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| FOLHA ONLINE 24/05/2013
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO
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Entidades ligadas aos agentes
da Polícia Federal de São Paulo, ao movimento negro e aos magistrados apoiaram
nesta sexta-feira a manifestação organizada pelo Ministério Público paulista
contra a PEC 37, proposta de emenda constitucional que limita os poderes de
investigação dos promotores.
Cerca de 200 pessoas
participaram do ato, no pátio da sede do Ministério Público paulista. Houve
palavras de ordem como, "Abaixo, abaixo, a PEC 37, o povo não é
marionete", e discursos contra a concentração de poderes nos delegados da
Polícia Federal, que apoiam a proposta.
Frei David, da Educafro, fez
um discurso atacando a violência da polícia contra a população negra e
"aqueles que ficam de braços cruzados" diante da impunidade de
policiais. Foi uma referência à suposta inércia da polícia em punir seus
agentes. "Mata-se mais jovens negros no Brasil de hoje do que no Brasil da
escravidão."
O presidente do Sindolf
(sindicato dos servidores da Polícia Federal), Alexandre Sally, prometeu mais
manifestações contra a proposta.
"Vamos fazer vigílias
permanentes no Congresso Nacional, um trabalho de convencimento, que possa
resultar em mobilização da sociedade civil. Tivemos aqui a única entidade
nacional dos magistrados e até grupos da Polícia Federal", disse o promotor
Roberto Livianu, diretor executivo do Movimento do Ministério Público
Democrático.
Jorge Araújo/Folhapress
O desembargador Sebastião Luiz Amorim, da Associação dos
Magistrados Brasileiros, criticou a PEC.
"Falo aqui em nomes dos colegas,
não de todos, mas [a investigação] é uma função muito importante para deixarmos
apenas com a polícia", disse.
Após o ato, o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa,
afirmou que o Ministério Público de São Paulo é favorável a uma regulamentação
da atuação dos promotores, mas não vai ceder do poder investigatório.
"O Ministério Público não se recusa a dialogar e a debater,
mas não acho que possamos negociar isso".


