quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SADISMO COMPULSIVO...

Publicado em 06/01/2014
Advogado,
irmão do promotor André Luiz,
foi preso para ser eliminado
Relatório comprova que grupo comandado pelo promotor André Luiz
tentou exterminar seu irmão dentro do presídio ao colocá-lo com presos comuns

Por Marco Aurélio Carone

Após a publicação das reportagens; “Promotor que acusou irmão transforma-se em principal suspeito”  e “Um promotor especializado em fraudar para condenar”, Novojornal recebeu no final do ano passado uma denúncia informando que o promotor André Luiz Garcia de Pinho planejara a morte de seu irmão Marco Antônio, através de sua prisão ocorrida em fevereiro de 2010. 
Nossa reportagem tentou sem sucesso, junto a Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas Gerais, respostas para as denúncias. 

Diante da negativa da Secretaria, Novojornal buscou informações junto a fontes do sistema prisional, descobrindo que as informações recebidas eram verdadeiras, tendo acesso ainda a documentos, comprovando que desde 2010 a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais tinha conhecimento da tentativa de execução de Marco Antônio, e que a mesma fora investigada depois do relatado no Boletim de Ocorrência Interna do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional da Gameleira, datado de 11 de fevereiro de 2010.

Ou seja;

“Senhor Diretor, relato para o vosso conhecimento que durante o procedimento de bonde (transferência), banho de sol, visita, estávamos o GM com todos os componentes impedidos, quando o Coordenador França foi colocar o preso Marco Antonio Garcia de Pinho no Pátio “B” juntamente com outros detentos do Bonde, o adverti de que se tratava de um ex-policial e solicitei que o referido preso permanecesse sob nossa responsabilidade até que fosse encontrado um lugar adequado para colocá-lo, uma vez que o preso também é advogado-OAB 84289 e o mesmo informou que estava na cela 4, quando um agente do qual não se sabe o nome, mas lembra-se de suas características e que trabalha no plantão noturno, o retira da cela dizendo que era a mando do Diretor desta, e o encaminhou para uma cela próxima à entrada da unidade, segundo ainda relatou o preso que, há aproximadamente uns sessenta marmitex com resto de comida e ratos.”
O documento comprova que por ordens “do diretor”, o advogado Marco Antônio Garcia de Pinho, embora advogado e ex-policial, com uma tatuagem da Polícia Civil mineira nas costas, foi colocado no pátio junto com os detentos comuns, o que o levaria fatalmente a morte, não fosse à intervenção do coordenador do presídio conforme narrado no boletim comunicando o fato.

Relata ainda a briga causada com agentes do sistema prisional da Gameleira, em função da intervenção do coordenador para que a morte não se consumasse, e o horror vivido por Marco Antônio no presídio ao ser colocado em uma cela junto com restos de comidas e ratos. Embora a Secretaria de Defesa Social se recuse a informar, constatamos que as investigações foram concluídas sem que os envolvidos fossem processados ou punidos. 

O caso envolvendo o promotor mineiro André Luiz Garcia de Pinho e seu irmão Marco Antônio, demonstra a cumplicidade do mundo oficial, comprovando o funcionamento também no sistema prisional do esquema montado por integrantes do Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Civil e agora da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais.

O extermínio, isolamento e exclusão dos “indesejados pela elite social e política”, que no passado ocorria no Manicômio de Barbacena através de determinações “secretas”, judiciais, médicas e até mesmo familiares, como narrado no livro “Holocausto brasileiro”, da escritora mineira Daniela Arbex: 

“Para milhares de pessoas, ao longo do século XX, a estação ferroviária de Bias Fortes foi o destino final, o ponto de chegada da última viagem de suas vidas. Como os trens que transportavam judeus para os campos de concentração nazistas, o sombrio “trem de doido” mineiro levava, todos os dias, não apenas pacientes psiquiátricos, mas também homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, filhas problemáticas, mendigos, alcoólatras, pessoas tristes, tímidas e todo o tipo de gente considerada fora da norma social, para o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena”.

O governo mineiro que pretende mostrar-se como modelo a ser implantado no País através da pretendida eleição presidencial de seu principal líder, Aécio Neves, mantém hoje funcionando em pleno Século XXI  um modelo idêntico ao de Barbacena, em seu sistema prisional. A exemplo do noticiado por diversas vezes pelo Novojornal, em relação à permanência em prisão política, pois sem qualquer condenação, de Nilton Monteiro, pessoa incômoda, pois desnudou com provas a corrupção da elite tucana mineira, através da “Lista de Furnas” e “Mensalão Mineiro”.

Documentos que fundamentam a matéria:




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