quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ONDE DEVERIA...POR LEIS, ÉTICA E TRANSPARÊNCIA,... HAVER PROBIDADE E SERVIR COMO EXEMPLO:

Publicado em 04/11/2013
Promotoria de Minas
denuncia salários irregulares
do MPMG
Representação questiona 130 promoções, com salários de até R$ 46 mil.
Conselho Nacional vai ouvir citados e avaliar legalidade

Uma representação assinada por seis promotores da Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte pede que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão em Brasília, analise a legalidade de promoções e progressões de carreira de cerca de 130 servidores do Ministério Público Estadual de Minas Gerais. 

O procedimento foi entregue no dia 21 de outubro e, neste momento, os citados têm prazo para apresentar esclarecimentos.

Para os promotores de Justiça, as promoções e progressões concedidas não têm amparo legal. O promotor Eduardo Nepomuceno é um dos que assinam o procedimento. Segundo ele, os servidores foram beneficiados pelo chamado apostilamento – um direito concedido a servidores que, após 10 anos de exercício de cargo comissionado, incorporavam no salário a diferença da remuneração –, o qual foi extinto em 2003. 

Conforme explica Nepomuceno, eles também acabaram privilegiados por uma lei ordinária estadual que criou uma classe do plano de carreira, chamada de A, que passou a incluí-los. Contudo, com o passar dos anos, teriam tido saltos remuneratórios questionáveis, com contracheques de até R$ 46 mil. Como o valor ultrapassa o teto do MP, havia abatimentos. 

Se os valores pagos forem considerados indevidos, os servidores poderão ter que devolver os valores. “Pedimos a adequação, anulando as progressões verticais na carreira dos apostilados. A progressão vertical é possível desde que apresente uma série de requisitos constitucionais, o que não é o caso destes servidores. 

A readequação vai gerar redução salarial, o que não seria inconstitucional, se o aumento for ilegal. Além disso, pedimos que seja feito o cálculo do enriquecimento ilícito e a devolução para os cofres públicos”, disse Nepomuceno. Ele não divulgou os nomes dos servidores citados na apuração.

Ainda segundo o promotor, a investigação é antiga e foi iniciada há cerca de 10 anos, mas, neste período, a Procuradoria Geral da Justiça não tomou nenhuma medida. “Nós tentamos por três vezes recomendar à Procuradoria-Geral de Justiça de Minas que fizesse a readequação, mas os atos foram mantidos. Por isso, foi encaminhado ao conselho”, disse.

Nesta segunda-feira (4), a procuradoria informou a reportagem que ainda não foi notificada pelo conselho e, por enquanto, não vai se posicionar sobre o caso.

Apuração

De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi aberto um procedimento administrativo, que tem por relator o conselheiro Jeferson Luiz Pereira Coelho. Em publicação do dia 28 de outubro do Diário Oficial da União, o conselheiro notifica os servidores para que, querendo, se manifestem. O Ministério Público Estadual de Minas Gerais terá 15 dias para responder, prazo contado a partir da confirmação do recebimento da notificação.

O Conselho Nacional do Ministério Público informou que irá ouvir todas as partes, solicitar documentos e fazer as análises devidas. Em seguida, o relator levará o voto dele ao plenário para decisão. Não há prazo para essa análise, de acordo com o Regimento Interno do CNMP. 

As informações são do G1.