordo com eles, pois até agora não vejo nomes respeitáveis. Quem? Fernando Henrique Cardoso, o fraudador da dívida externa brasileira segundo o deputado federal delegado Protógenes Queiroz, licenciado da Polícia Federal? Não! Aécio Neves, acusado de se utilizar de drogas ilícitas e mentor da grande mentira que se chama déficit zero e permitindo que a sua irmã “Frau” Andréa “Goebbels” Neves, a “Mãos de Tesoura”, continue a exercer a censura sobre a liberdade de expressão e comunicação como o vem fazendo há muitos anos? Também não. E some-se a isto a “Gang dos Castro”, a “Máfia dos Transplantes de Órgãos de Poços de Caldas”, e o “Esquadrão da Morte do Vale do Aço”, todas as “famílias” sediadas em Minas, onde a “omertá” é mais cumprida com mais rigor do que no sul da Itália.
Marina Silva, a “ídala” das ONGs interessadas nas riquezas naturais brasileiras, inclusive a água e a biodiversidade da Amazônia? Outra vez não. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, parecido com biruta de aeroporto, a pleno sabor dos ventos? Somem-se mais um não.
Um positivo sim apenas para este sentimento de impunidade que vai corroendo a esperança popular, com direito a acreditar que uma eventual “maracutaia” que venha a beneficiar o outrora honrado Partido dos Trabalhadores – PT – de quebra beneficie ainda os “demonofrênicos tucanopatas” (copy  rigth by Gilson Lima) que já nasceram com vícios congênitos como o de entregar as riquezas brasileiras aos interesses multinacionais, condenar os velhos aposentados a uma eutanásia econômica com a implantação do fator previdenciário urdido por Fernando Henrique Cardoso e cuja votação vitoriosa para o martírio dos velhinhos foi comandada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, o atual senador por Minas Gerais, Aécio Neves – quem duvidar basta consultar os arquivos dos jornais, revistas e clippings eletrônicos.
Tudo sobre o apadrinhamento (a Justiça brasileira se não é por razões gramaticais um grande “padrinho” é uma grande “madrinha” e às vezes “madrasta”) contribuindo para a descrença popular até o dia em que a “fadiga de material” produza efeitos indesejados.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.




Editorial II: AVANÇO DE POBREZA

Por Geraldo Elísio

“Eu sou pobre, pobre, pobre / de marre dê si. Eu sou rica, rica, rica de marre dê si (...) – Cantiga de roda brasileira


Em matéria assinada para o jornal espanhol “El País” a jornalista Andrea Aguilar, de Nova York, na edição de terça feira (23), com base em informações de autoridades daquela cidade informa que quase metade da população do lugar esta tangenciando a linha da pobreza. Foram comparados dados de 2005 a 2011, o que pode demonstrar a velocidade em que o fenômeno está ocorrendo.
Segundo ela os dólares de Wall Street são mais atrativos que a cifra da pobreza que se abate sobre a “Grande Maçã”, mas a sombra avança e hoje uma família composta por dois adultos e duas crianças de não obtiver ganhos anuais de 30.949 dólares, embora os parâmetros do governo dos EUA seja de  22.811 dólares já é considerada pobre. E até agora sem direitos sociais a exemplo do SUS, no Brasil.
As autoridades informaram que 46% dos moradores de Nova York ganharam menos de 150% da cifra estabelecida como portal da pobreza, o que os inclui no grupo daqueles que tem dificuldades de chegar com os seus recursos ao final de um mês, beirando os pobres que recebem cupons para comprar alimentos e quase sempre não podem se beneficiar de outro tipo de ajuda. E a possibilidade de novos recortes em subsídios contribui para complicar mais as coisas.
Talvez seja esta uma das razões que explique o contrato assinado entre o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o jornal novaiorquino “The New York Times” para que o petista escreva uma coluna semanal naquele jornal falando da necessidade da paz, do combate à fome e fórmulas para combatê-la, notícia também estampado pelo “El País”.
Como o preço de uma casa ou outras coisas são maiores em NY, acreditavam alguns que o método de aferição governamental estava defasado no que levou uma comissão recentemente criada para a verificação de oportunidades sociais propor novos métodos sob os quais são estudados ajudas indiretas que a população recebe.
Porém, estudos realizados por Marck Levitam no período compreendido entre 2008 e 2011 em diversas áreas da cidade. Mas igualmente há indícios de que a tendência de queda foi freada. “Paradoxalmente a fortuna dos bilionários da cidade cresceu onze bilhões em um ano até alcançar os 211 bilhões, o que equivale aos ingressos anuncias de quatro milhões de família no círculo médio de Nova York”.
O que resta saber é o que tão poucos farão com muito dinheiro em detrimento de milhões, se o destino do homem é comum e de nada adianta levar fortuna nos caixões de alguém se isso for permitido? Mais lógico do meu ponto de vista é supor os graves erros daqueles que adotam as doutrinas preconizadas por Milton Friedman, ardente defensor do neoliberalismo e de Francis Fukuyama em sua louca peroração segundo a qual a história acabou.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.