FOLHA ONLINE
Após lançamento de Aécio,
PMDB e PT se unem
contra tucano em Minas
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
Menos
de uma semana após o senador Aécio Neves assumir a presidência do PSDB e abrir
caminho para sua candidatura ao Planalto em 2014, a oposição aos tucanos em
Minas Gerais decidiu se reorganizar em bloco para enfrentar a sigla.
Liderado
pelo PT e pelo PMDB, o grupo selou o primeiro acordo para que os partidos atuem
em unidade desde já e se mantenham afinados na eleição de 2014.
O
movimento, que inclui ainda PRB e PC do B, irá recriar na Assembleia
Legislativa o bloco "Minas sem Censura", desfeito em 2011 após
divergências
entre as siglas e pressões do governo Antonio Anastasia (PSDB).
O
acordo foi referendado em jantar em Brasília na última quarta-feira. Além das
bancadas estadual e federal das siglas, estavam os ministros do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), e da Agricultura, Antônio Andrade
(PMDB), bem como o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
O
entendimento vai além da disputa pelo governo mineiro, e envolve também o
fortalecimento do palanque da presidente Dilma Rousseff no segundo colégio
eleitoral do país. A própria
Dilma, já lançada candidata à reeleição pelo PT, movimentou-se nesse sentido ao nomear Andrade para a Agricultura.
Apesar do retorno do bloco oposicionista, o
governo do PSDB em Minas não deixará de ter maioria no Legislativo. Dos 77
deputados, tem o apoio de ao menos 50.
Mas a ação do bloco tende a
incomodar. Um exemplo já veio nesta semana, com propagandas regionais do PMDB
na TV repletas de críticas à gestão tucana no Estado.
Em 2011, o PMDB rompeu o bloco
de oposição em Minas, apenas sete meses após sua criação. Disputas municipais e
acenos do Executivo com cargos no primeiro escalão motivaram o racha.
O PSDB sempre procurou minar ou
mesmo desfazer o bloco. Deputados do PMDB chegaram a negociar cargos. Com o
racha, o partido se declarou independente.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, na ocasião, ainda tentou evitar o fim do grupo. Escalou o
ex-ministro Luiz Dulci para conversar com o PMDB, sem sucesso.
Novamente juntos, PT e PMDB
cogitam até dar dois palanques a Dilma em 2014, caso o senador Clésio Andrade
(PMDB), também presente ao jantar de quarta, insista em disputar o governo. Mas
essa possibilidade é tida como remota no PT.
O nome mais forte que desponta
como candidato do bloco é o de Pimentel.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/05/1284741-apos-lancamento-de-aecio-pmdb-e-pt-se-unem-contra-tucano-em-minas.shtml |