Crime
ambiental:
Copasa
lança esgoto sem tratamento
no
Rio São Francisco
A Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa), que deveria cuidar da qualidade da da água nos municípios
mineiros, está poluindo o Rio São Francisco – uma das mais importantes bacias
hidrográficas do Brasil.
A denúncia foi feita nessa
segunda-feira (9/9/13), na Comissão de Direitos Humanos da ALMG, por gestores
do município de Três Marias, região central do Estado. Além do despejo de
esgoto sem tratamento no rio, a empresa do Governo de Minas estaria
descumprindo contrato firmado com a Prefeitura.
A reunião foi solicitada pelo
presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT), que esteve em Três Marias
no inicio de agosto. Ele visitou locais em que a Copasa está despejando os
resíduos, mesmo já tendo sido instalada na cidade uma Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE). Durante a visita, o parlamentar ouviu denúncias de pescadores que
moram e trabalham às margens do rio. Um deles teria dito que o gerente da
Copasa afirmou em reunião realizada na Câmara Municipal que “todo o esgoto da
cidade não é nada comparado à imensidão do Rio São Francisco”.
“Estamos solicitando
urgência na apuração dos casos para que o problema seja resolvido. Estive na
cidade e encontrei muito lixo e poluição nas águas. Esse esgoto deveria ser
tratado pela ETE Três Marias, que é administrada pela Copasa”, afirmou Durval
Ângelo.
Além dos
prejuízos ao meio ambiente e à saúde das pessoas, os consumidores, que pagam
taxa de esgoto, também estão sendo lesados. O prefeito de Três Marias, Vicente
de Paulo Resende, criticou os serviços prestados pela Copasa e disse que a
cidade está pagando por um serviço que não é prestado.
“Constatamos
que a empresa tratava apenas 60% do esgoto, e por isso o mau cheiro tomava
conta da cidade. E quando o mau cheiro acabou, descobrimos que eles estavam jogando
o esgoto no rio”, afirmou o prefeito.
A prefeitura, por
meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, solicitou providências à Copasa,
mas nenhum plano de trabalho foi apresentado. A única alternativa foi multar a
empresa.
Requerimentos
– O deputado Durval Ângelo lamentou a ausência dos pescadores que não teriam
comparecido à reunião por “medo de sofrerem represálias”. Ele se comprometeu a
encaminhar requerimentos ao Ministério Público Estadual e ao Federal para que
os órgãos possam acionar a Copasa e a empresa responsável pela construção da
estação de tratamento de esgoto, a fim de obter a devida prestação do serviço.
Fonte: Minas Sem Censura