24 DE FEVEREIRO DE 2014
O CAOS FABRICADO E O
BRASIL REAL
Não é por acaso que a presidenta lidera as
intenções de voto. É porque existe um reconhecimento de que o país melhorou, e
muito
NEWTON
LIMA
Os números voltam a falar por si. Depois do fracasso da
'guerra psicológica' deflagrada por setores da oposição e da mídia
conservadora, que pretendia anunciar – e celebrar – o virtual colapso da
economia brasileira, recebemos os resultados da última pesquisa eleitoral,
feita pelo instituto MDA sob encomenda da Confederação Nacional dos Transportes
(CNT). Mesmo com toda a barragem de críticas ao governo, a presidenta Dilma
Rousseff aparece como vencedora já no 1º turno.
É claro que parte da
grande mídia leu a pesquisa pelo viés do 'copo vazio', a pequena queda na
avaliação do governo, e não pelo 'copo cheio' – a vitória de Dilma no 1º turno
em todos os cenários possíveis. Ela teria 43,7% das intenções de votos, contra
17% de Aécio Neves e 9,9% de Eduardo Campos. No cenário em que Marina Silva
substitui Campos, Dilma aparece com 40,7%, Marina 20,6% e Aécio 15,1%. E, num
eventual segundo turno, a pesquisa indica que a presidenta seria reeleita
contra qualquer adversário.
A avaliação positiva
do governo, que era de 39% em novembro, caiu para 36,4%. Porém, é preciso
considerar que a margem de erro da pesquisa é de 2,2%, o que alteraria o
resultado da avaliação positiva, mas não as intenções de votos. Por outro lado,
a aprovação pessoal da presidenta é de 55%. A fotografia eleitoral do momento
mostra o favoritismo da presidenta Dilma, mas parte da mídia quer tratá-lo como
adverso ou subordinado a algum acontecimento futuro. Pelo jeito, faz parte da
estratégia da 'guerra psicológica'.
O fato é que o governo
da presidenta Dilma, formado por uma aliança de vários partidos, tem o apoio da
maioria dos brasileiros. E, para azar da oposição, a legitimidade do governo
não apenas vem dos programas de inclusão social, como o Bolsa-Família – um dos
orgulhos do PT e que agora o PSDB tenta faturar ao transformar em lei –, mas de
uma cada vez mais forte classe média.
Uma pesquisa feita
pelo Serasa e divulgada na terça-feira (18) mostra que se a classe média brasileira
formasse um país, este seria o 12º do mundo em população (108 milhões de
pessoas) e o 18º em consumo, com gastos de R$ 1,17 trilhão, o que representa
58% do crédito no Brasil. Este país pertenceria ao G20 (Grupo dos 20). Segundo
esta pesquisa, a classe C representa hoje 54% da população brasileira e, em
2023, deve chegar a 58%, ou 125 milhões de pessoas. Considera-se da classe C as
famílias com renda mensal per capita entre R$ 320,00 e R$ 1.120,00.
Portanto, não é por
acaso que a presidenta lidera as intenções de voto. É porque existe um
reconhecimento de que o país melhorou, e muito. Também não diz nada uma pequena
queda na avaliação positiva do governo; as pessoas ficam mais exigentes e
querem ainda mais qualidade de vida. Nada mais justo. Mas, muito diferente
dessa justa reivindicação, é a ideia – martelada diuturnamente na mídia – de
que o país está à beira do abismo, que a inflação vai disparar, que a indústria
nacional vai quebrar e até que a Copa do Mundo será um fiasco.
Ao contrário do que
dizem esses pregoeiros do caos, o país vive um crescimento sustentável. O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi enfático, durante coletiva para
imprensa nesta semana, ao discordar dos estudos que colocam o Brasil entre as
economias mais vulneráveis. Segundo ele, apesar da crise internacional, que
ocasionou queda nas bolsas e desvalorização de moedas, os números mostram que
estamos preparados para enfrentar essa turbulência. Ele citou os US$ 376
bilhões em reservas internacionais, a quinta maior do mundo; a menor dívida
externa em curto prazo; a estabilidade do real nos últimos seis meses, com
valorização de 0,75%; e o fato de que o Brasil foi o quinto país que mais
atraiu Investimento Externo Direto, respondendo por 4,4% do total.
A presidenta Dilma
sabe que ainda há muito por fazer e que a cidadania está cada vez mais
exigente. Ela demonstrou sensibilidade de estadista ao ouvir as vozes das ruas;
foi a primeira a dar uma rápida resposta à sociedade ao reunir, no dia 24 de
junho de 2013, todos os governadores e prefeitos de capitais para anunciar
cinco pactos: responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, mobilidade
urbana e educação. Por tudo isso, os mercadores do apocalipse, por mais que se
esforcem, não conseguirão enganar o povo brasileiro, que está cada vez mais
cioso de seus direitos.