publicado 18/03/2014
Diálogos Capitais
Fórum Brasil
Paul Krugman:
"O Brasil está
se saindo muito bem"
Em evento de
CartaCapital, Nobel de Economia lembrou que os mercados
se apaixonam e
desapaixonam por países em desenvolvimento, de forma sazonal
O economista Paul Krugman em sua palestra no Fórum Brasil: Diálogos para o Futuro |
O economista norte-americano e Prêmio
Nobel Paul Krugman disse nesta terça-feira 18 que o Brasil não enfrenta
tantos problemas hoje em dia. “É importante olhar para trás de vez em quando e
entender que momento de desastre nós passamos”, disse Krugman ao abrir o evento
"Fórum Brasil - Diálogos para o
Futuro", de CartaCapital, em
São Paulo.
“Enfrentamos o segundo maior
desastre da história. O primeiro foi a Grande Depressão. A crise recente afetou
seriamente o Produto Interno Bruto (PIB) das economias desenvolvidas. O
crescimento agora persiste lento, após o auge da crise de 2008/2009.”
No evento, Krugman lembrou que a Comissão Européia considera um
crescimento de 1% na região, em vez de 0,5%, o que pode ser visto como a
“medida do sucesso agora”. "A catástrofe foi evitada, mas o crescimento
dos países avançados é ainda vagaroso", disse ele, antes de lembrar que a
recuperação econômica de hoje é mais lenta quando se compara com a referente à
crise de 1929.
Ao analisar a crise posterior em distintas regiões do mundo, o
economista contou ter se surpreendido com a profundidade do comprometimento
político dos países de moeda única, como a Grécia.
No entanto, afirmou, o problema fundamental da política é a resposta
comum dos países avançados com a política monetária - não totalmente eficaz,
dadas as condições das economias. “A questão é: o que fazer para reanimar a
atividade com taxa de juros zero ou negativa?
As políticas fiscais poderiam ser usadas para complementar a monetária,
mas isso era impossível tanto na Europa, por causa da Alemanha, como nos
Estados Unidos, em função da oposição dos republicanos”, lembrou.
“Uma política monetária não
convencional não foi tão efetiva como se esperava. Há um processo de nos
habituarmos com esta situação econômica fraca e reduzirmos nossas expectativas.
Estamos em risco de
deflação? Talvez.”
Sobre o problema da
dívida dos países, Krugman fez o diagnóstico:
“A Europa já está na
situação japonesa”, afirmou ao se referir ao baixo crescimento com baixa
inflação. “Há um jargão para isso: a estagnação secular. Nos EUA, tivemos duas
bolhas recentemente: da tecnologia e das hipotecas. No auge dessas bolhas,
havia pleno emprego e inflação sob controle.”
Ele lembrou ainda que o
nível de investimentos está caindo, pois agora o crescimento populacional é
mais vagaroso. Além disso, ressaltou, a tecnologia emprega pouco. “Um quadro
que também piora o nível de endividamento dos países avançados.”
FED. Durante sua palestra ainda o economista
norte-americano apontou que a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, é
“dovish” (pacifista, em tradução livre) na questão das taxas de juros. “A taxa
real de juros dos títulos de dez anos está 1%, e perto de zero na Europa. Por
isso, os retornos estão muito baixos”, observou. "Então, há dinheiro
vagando à procura de remunerações mais atraentes. Isso acaba gerando bolhas,
como está ocorrendo.
O que tende a ser uma preocupação para os mercados emergentes, os chamados
Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul)".
Segundo Krugman, nestes países o retorno dos investimentos é bom. No
Brasil, por exemplo, a taxa de câmbio efetiva sofreu na crise de 2008, mas os
investidores voltaram e depois perceberam que as expectativas eram superiores à
realidade. "Os mercados se apaixonaram por alguns países em
desenvolvimento. Depois, se desapaixonaram, como ocorre sazonalmente.
Agora, o momento é do México", afirmou.
Segundo Krugman, economias emergentes, como a brasileira, têm se
mostrado mais resilientes. Com o fim do problema de dívida externa, o Brasil
tem menos exposição ao câmbio, tem mais estabilidade, com a inflação sob
controle e a política fiscal mais responsável.
As corporações brasileiras, por meio de entidades offshore, tomaram
muito empréstimo externo no valor de 300 bilhões de dólares, que é menos de 15%
do PIB, lembrou, o que também não preocupa. “O Brasil exporta primariamente
commodities e vai sofrer com a desaceleração da China. Não estamos falando de
catástrofe, mas algo que pode ser manejável.”
O que preocupa é a China, disse Krugman, “mesmo porque as estatísticas
não são totalmente confiáveis”. “Este país não vai crescer às mesmas taxas, os
investimentos serão reduzidos", alertou ao fazer um diagnóstico da China
e, consequentemente, do Brasil. "A China precisa mudar a proporção entre
investimento e consumo. Já o Brasil está se saindo muito bem”, concluiu.
*Editora da Envolverde,
especial para CartaCapital
INTERAÇÃO DO BLOGUEIRO:
ALGUNS COMENTÁRIOS NESTA EDIÇÃO DA REVISTA CARTA CAPITAL SOBRE A ANÁLISE DE PAUL KRUGMAN, PRÊMIO NOBEL
DE ECONOMIA:
A muito tempo que a grande imprensa vem bombardeando os brasileiros ,
dia e noite , com noticias pessimistas a cerca da economia , sem levar em conta
que o mundo passa pela pior crise economica da historia . O fato do pais vir se
mantendo em crescimento economico , enquanto paises mergulham na crise , e
tambem o avanco no campo do desenvolvimento social , nao mereceu quase nenhum
espaco . E contra producente o pacto com os fatos . A favor de quem ? Ouco
Bandnews e CBN todos os dias , dia e noite , e so ouco as noticias ruis . Gosto
dessas tadios , mas SEI que nao devo fiar minha opiniao pelo que essas radios
noticiao . Sinto falta de uma radio com qualidade tecnica igual a destas ,
porem com neutralidade , ou pelo menos algo proximo disso
Que bom que você identificou algo estranho, isso quer dizer que a visão
de Paul choca com a da mídia tradicional que ataca a política do governo com os
bordões de ódio que você mencionou: a patrulha anti-copa, a
"vermelhofobia", etc; então Oto, diante desse choque quem será que
está certo? Um economista ganhador do Prêmio Nobel, ou os "tudólogos"
da veja, folha, globo, etc? Esse choque é para cada um um convide para
investigar mais, basta citar o retorno econômico do porto de Mariel, o fato do
Brasil ter tido o 3º maior crescimento dentro do G-20, a nossa taxa de desemprego,
a inflação, que está no mesmo patamar do governo lula ( media de 5 e pocos por
cento ) e menor que da era FHC ( cerca de 9 a 10 % ), sera que o Brasil
realmente vai mal? Ou sera que diante dos dados o pais vai ate bem? Se o pais
vai bem por que é constantemente atacado pela mídia? Isso é algo para refletir.
Aqui em Santos, olhando pela janela o Canal do Estuário, com o Cais do
outro lado da pista, vejo o futuro. E vejo riqueza.
§
Qualquer pessoa de bom senso e bem informado sabe que o Brasil vai bem.
So que estes neoliberais do PSDB e simpatizantes querem o caos, que ver tudo
podre porque como abutres adoram o podre! Dilma 14!
Paul Krugman é um economista que tem
visão social. Consegue ver além dos números. Sabe que por trás dos números
frios da economia existem seres humanos que podem ser afetados. Sabe também que
a "mão livre" da economia não está preocupada com as pessoas e sim
com os resultados financeiros.
Parabéns à CartaCapital pela realização do evento e por ter convidado um
economista tão importante como Paul Krugman
Para mim também o Pais está muito bem.
Quero ver ver os abestados neoliberalistas contestarem o prêmio Nobel de
Economia . Ele não fala economês.