247 - Ex-ministro do Desenvolvimento e pré-candidato
do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel afirmou nesta quinta-feira
(27) que a desoneração da folha de pagamentos e os incentivos previstos no
Plano Brasil Maior, a política industrial do governo Dilma Rousseff, evitaram
que o país entrasse em recessão e resultaram no crescimento de 2,3% anunciado
hoje pelo IBGE.
"Tivemos
uma taxa que é compatível com o que o mundo apresentou nos últimos anos. É a
terceira maior expansão do mundo e isso mostra como essa gravíssima crise
internacional afetou todos os países. Aqui no Brasil, ela foi enfrentada sem
abrir mão do emprego e do desenvolvimento do país.
Combinamos
uma alta razoável do PIB frente à forte desaceleração das economias
desenvolvidas e o menor nível de desemprego da nossa história, que ficou em
4,3% em dezembro do ano passado", observou Pimentel.
O
ex-ministro lembrou que o México, que faz parte dos chamados MINTs, grupo que
reúne, ainda, Indonésia, Nigéria e Turquia, os novos queridinhos do mercado,
cresceu apenas 1,1%. "A Turquia, que era a bola da vez, está arrasada,
enfrentando uma séria crise de desconfiança, com rápida queda das reservas
internacionais. O Brasil tem sólidos fundamentos macroeconômicos. São mais de
US$ 370 bilhões em reservas, inflação sob controle e um tremendo mercado de
consumo em expansão. Nós temos boas perspectivas de longo prazo",
argumentou.
Pimentel
também destacou como dado positivo o fato de o crescimento apresentado pelo
Brasil estar fortemente relacionado à alta dos investimentos, que aumentaram
6,3% em 2013, segundo o IBGE, e lembrou que tudo o que estava na pauta do
empresariado nacional foi enfrentado. "Carga tributária, custo-Brasil com
as concessões, redução de tarifas de energia, política industrial, com
desoneração da folha de pagamentos, incentivos aos investimentos e crédito a
juros baixos pelo BNDES. Se nós estivéssemos parados, a indústria estaria em
recessão brutal, mas cresceu 1,3%", exemplificou.
Ele
citou o Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), que, em 2013,
desembolsou R$ 82,1 bilhões para aquisição e exportação de máquinas e para
projetos de inovação, com juros e prazos de pagamento (carência e amortizações)
de 3,5% fixos ao ano e até 12 anos (no caso inovação) e de 3,5% ao ano.
"Esses recursos permitiram que as nossas empresas continuassem com seus
planos de investimento. Preservamos e criamos empregos com essa linha de
financiamento", sustentou o pré-candidato do PT. "Claro que não tem
nada perfeito. Você pode criticar a forma, se foi a melhor ou não.
Mas
é discussão de forma. A pauta foi enfrentada. Pode-se acusar o governo de
qualquer coisa, menos de inação", completou.
Para
2014, Pimentel prevê um ano ainda difícil do ponto de vista da conjuntura
internacional, mas poderá que a tendência é que o crescimento do país continue
sendo puxado pelos investimentos, uma vez que os investimentos previstos a
partir das concessões de portos, aeroportos e rodovias realizadas em 2013
começam a ser aplicados já neste ano. "Estamos reduzindo o custo logístico
com as concessões e os investimentos do PAC. No médio prazo, isso terá impacto
positivo inclusive sobre os índices de preço", concluiu.