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– Está
em todos os planos de voo da candidatura Aécio Neves à Presidência da República
a meta de extrair, na sua Minas Gerais natal, uma diferença de 4 milhões de
votos sobre a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. A vantagem
será a condição necessária, segundo os estrategistas de Aécio, para equilibrar
as perdas que ele poderá sofrer no Nordeste. A disputa, então, seria resolvida
no Rio e em São Paulo, os dois estados mais populosos, nos quais o tucano
poderia, no mínimo, rachar o eleitorado com Dilma.
O que não fazia parte
das projeções do PSDB era que o candidato escolhido para sustentar o nome de
Aécio na condição de candidato a governador tivesse um problema – e considerado
grave o suficiente para a cogitação até mesmo de uma troca de nome.
O ex-ministro das
Comunicações do governo Fernando Henrique, Pimenta da Veiga, foi citado em
inqúerito da Polícia Federal como tendo recebido R$ 300 mil do publicitário
Marcos Valério. O processo irá correr em paralelo à campanha eleitoral. O que
os tucanos temem, naturalmente, é o sangramento da candidatura de Pimenta, que
passaria a ser alvo fácil de ataques do PT.
O problema, para os
tucanos, é que uma pura e simples troca de nome faça ruir uma composição,
costurada pessoalmente pelo presidenciável Aécio Neves, de nada menos que 18
partidos em torno do nome de Pimenta. Neste sentido, para aplacar os rumores
cada vez mais fortes da substituição do ex-ministro pelo presidente regional do
PSDB mineiro, Marcus Pestana, Aécio declarou: "será o governador",
referindo-se a Pimenta.
Ficando ou saindo, o
certo é que Pimenta da Veiga está, indiretamente, ajudando no deslanche da
candidatura do também ex-ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento no
governo Dilma. O desgaste de um, afinal, corresponde ao fortalecimento do outro,
numa eleição polarizada entre ambos.
A surpresa negativa para
os tucanos em Minas faz a alegria política da Páscoa da presidente Dilma. Ela
aumentou sobremaneira a frequência de suas viagens ao Estado, exatamente porque
sabe que é ali que o adversário Aécio pretende batê-la por goleado. Os
problemas de Pimenta, que correpondem a tropeços para Aécio, são saltos para
ela.
Marina Alertou
A hipótese de uma
eventual saída do PSB da coligação idealizada por Aécio Neves ganha força
quando se relembra que a candidata a vice na chapa socialista, a ex-senadora
Marina Silva, já havia se manifestado de forma contrária a uma aliança com os
tucanos não apenas em Minas, mas em outros colégios eleitorais importantes,
como São Paulo, por exemplo.
Um outro ponto importante
é que uma eventual saída de Pimenta da veiga em prol de um outro indicado pode
jogar por terra um acordo tácito cuidadosamente costurado entre Campos e Aécio.
Os dois pré-candidatos teriam acertado que nenhum criaria problemas ao outro em
suas respectivas bases eleitorais.
A eleição presidencial
será decisivamente influenciada pela maneira como os tucanos escolherem
resolver a crise instalada na campanha tucana de Minas.
Abaixo, notícia do
Minas247 sobre os movimentos de Pimenta da Veiga para manter seu nome na
disputa pelo governo:
Minas247 - O pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Pimenta
da Veiga, tem encontrado dificuldades para manter sua candidatura, desde que
foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Nos últimos
dias, ele se reuniu com representantes de 18 partidos para reafirmar que
continua candidato e anunciar que vai viajar pelo estado. Até o final de maio,
estão previstas visitas a 25 cidades. Internamente, o PSDB continua discutindo
a possibilidade de troca de candidato, dependendo dos desdobramentos do caso.
Uma ala do partido
avalia que, ao ser indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro,
Pimenta automaticamente ficou em posição de desvantagem na corrida e o melhor é
mesmo abandonar o barco. Mas outra ala pondera que uma desistência poderia
implodir a aliança formada para a corrida estadual, jogando por terra as
chances de o PSDB eleger seu candidato.
A primeira corrente já
fala na possibilidade de resgatar a pré-candidatura do deputado Marcus Pestana,
por exemplo. Mas o partido automaticamente correria o risco de perder aliados
como o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Por enquanto, o comando
partidário pediu que a situação seja apenas "monitorada".