PUBLICADO EM 10/02/2014
A QUEDA ENERGÉTICA
DE AÉCIO
O texto de Aécio Neves
desta segunda-feira, 10/02/14, abusa da paciência dos leitores e leitoras, com
sua arenga privatista sobre as linhas de transmissão de energia do sistema
hidroelétrico brasileiro.
Claro que ele não
defende abertamente mais privatizações no setor. Seus cálculos eleitorais o
impedem de ser sincero.
O que ele faz é reclamar
das quedas recentes de energia no Sudeste, ocorrida nos últimos dias. E o faz
apostando que nossa memória o deixará impune. Errou de novo. As recentes quedas
no “sistema” não se comparam aos apagões de FHC. Quando, aliás, Aécio era
presidente da Câmara dos Deputados. Quem pesquisar e achar algum pronunciamento
sério do então deputado tucano sobre o tema, ganhará uma viagem...
Agora ele vem posar de
entendido no assunto. De interrupções de fornecimento de energia ele entende
apenas como consumidor e como governador privatista. A CEMIG, “estatal” mineira
controlada – de fato – pela Andrade Gutierrez, ficou rankeada em 2012, em 25º
lugar, dentre as 35 maiores empresas do país, em termos da qualidade dos
serviços prestados. Os números de 2013 ainda não saíram, mas nada há que
indique uma melhora dos mesmos. Detalhe: em 2011 a CEMIG ficou em 20º lugar.
O resto do texto do senador
é o blá-blá-blá insinuante da prática de privatização. Ao reclamar de baixos
investimentos na criação de infraestrutura para as linhas de transmissão, o
recado que ele manda é um só: entregue-se tudo para empresas privadas e que
elas sejam remuneradas pelos consumidores com tarifas mais altas.
Enfim, o debate sobre
energia é sério demais para ser tratado com tanta superficialidade, como é
feito pelo presidenciável tucano.
Essa pobreza
programática decorre de três fatores: a necessidade de disfarçar o projeto
privatista que lhe é inerente; a incapacidade de responder à estruturação do
sistema feita pela então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff; e a
evidente crise em sua campanha, que se manifestou em mais uma turnê por São
Paulo, com a recorrente ausência do governador tucano Geraldo Alckmin.
A pane energética em seu
projeto de poder é visível. Senador Aécio Neves, desejamos melhoras.