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28/01/2014
BH sofre com apagões:
32 bairros ficaram no escuro
por tempo mais que o permitido
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Duração média em que o consumidor ficou sem luz até novembro:11,22. Duração limite para 2013: 12,11
|
Tatiana Moraes –
Hoje Em Dia
A
qualidade da energia entregue pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
em cinco das 13 áreas de distribuição (conjuntos elétricos) de Belo Horizonte é
inferior à exigida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo levantamento realizado pelo Hoje em Dia, nessas
regiões, que concentram 32 bairros, o máximo de tempo em que os consumidores
podiam ficar no escuro durante todo o ano de 2013 foi superado ainda em
novembro. Os dados de fechamento de 2013, que incluem dezembro, serão divulgados
no mês que vem.
Entre os conjuntos elétricos que apresentaram os piores
resultados está o BH Adelaide, que abrange sete bairros: Caiçara, Pedro II,
Minas Brasil, Padre Eustáquio, Glória, Alípio de Melo e Santo André, na Região
Noroeste de Belo Horizonte.
Os consumidores desses bairros poderiam ficar, no máximo, 6
horas no escuro em 2013. No entanto, entre janeiro e novembro, o tempo limite
já havia sido estourado em 24 minutos. Como reflexo, pequenos comerciantes
sofrem as consequências.
É o caso da unidade da Sorveteria Almeida, localizada no
bairro Padre Eustáquio. Por dia, o estabelecimento produz 400 kg de sorvete e
70 kg de açaí, tanto para vender no local quanto para distribuir. Para driblar
a falta de luz, o proprietário, Antônio Morais Siqueira, afirma que costuma
alugar geradores de eletricidade sempre que a energia apresenta falhas. “Se eu
não alugar o gerador, perco tudo. Gasto um pouco mais, mas deixo de perder. O
problema é que as falhas são frequentes, aumentando o meu gasto”, critica.
Quem costuma perder muito e ainda deixa de vender é a Blitz
do Açaí, localizada na avenida Silviano Brandão, no Horto. O bairro faz parte
de um conjunto elétrico que abrange, ainda, Sagrada Família, Cidade Nova, Nova
Vista e Colégio Batista, nas regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte. Nesses
bairros, o tempo máximo em que os consumidores poderiam ficar no escuro em 2013
foi de 4 horas. Porém, o indicador já chegou a 5h42min em novembro.
“A luz sempre cai aqui na região”, afirma o proprietário da
Blitz do Açaí, Felipe Silva. Ele comenta que, quando há falhas na eletricidade,
o prejuízo é enorme. “Uma vez a luz acabou à noite. Quando chegamos para
trabalhar, pela manhã, tudo estava descongelado. Perdemos tudo”, diz. Além
disso, ele comenta que as máquinas de cartão de crédito deixam de funcionar,
impossibilitando as vendas.
Do outro lado da cidade, na Região Oeste, os bairros que
ficaram no escuro tempo maior do que o permitido foram Gutierrez, Santo
Agostinho, Barroca, Grajaú e Jardim América, que formam o conjunto elétrico
Gutierrez. Enquanto o limite máximo era de 5 horas no escuro, os bairros
ficaram 5h53min sem energia.
A proprietária da Pizzaria Capas, especializada em delivery
no Jardim América, Dinalva Franco, sentiu no bolso as interrupções. Sem luz, ela
não consegue receber os pedidos por telefone, que para de funcionar, nem
receber pagamentos com cartão de crédito, já que as máquinas não podem ser
carregadas.
“O delivery funciona das 18h às 22h40. Já ficamos esse
tempo todo sem entregar, sequer, uma pizza. Sem contar que corremos o risco de
perder os produtos perecíveis”, diz.
Os outros bairros que ficaram mais tempo no escuro do que o
limite máximo estipulado pela Aneel são Planalto, São Luiz, Venda Nova, Vila
Clóris, Tupi, Floramar, Heliópolis e Jaqueline, que compõem o conjunto elétrico
Pampulha, além dos que formam o conjunto São Marcos: São Marcos, Santa Inês,
Goiânia, Nazaré, Guarani, Ribeiro de Abreu e São Gabriel.