domingo, 29 de dezembro de 2013

DO JEITO QUE OS OPORTUNISTAS GOSTAM...



POR QUE EXISTEM PARTIDOS DIFERENTES COM AS MESMAS IDEOLOGIAS POLÍTICAS NO BRASIL?

Resposta:...

De acordo com o cientista político Paulo Kramer:

Nas sociedades liberal-democráticas modernas, as principais ideologias político-partidárias não costumam ser mais de cinco ou seis: esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita. De modo geral, de acordo com a chamada “lei Duverger”, formulada pelo cientista político francês Maurice Duverger, quanto mais majoritário o sistema eleitoral (a exemplo do bipartidarismo norte-americano, com Democratas e Republicanos, ou britânico, com Trabalhistas e Conservadores), menor o número de partidos efetivamente competitivos (na França, o sistema de eleição parlamentar em dois turnos também produz um ‘afunilamento’ do sistema partidário). De outra parte, quanto mais proporcional o sistema eleitoral, maior tende a ser o número de partidos efetivamente competitivos (caso, por exemplo do sistema misto alemão, que combina características majoritárias e proporcionais, exibindo duas legendas maiores — a democrata-cristã, centro-direita, CDU/CSU; e o centro-esquerdista Partido Social-Democrata, SPD — e duas menores: os Liberais (mais à direita) e os Verdes (mais à esquerda). Sistemas mais decididamente proporcionais tendem a produzir mais partidos eleitoralmente viáveis, como em Portugal ou na Espanha.

Bem, nada disso tem a ver com a licenciosidade da legislação eleitoral e partidária vigente no Brasil e que é responsável pela verdadeira orgia de 20 partidos representados na Câmara dos Deputados!
É claro que eles não representam ideologias tão diferentes a ponto de justificar esse número. A maioria dessas legendas é constituída de nanicos cuja existência quase sempre justifica-se apenas pela sua utilidade como mercadoria precio$a na hora de montar coligações eleitorais e garantir o máximo de tempo possível no horário eleitoral gratuito.