domingo, 22 de março de 2015

O JUIZ SÉRGIO MORO DA OPERAÇÃO LAVA JATO E SUA ALIANÇA COM A MÍDIA COMERCIAL E GOLPISTA,... NO PORTAL G1 DESTA MESMA MÍDIA, A ABERTURA DE PROCESSO INVESTIGATIVO QUE IRÁ DESVENDAR A CORRUPÇÃO TUCANA / DEMOS, NAS FALCATRUAS DO TRENSALÃO EM SÃO PAULO...



FCO.LAMBERTO FONTES
JORNALISMO INTERATIVO DE ARAXÁ / MG / BR
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Postado em 20 mar 2015

Em nome do decoro,
Moro deveria ter rejeitado
o prêmio da Globo
 







                                







Moro e João Roberto Marinho:
os dois deveriam manter distância 
um do outro.

Você pode imaginar um juiz britânico – Leveson, por exemplo, o que conduziu as discussões para a regulação da mídia no Reino Unido – numa festa de um magnata da mídia como Rupert Murdoch?
A resposta cabe em três palavras: não, não e não.
Mídia e Justiça devem fiscalizar uma à outra, numa sociedade séria e adulta.
Não podem se dar tapinhas nas costas e confraternizar como velhos camaradas.
Que a Globo ignora esse princípio vital da democracia é óbvio.
Cenas constrangedoras, no calor do Mensalão, reuniram juízes do STF e jornalísticos icônicos da Globo.
Que o juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, não sabia disso é um fato novo, ainda que não surpreendente num país de Justiça partidária como o Brasil.
Num mundo menos imperfeito, Moro teria recusado um prêmio da Globo.
Polidamente, assim como um jornalista rejeita um presente caro.
Mas Moro não resistiu, e as imagens dele na premiação são lastimáveis.
A posteridade haverá de olhá-las como símbolo de um tempo de atraso no Brasil.
Não há almoço de graça, e nem prêmio.
Uma organização como a Globo não premia ninguém sem que haja interesses por trás.
Do ponto de vista prático, o que se deve esperar de alguma causa jurídica que envolva a Globo e que acabe caindo nas mãos de Moro?
A aceitação da homenagem já foi um ruim.
Mas as palavras de Moro – e o olhar deslumbrado traído pelas fotos da cerimônia – tornaram as coisas ainda piores.
Moro, segundo o site do Globo, disse ter ficado “particularmente tocado ” com os protestos de domingo.
Visto que foram protestos em que Dilma foi massacrada, a declaração de Moro não poderia ser mais reveladora.
Mais que isso, só se ele dissesse que tem andado batendo panela.
Como Joaquim Barbosa antes, Moro já se tornou o herói não dos brasileiros 
– mas da direita nacional.
Também como Joaquim Barbosa antes, a Globo já tratou de armar a gaiola para ele.
Entre sorrisos, na premiação, Moro entrou nela – para prejuízo da sociedade.

* Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises 
Diário do Centro do Mundo.




Postado em 21 de março de 2015

Ação diz respeito a período em que o estado foi governado

por Covas, Alckmin e Serra

JUSTIÇA ACEITA DENÚNCIA
CONTRA CARTEL DE TRENS
EM SÃO PAULO
Ação foi proposta pelo Ministério Público em dezembro do ano passado.

Onze empresas são acusadas de atuar de forma fraudulenta.


A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e iniciou uma nova ação contra 11 empresas acusadas de formar um cartel para obter contratos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). 
Este é o segundo processo aberto pela Justiça neste ano por causa do cartel - no primeiro, de janeiro, 15 empresas foram acionadas.
A nova ação diz respeito a contratos de 2000 a 2007, período em que o estado foi governado pelos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin, e José Serra, além de Claudio Lembo, à época no PFL.
A decisão é do juiz Marcos Pimentel Tamassia. 
Os promotores analisaram três contratos para a manutenção preventiva de trens da companhia. De acordo com a investigação, as multinacionais se uniram para fraudar licitações.
O MP diz que o esquema era simples. Quando a licitação era lançada, as empresas negociavam entre elas qual o consórcio ou empresa venceria a disputa. E, para isso, os demais competidores se comprometiam a apresentar propostas com preços maiores. Ao todo, 30 executivos de empresas suspeitas foram denunciados em ações diferentes.
A Promotoria pede nesta ação que os escritórios de todas as empresas envolvidas sejam fechados no Brasil porque elas não agiam de boa-fé na execução dos contratos. 
O MP também quer que as empresas paguem uma indenização de quase R$ 2,5 bilhões ao Estado.
“Nós entendemos que essas empresas, essas sociedades empresárias, não cumprem o seu papel social. [Elas] Se formaram apenas para atividades ilícitas e para forjar contratos e ganhar contratos através de fraudes licitatórias”, explicou o promotor Marcelo Milani.
São rés as empresas Siemens, Alstom, Bombardier, Mitsui, Temoinsa, Tejofran, MPE, MGE, Ttrans e CAF (a espanhola e sua filial brasileira).
A Bombardier disse que “reitera que jamais se envolveu em qualquer prática anticompetitiva no Brasil”. A Ttrans nega envolvimento. A CAF informou que “tem colaborado com as investigações prestando todas as informações solicitadas e respeita o trabalho das autoridades”. A Alstom diz que “não foi notificada e reitera o cumprimento de seus negócios à legislação brasileira”. A Tejofran disse que não vai se manifestar.
A Mitsui diz que, quando solicitado, “colaborará diligentemente com as autoridades brasileiras e como o processo está em andamento, a empresa não comentará o caso”. A Siemens afirmou que “proativamente compartilhou com o Cade e demais autoridades públicas documentos obtidos durante auditorias internas, que deram origem a investigações” e que “continuará apoiando as autoridades brasileiras em seus esforços”. A MPE disse que "não participa de cartéis e tão logo seja comunicada oficialmente se pronunciará junto a Justiça".
A assessoria de imprensa do PSDB informou que "o partido defende apuração rigorosa e punição rigorosa dos eventuais culpados". Em nota, a CPTM afirmou que vai aguardar a decisão final da Justiça para se pronunciar. O governo do estado disse que só vai se pronunciar quando terminar o processo. O G1 procurou as empresas Temoinsa, MGE às 13h30, mas não obteve retorno.
Depoimentos
Um dos argumentos usados pelos promotores foi o depoimento de dois executivos da Siemens. A empresa assinou um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os promotores pedem que todos os contratos sejam anulados. E que as empresas devolvam aos cofres públicos R$ 481 milhões – valor dos três contratos, sem a correção. O MP agora investiga a participação de servidores públicos no esquema. 

Em janeiro deste ano, a Justiça abriu ação de indenização contra 15 empresas suspeitas de formação de cartel em licitações dos trens do Metrô e da CPTM. O processo foi apresentado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) em agosto de 2013 e, desde então, corre na 4ª Vara da Fazenda Pública.
A princípio, seria incluída apenas a alemã Siemens, que denunciou o cartel. As outras 14 empresas foram incluídas a pedido do Ministério Público Estadual. As fraudes teriam ocorrido entre 1998 e 2008, em governos do PSDB.
Entenda o caso
A investigação de irregularidades nas licitações dos trens do Metrô e da CPTM começou a partir de um acordo de leniência (ajuda nas investigações) feito em 2013 entre umas das empresas acusadas de participar do suposto cartel, a Siemens, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça.

O desdobramento das investigações mostrou, no entanto, que o esquema poderia estar funcionando muito antes da denúncia feita pela Siemens. O suposto pagamento de propinas a governos no Brasil pela empresa Alstom teria tido início em 1997, segundo apuração iniciada pela Justiça da Suíça.
Em 2008, o jornal norte-americano "The Wall Street Journal" revelou investigações em 11 países contra a Alstom por pagamento de propinas entre 1998 e 2003. As suspeitas atingiam obras do Metrô e funcionários públicos. Foi neste ano que o Ministério Público de São Paulo entrou no caso, pedindo informações à Suíça e instaurando seu próprio inquérito.
Também em 2008 um funcionário da Siemens denunciou práticas ilegais no Brasil à sede alemã, dando detalhes do pagamento de propina em projetos do Metrô, CPTM de SP e Metrô DF. Em 2013, a Alstom recebeu multa milionária na Suíça e um de seus vice-presidentes acabou preso nos Estados Unidos.
No Brasil, a Siemens decidiu então fazer a denúncia ao Cade delatando a existência do cartel. Em dezembro, a ação chegou ao Supremo Tribunal Federal. A investigação se ampliou e mostrou que o esquema poderia ser bem mais amplo do que se imaginava.
Em 2014, o Cade ampliou o processo e passou a investigar licitações (de 1998 a 2013) em mais locais, além São Paulo e Distrito Federal. Entraram também nas apurações Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Sobrepreço de R$ 835 milhões

Os cinco contratos investigados somam R$ 2,7 bilhões em valores da época em que foram firmados, segundo cálculos do promotor. Como a intenção verificada era de superfaturar os contratos em aproximadamente 30%, a estimativa do promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Delitos Econômicos (Gedec), é que o sobrepreço tenha sido de R$ 835 milhões.

Os contratos em que há suspeita de cartel são: 1) manutenção dos trens das séries S2000, S2100 e S3000, da CPTM; 2) extensão da Linha 2-Verde do Metrô; 3) projeto Boa Viagem, da CPTM; 4) projeto da Linha-5 do Metrô, inicialmente a cargo da CPTM e aquisição de 64 trens pela CPTM.
Em abril do ano passado, a Justiça rejeitou uma das cinco denúncias.
O processo era contra quatro empresários suspeitos de fraudar uma licitação para implantar sistemas de Metrô para os trechos Ana Rosa-Ipiranga e Ana Rosa-Vila Madalena, da Linha 2-Verde.
Em sua decisão, o juiz André Carvalho e Silva de Almeida, da 30ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, afirma que “percebe-se que eventual ‘cartel’ formado com vistas a fraudar processo licitatório está inserido na ilícita conduta de fraudar a licitação, de modo que, pelo princípio da especialidade, somente este último deve prevalecer”. Como a fraude à licitação teria ocorrido em janeiro de 2005, o juiz calcula que ele prescreveu em 2013, isto é, oito anos após ter sido praticada.
Polícia Federal
Em dezembro, a Polícia Federal concluiu o inquérito do caso do cartel dos trens em São Paulo e encaminhou o caso para a Justiça Federal. No total, 33 pessoas foram indiciadas por: corrupção ativa, corrupção passiva, cartel, crime licitatório, evasão de divisas e lavagem de dinheiro - os crimes podem ser diferentes conforme o indiciado.

As empresas envolvidas teriam, entre 1998 e 2008, durante governos do PSDB, feito um acordo para dividir entre elas contratos de reformas no Metrô e na Companhia Paulista e Trens Metropolitanos (CPTM).
Entre os indiciados estão executivos que, na época, trabalhavam em empresas multinacionais e também nacionais que, de acordo com a investigação, faziam parte de um esquema que, pelos cálculos do Ministério Público de São Paulo, provocou um rombo de R$ 834 milhões. Também há ex-diretores da CPTM e o atual presidente da companhia.
A PF diz que era um jogo de cartas marcadas. As empresas não só superfaturavam em até 30% o preço das obras e dos trens, como combinavam qual delas faria a proposta vencedora de determinada licitação. Pelo acordo, quem vencia a licitação subcontratava as perdedoras. Para o esquema funcionar, as empresas pagavam propina a servidores públicos. Segundo a PF, lobistas intermediavam os pagamentos.
O esquema foi denunciado pela Siemens. 
A multinacional alemã fez um acordo com o Comitê Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e, 
em troca de não ser punida, revelou como funcionava o cartel.