PUBLICADO EM 24/09/13
MINAS GERAIS
LARISSA
ARANTES
Dívida externa do governo
cresceu 662% desde 2008
A dívida externa do Estado de Minas Gerais aumentou 662% nos
últimos cinco anos. O montante, que era de aproximadamente R$ 1,24 bilhão em
2008, neste ano, superou R$ 9,47 bilhões. O maior salto ocorreu do ano passado
para cá: passou de R$ 5,60 bilhões para a marca atual. Nos anos anteriores, a
diferença não ultrapassava R$ 2 bilhões.
Os valores destinados à amortização da dívida externa não
seguiram um padrão no período, mas registram uma elevação de quase R$ 60
milhões em cinco anos. Em 2008, o recurso despendido foi de pouco mais de R$
118 milhões e, em 2013, está em cerca R$ 173 milhões. No decorrer dos anos
anteriores, o patamar mais baixo foi em 2010, de R$ 55 milhões.
O professor de ciências econômicas da PUC Minas Pedro Paulo
Pettersen aponta duas causas principais para o salto do débito externo. “Uma
parte da dívida externa do Estado é fruto da troca da dívida interna pela
externa. Uma outra parte da dívida foram os empréstimos contraídos para
investimentos de infraestrutura em Minas”, explicou.
De acordo
com Pettersen, os juros da dívida interna estavam muito mais altos do que os da
externa, por isso, o Executivo estadual optou pela troca. Apesar de ter juros
menores, ele alerta para o risco cambial da dívida externa, já que as operações
foram feitas em moeda estrangeira.
O
número de operações de crédito realizadas pelo governo de Minas no exterior, no
período, foi maior em 2010. Somando os oito empréstimos daquele ano, chega-se a
um total próximo de R$ 2 bilhões. O ano passado chegou bem próximo em quantidade
de empréstimos, porém, triplicou o volume de recursos contraídos. As sete
operações do período garantiram aos cofres do Estado cerca de R$ 6 bilhões.
Posição. De acordo com o governo do Estado, a
principal causa do aumento da dívida externa foi a reestruturação da dívida do
Estado com a Cemig. Visando a essa equalização, o Estado fez uma captação de
recursos em moeda estrangeira com bancos internacionais.
“Do
montante de R$ 9,47 bilhões da dívida externa, R$ 5,01 bilhões referem-se a
essa dívida decorrente da reestruturação da dívida com a Cemig, o que
representa um acréscimo de 404% em relação ao saldo de 2008 e 53% do estoque
atual da dívida externa”, detalhou o Executivo em nota.
O governo também destacou a redução em quase a
metade da taxa de juros que balizaram os créditos: de 8,18% para 4% ao ano. “O
refinanciamento ocasionou o aumento da dívida externa, mas proporcionou uma
redução da dívida global em torno de R$ 2,2 bilhões