postado em: 07/09/2014
É o capital especulativo,
imbecis!
por Emir Sader
Lula ou
Neca Setubal
Quem se
deixa levar pela polarização entre uma suposta “nova política” e a velha
política, deixa escapar o essencial dos dilemas da eleição presidencial deste
ano.
O neoberalismo promoveu o capital financeiro, sob sua forma especulativa – isto é, não a que financia a produção, o consumo, a pesquisa, mas a predatória, que vive da compra e venda de papeis, nao produz nem bens, nem empregos – como setor hegemônico da economia, em escala mundial e em cada pais.
O neoberalismo promoveu o capital financeiro, sob sua forma especulativa – isto é, não a que financia a produção, o consumo, a pesquisa, mas a predatória, que vive da compra e venda de papeis, nao produz nem bens, nem empregos – como setor hegemônico da economia, em escala mundial e em cada pais.
Ao promover a
desregulamentação, ao invés de se dar uma retomada da expansão econômica, houve
uma gigantesca transferência de capitais da esfera produtiva da especulativa.
Porque, como dizia Marx, o capital não está feito para produzir, mas para
acumular. Se ele encontra melhores condições – maior retorno, menos tributação,
liquidez total -, ele se concentra na esfera financeira.
No Brasil isso ocorreu no governo FHC, em que o sistema bancário sucedeu a indústria automobilística, como setor hegemônico da economia.
No Brasil isso ocorreu no governo FHC, em que o sistema bancário sucedeu a indústria automobilística, como setor hegemônico da economia.
Hoje o Brasil tem sua
economia travada pela ação predatória e anti-social do sistema financeiro, que
prefere colocar seus capitais na Bolsa de Valores e nos paraísos fiscais, ao
invés dos investimentos produtivos que o pais necessita.
O grande capital se nega a acompanhar o imenso processo de democratização econômica e social promovido pelos governos Lula e Dilma.
O grande capital se nega a acompanhar o imenso processo de democratização econômica e social promovido pelos governos Lula e Dilma.
Prefere seguir produzindo para o
consumo de luxo da alta esfera do mercado ao invés de reciclar seus
investimentos para atender as demandas das camadas emergentes da população, que
constituem um novo mercado de consumo popular em enorme expansão.
Essa é a contradição fundamental que o Brasil vive hoje. Os capitais não se dirigem para onde o projeto de democratização social, de combate à desigualdade, à miséria e à pobreza, requer, preferindo sabotar esse projeto e permanecer na esfera especulativa.
O programa da Marina não poderia ser mais explícito em consolidar essa opção, ao propor a independência do Banco Central e ao ter no seu comando político e economistas vinculados às teses neoliberais do livre comercio e à própria herdeira de um dos maiores bancos brasileiros.
Essa é a contradição fundamental que o Brasil vive hoje. Os capitais não se dirigem para onde o projeto de democratização social, de combate à desigualdade, à miséria e à pobreza, requer, preferindo sabotar esse projeto e permanecer na esfera especulativa.
O programa da Marina não poderia ser mais explícito em consolidar essa opção, ao propor a independência do Banco Central e ao ter no seu comando político e economistas vinculados às teses neoliberais do livre comercio e à própria herdeira de um dos maiores bancos brasileiros.
Sua eventual vitória significaria o
fortalecimento da hegemonia do capital financeiro sobre a economia, atentando
fortemente contra o processo de distribuição de renda do governo atual.
Esse o dilema que se coloca na campanha atual: a favor do capital especulativo – com aumento da taxa de juros e consolidação das suas posições - ou a favor da sua forte tributação e da baixa significativa da taxa de juros.
Esse o dilema que se coloca na campanha atual: a favor do capital especulativo – com aumento da taxa de juros e consolidação das suas posições - ou a favor da sua forte tributação e da baixa significativa da taxa de juros.
O que está em jogo
é o projeto de inclusão social e de democratização do país, a resolução a favor
desse projeto, com a reciclagem dos grandes investimentos para a esfera
produtiva ou dominação consolidada do capital especulativo sobre o pais.
De
forma direta:
Se por trás da próxima presidente estará o Lula ou a Neca
Setubal.