terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O BRASIL NÃO TEM MAIS ESPAÇO PARA OUTRO " COLLOR " ...


PUBLICADO EM 10/02/2014
A QUEDA ENERGÉTICA
DE AÉCIO
O texto de Aécio Neves desta segunda-feira, 10/02/14, abusa da paciência dos leitores e leitoras, com sua arenga privatista sobre as linhas de transmissão de energia do sistema hidroelétrico brasileiro.
Claro que ele não defende abertamente mais privatizações no setor. Seus cálculos eleitorais o impedem de ser sincero.
O que ele faz é reclamar das quedas recentes de energia no Sudeste, ocorrida nos últimos dias. E o faz apostando que nossa memória o deixará impune. Errou de novo. As recentes quedas no “sistema” não se comparam aos apagões de FHC. Quando, aliás, Aécio era presidente da Câmara dos Deputados. Quem pesquisar e achar algum pronunciamento sério do então deputado tucano sobre o tema, ganhará uma viagem...
Agora ele vem posar de entendido no assunto. De interrupções de fornecimento de energia ele entende apenas como consumidor e como governador privatista. A CEMIG, “estatal” mineira controlada – de fato – pela Andrade Gutierrez, ficou rankeada em 2012, em 25º lugar, dentre as 35 maiores empresas do país, em termos da qualidade dos serviços prestados. Os números de 2013 ainda não saíram, mas nada há que indique uma melhora dos mesmos. Detalhe: em 2011 a CEMIG ficou em 20º lugar.
O resto do texto do senador é o blá-blá-blá insinuante da prática de privatização. Ao reclamar de baixos investimentos na criação de infraestrutura para as linhas de transmissão, o recado que ele manda é um só: entregue-se tudo para empresas privadas e que elas sejam remuneradas pelos consumidores com tarifas mais altas.
Enfim, o debate sobre energia é sério demais para ser tratado com tanta superficialidade, como é feito pelo presidenciável tucano.
Essa pobreza programática decorre de três fatores: a necessidade de disfarçar o projeto privatista que lhe é inerente; a incapacidade de responder à estruturação do sistema feita pela então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff; e a evidente crise em sua campanha, que se manifestou em mais uma turnê por São Paulo, com a recorrente ausência do governador tucano Geraldo Alckmin.
A pane energética em seu projeto de poder é visível. Senador Aécio Neves, desejamos melhoras.