POR QUE EXISTEM PARTIDOS DIFERENTES COM AS MESMAS
IDEOLOGIAS POLÍTICAS NO BRASIL?
Resposta:...
De acordo com o cientista
político Paulo Kramer:
Nas sociedades liberal-democráticas modernas, as principais ideologias
político-partidárias não costumam ser mais de cinco ou seis: esquerda,
centro-esquerda, centro, centro-direita, direita. De modo geral, de acordo com
a chamada “lei Duverger”, formulada pelo cientista político francês Maurice
Duverger, quanto mais majoritário o sistema eleitoral (a exemplo do bipartidarismo
norte-americano, com Democratas e Republicanos, ou britânico, com Trabalhistas
e Conservadores), menor o número de partidos efetivamente competitivos
(na França, o sistema de eleição
parlamentar em dois turnos também produz um ‘afunilamento’ do sistema
partidário). De outra parte, quanto mais proporcional o sistema eleitoral, maior tende a ser o número de partidos efetivamente
competitivos (caso, por exemplo do
sistema misto alemão, que combina características majoritárias e proporcionais,
exibindo duas legendas maiores — a democrata-cristã, centro-direita, CDU/CSU; e
o centro-esquerdista Partido Social-Democrata, SPD — e duas menores: os
Liberais (mais à direita) e os Verdes (mais à esquerda). Sistemas mais decididamente proporcionais tendem
a produzir mais partidos eleitoralmente viáveis, como em Portugal ou na
Espanha.
Bem, nada disso tem a ver com a
licenciosidade da legislação eleitoral e partidária vigente no Brasil e que é
responsável pela verdadeira orgia de 20 partidos representados na Câmara dos
Deputados!
É claro que eles não representam
ideologias tão diferentes a ponto de justificar esse número. A maioria dessas
legendas é constituída de nanicos cuja existência quase sempre justifica-se
apenas pela sua utilidade como mercadoria precio$a na hora
de montar coligações eleitorais e garantir o máximo de tempo possível no
horário eleitoral gratuito.