sábado, 22 de março de 2014

PARA OS QUE CONHECEM E GOSTAM DA ECONOMIA, SEM PAIXÕES E SEM PARTIDARISMOS:

publicado 18/03/2014
Diálogos Capitais
Fórum Brasil
Paul Krugman:
"O Brasil está
se saindo muito bem"
Em evento de CartaCapital, Nobel de Economia lembrou que os mercados 
se apaixonam e desapaixonam por países em desenvolvimento, de forma sazonal
O economista Paul Krugman em sua palestra no Fórum Brasil: Diálogos para o Futuro
O economista norte-americano e Prêmio Nobel Paul Krugman disse nesta terça-feira 18 que o Brasil não enfrenta tantos problemas hoje em dia. “É importante olhar para trás de vez em quando e entender que momento de desastre nós passamos”, disse Krugman ao abrir o evento "Fórum Brasil - Diálogos para o Futuro", de CartaCapital, em São Paulo.

 “Enfrentamos o segundo maior desastre da história. O primeiro foi a Grande Depressão. A crise recente afetou seriamente o Produto Interno Bruto (PIB) das economias desenvolvidas. O crescimento agora persiste lento, após o auge da crise de 2008/2009.”

No evento, Krugman lembrou que a Comissão Européia considera um crescimento de 1% na região, em vez de 0,5%, o que pode ser visto como a “medida do sucesso agora”. "A catástrofe foi evitada, mas o crescimento dos países avançados é ainda vagaroso", disse ele, antes de lembrar que a recuperação econômica de hoje é mais lenta quando se compara com a referente à crise de 1929.

Ao analisar a crise posterior em distintas regiões do mundo, o economista contou ter se surpreendido com a profundidade do comprometimento político dos países de moeda única, como a Grécia.

No entanto, afirmou, o problema fundamental da política é a resposta comum dos países avançados com a política monetária - não totalmente eficaz, dadas as condições das economias. “A questão é: o que fazer para reanimar a atividade com taxa de juros zero ou negativa?

As políticas fiscais poderiam ser usadas para complementar a monetária, mas isso era impossível tanto na Europa, por causa da Alemanha, como nos Estados Unidos, em função da oposição dos republicanos”, lembrou.

“Uma política monetária não convencional não foi tão efetiva como se esperava. Há um processo de nos habituarmos com esta situação econômica fraca e reduzirmos nossas expectativas.

Estamos em risco de deflação? Talvez.”

Sobre o problema da dívida dos países, Krugman fez o diagnóstico:
“A Europa já está na situação japonesa”, afirmou ao se referir ao baixo crescimento com baixa inflação. “Há um jargão para isso: a estagnação secular. Nos EUA, tivemos duas bolhas recentemente: da tecnologia e das hipotecas. No auge dessas bolhas, havia pleno emprego e inflação sob controle.”
Ele lembrou ainda que o nível de investimentos está caindo, pois agora o crescimento populacional é mais vagaroso. Além disso, ressaltou, a tecnologia emprega pouco. “Um quadro que também piora o nível de endividamento dos países avançados.”
FED. Durante sua palestra ainda o economista norte-americano apontou que a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, é “dovish” (pacifista, em tradução livre) na questão das taxas de juros. “A taxa real de juros dos títulos de dez anos está 1%, e perto de zero na Europa. Por isso, os retornos estão muito baixos”, observou. "Então, há dinheiro vagando à procura de remunerações mais atraentes. Isso acaba gerando bolhas, como está ocorrendo.

O que tende a ser uma preocupação para os mercados emergentes, os chamados Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul)".
Segundo Krugman, nestes países o retorno dos investimentos é bom. No Brasil, por exemplo, a taxa de câmbio efetiva sofreu na crise de 2008, mas os investidores voltaram e depois perceberam que as expectativas eram superiores à realidade. "Os mercados se apaixonaram por alguns países em desenvolvimento. Depois, se desapaixonaram, como ocorre sazonalmente.
Agora, o momento é do México", afirmou.

Segundo Krugman, economias emergentes, como a brasileira, têm se mostrado mais resilientes. Com o fim do problema de dívida externa, o Brasil tem menos exposição ao câmbio, tem mais estabilidade, com a inflação sob controle e a política fiscal mais responsável.

As corporações brasileiras, por meio de entidades offshore, tomaram muito empréstimo externo no valor de 300 bilhões de dólares, que é menos de 15% do PIB, lembrou, o que também não preocupa. “O Brasil exporta primariamente commodities e vai sofrer com a desaceleração da China. Não estamos falando de catástrofe, mas algo que pode ser manejável.”

O que preocupa é a China, disse Krugman, “mesmo porque as estatísticas não são totalmente confiáveis”. “Este país não vai crescer às mesmas taxas, os investimentos serão reduzidos", alertou ao fazer um diagnóstico da China e, consequentemente, do Brasil. "A China precisa mudar a proporção entre investimento e consumo. Já o Brasil está se saindo muito bem”, concluiu.

*Editora da Envolverde, especial para CartaCapital

INTERAÇÃO DO BLOGUEIRO:

ALGUNS COMENTÁRIOS NESTA EDIÇÃO DA REVISTA CARTA CAPITAL  SOBRE A ANÁLISE DE PAUL KRUGMAN, PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA:


Avatar
A muito tempo que a grande imprensa vem bombardeando os brasileiros , dia e noite , com noticias pessimistas a cerca da economia , sem levar em conta que o mundo passa pela pior crise economica da historia . O fato do pais vir se mantendo em crescimento economico , enquanto paises mergulham na crise , e tambem o avanco no campo do desenvolvimento social , nao mereceu quase nenhum espaco . E contra producente o pacto com os fatos . A favor de quem ? Ouco Bandnews e CBN todos os dias , dia e noite , e so ouco as noticias ruis . Gosto dessas tadios , mas SEI que nao devo fiar minha opiniao pelo que essas radios noticiao . Sinto falta de uma radio com qualidade tecnica igual a destas , porem com neutralidade , ou pelo menos algo proximo disso 

Avatar
Que bom que você identificou algo estranho, isso quer dizer que a visão de Paul choca com a da mídia tradicional que ataca a política do governo com os bordões de ódio que você mencionou: a patrulha anti-copa, a "vermelhofobia", etc; então Oto, diante desse choque quem será que está certo? Um economista ganhador do Prêmio Nobel, ou os "tudólogos" da veja, folha, globo, etc? Esse choque é para cada um um convide para investigar mais, basta citar o retorno econômico do porto de Mariel, o fato do Brasil ter tido o 3º maior crescimento dentro do G-20, a nossa taxa de desemprego, a inflação, que está no mesmo patamar do governo lula ( media de 5 e pocos por cento ) e menor que da era FHC ( cerca de 9 a 10 % ), sera que o Brasil realmente vai mal? Ou sera que diante dos dados o pais vai ate bem? Se o pais vai bem por que é constantemente atacado pela mídia? Isso é algo para refletir.

·         Avatar
Aqui em Santos, olhando pela janela o Canal do Estuário, com o Cais do outro lado da pista, vejo o futuro. E vejo riqueza.
§   

Avatar
Qualquer pessoa de bom senso e bem informado sabe que o Brasil vai bem. So que estes neoliberais do PSDB e simpatizantes querem o caos, que ver tudo podre porque como abutres adoram o podre! Dilma 14!

·         Avatar
Paul Krugman é um economista que tem visão social. Consegue ver além dos números. Sabe que por trás dos números frios da economia existem seres humanos que podem ser afetados. Sabe também que a "mão livre" da economia não está preocupada com as pessoas e sim com os resultados financeiros.
Parabéns à CartaCapital pela realização do evento e por ter convidado um economista tão importante como Paul Krugman

Avatar
Para mim também o Pais está muito bem.

Avatar
Quero ver ver os abestados neoliberalistas contestarem o prêmio Nobel de Economia . Ele não fala economês.