Encerrada a etapa das prisões dos empresários,
deflagrada nesta sexta (14), a operação Lava-Jato deve chegar ao seu objetivo
final: os políticos; o relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro
Teori Zavascki, deu 30 dias ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
para que decida sobre a apresentação da denúncia; Janot tem tratado o tema com
cautela, para poder fundamentar a denúncia; pelo menos, 70 parlamentares estão
envolvidos, até o momento, no esquema de pagamento de propina por contratos com
empreiteiras; os empresários presos nesta sexta devem topar novas delações, o
que tende a ampliar as provas que o procurador espera ter ao apresentar a
denúncia ao STF; fim de ano eletrizante em Brasília,
que hoje foi tomada pela
perplexidade dos políticos
247 - Encerrada
a etapa das prisões dos empresários (a 7ª fase das investigações), deflagrada
nesta sexta-feira (14), em várias partes do país, a operação Lava-Jato deve
chegar ao seu objetivo final: os políticos.
O
relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, deu 30
dias ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que decida sobre a
apresentação da denúncia.
Até
agora, Janot tem tratado o tema com cautela, pois avalia que devem ser
esgotadas todas as diligências possíveis na fase pré-processual para poder
fundamentar a denúncia, que seja impermeável a críticas da mídia e recursos de
advogados.
Pelo
menos, 70 parlamentares estão envolvidos, até o momento, no esquema de
pagamento de propina por contratos na Petrobras.
O procurador Rodrigo Janot aguarda a
finalização de todas as delações premiadas que a Polícia Federal e o Ministério
Público Federal acharem conveniente, com o cruzamento de dados bancários,
contratos e outras provas apreendidas.
A
própria Justiça Federal no Paraná, que comanda as investigações, trabalha com a
hipótese de que os próximos depoimentos dos envolvidos presos nesta sexta abram
novas frentes de investigação, como ocorreu até agora.
As prisões mais importantes hoje foram do
diretor-presidente da empresa Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho; do
diretor-presidente de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa do
Grupo Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho; do diretor de operações da
Iesa Óleo & Gás, Otto Garrido Sparenberg; do agente federal Jayme Alves de
Oliveira Filho e do ex-diretor da Petrobras, Renato de Souza Duque.
Não resta dúvida de que com essa nova
leva de executivos de empreiteiras presos, a lista dos que toparão um acordo de
delação premiada aumentará. Com o cumprimento dos 85 mandados de prisão e a
busca e apreensão nos escritórios das companhias, espera-se obter as provas
definitivas para a última etapa, que caberá ao Supremo Tribunal Federal.
Na última quarta-feira (12), Janot
confirmou que mais investigados fecharam acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal. Segundo ele, três acordos aguardam homologação da
Justiça e mais cinco ou seis estão em curso.
A lista se ampliará depois das ações de hoje.
Estas delações e a busca de provas sobre elas
serão os elementos que o procurador espera para formalizar as denúncias contra
os políticos no STF.
O fim deste ano promete ser apavorante
para os políticos de Brasília. Nesta sexta, o clima de perplexidade tomou
conta do mundo político na cidade. Parlamentares da base aliada estão preocupados
com o que consideram um avanço rápido das investigações em cima dos executivos
de grandes empreiteiras.
AELTON FREITAS
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PR
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MG
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DEPUTADO FEDERAL
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R$100.000,00
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ARACELY DE PAULA
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PR
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MG
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DEPUTADO FEDERAL
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R$200.000,00
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BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOS
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PR
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MG
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DEPUTADO FEDERAL
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R$100.000,00
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