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24 de
Setembro de 2015
é
editor do blog Palavra Livre
Perfil de um coxinha
Quando você pensa em um coxinha, o que lhe vem ao pensamento?
Eu, por exemplo, penso em um analfabeto político, portador de uma imensa
ignorância sobre o Brasil e o povo brasileiro, distante das realidades do povo
deste País, de temperamento e caráter frio, egoísta, rancoroso, sectário, e, o
pior de tudo, violento. Digo, violento, no sentido de verdadeiramente e
realisticamente se dispor à violência física contra as pessoas que não pensam
como um coxinha. Por seu turno, o que move o coxinha é o ódio de classe, de
fundo econômico, assim como o ódio racial. A cólera é seu combustível.
E como é construída a formação psicológica de um ser humano
coxinha? Respondo: Por intermédio da desinformação, da confusão mental sobre
história, política e sociedade, de conceitos distorcidos pelo próprio coxinha,
pelos seus pais e pelos os grupos com os quais tal reacionário sempre conviveu,
desde pequeno, bem como aprendeu, e por isto acredita, piamente, que os
direitos, ou seja, as coisas boas e necessárias da vida são para ele e seus
"iguais" usufruírem, mas, por sua vez, os deveres são obrigações para
os outros que não frequentam sua tribo. E olhe lá, pois que se dê por
satisfeito e sem reclamar, mesmo se morar em uma favela violenta, sem quaisquer
infraestruturas e acesso à educação e ao emprego dignos e de boa qualidade.
Descobrir se uma pessoa ou um bando de pessoas são coxinhas
basta ir aos bares, restaurantes, reuniões de condomínio, eventos sociais e
profissionais, escolas, faculdades, enfim, ao seu próprio emprego. Eles não tem
noção de brasilidade, porque o são completamente colonizados, apátridas,
portadores de um imenso complexo de vira-latas, detestam o Brasil e odeiam seu
povo. Contudo, são servis e puxa-sacos da gringada bem nutrida, invasora e
pirata de terras alheias, além de completamente frouxos, porque quando o pau
come esses coxinhas acostumados a vociferar pela internet e redes sociais somem
como coelhos e lebres ao tentar escapar com vida de um puma ou de um lobo.
Gente frouxa, leviana, covarde, desprovida de força telúrica e
de ideologia. Não conhece a história de lutas do corajoso e inteligentíssimo
povo brasileiro, alvo de covardias seculares de uma "elite"
entreguista e golpista, que deseja que o Brasil fique eternamente como vagão de
locomotiva, quando a verdade é que o poderoso País sul-americano de língua
portuguesa, uma das economias mais fortes e diversificadas do mundo, tornou-se
locomotiva e os coxinhas, párias, pois vazios de sentimento de brasilidade, não
perceberam que o Brasil é muito maior do que pregam suas vãs filosofias.
Pobre da nação que tem uma casa grande subalterna, subserviente,
entreguista e colonizada como a brasileira, ao tempo que covarde e violenta com
seu próprio povo. E é exatamente por intermédio desse processo vampiresco, de exploração
e irresponsabilidade social, que o coxinha rico e de classe média, geralmente
formado em alguma faculdade, luta para manter intacto o status quo que o
beneficia.
Só que é uma burrice sem igual ou tamanho, porque quanto maior a
miséria, a pobreza, a falta de condição de ter uma vida digna, maior vão ser as
probabilidades de uma sociedade, multirracial e multicultural como a Brasil,
viver em crise moral, financeira e econômica, porque quando falta pão todo
mundo briga e ninguém tem razão. Fico a imaginar se o Brasil e a América Latina
não tivessem eleitos presidentes trabalhistas, socialistas ou de esquerda, como
ocorreu a partir do inicio deste século XXI. Como estaria o Brasil agora, no
que diz respeito à violência, se não fossem implementados vários programas
sociais, desde a segurança alimentar até bolsas para alunos pobres estudar no
exterior? A violência estaria incontrolável, exponencialmente maior do que
agora. Sem dúvida!
Enquanto isto temos cidadãos coxinhas a verbalizar impropérios
pelas redes sociais e nas ruas, bem como estão a intimidar, inclusive de forma
criminosa, aqueles que não coadunam com seus pensamentos e propósitos fascistas
e elitistas, além dos maus sentimentos que os coxinhas escondiam, mas não
escondem mais, porque, definitivamente, perderam a vergonha de mostrar, sem
qualquer recato e pudor, o lado da besta-fera que emergiu de seus corações.
Realmente, diabólico...
São coxinhas que não compreendem ou desconhecem os bastidores da
política, mas, por instinto de preservação de suas "condições"
sociais, voltam-se contra o Governo Trabalhista de Dilma Rousseff, bem como
ferozmente contra uma possível candidatura de Lula, alvo predileto de suas
voracidades e campanhas sórdidas, de suas mentiras e manipulações, a ter como
fonte da miscelânea ou da maçarocada de maus fluídos e de palavras atrozes a
imprensa alienígena e de negócios privados dos magnatas bilionários e
historicamente antinacionalistas e politicamente golpistas e entreguistas.
Juntemos, simbolicamente ou metaforicamente, Satanás e Cérbero,
o cão do inferno, teremos, inapelavelmente, a mentira no lugar da verdade, a
impudicícia no lugar da virtude, o desassossego no lugar da paz, a leviandade
no lugar da prudência e o golpe político no lugar da ordem democrática. E os coxinhas
querem, no fundo, o fim da democracia e estão a pouco ligar para a corrupção,
porque demonstram tal conduta quando votam no PSDB, que, no Brasil, são
inacreditavelmente inimputáveis.
Exatamente ocorre isto, apesar das centenas de escândalos
políticos e financeiros, a exemplo do maior deles, as privatizações da Era FHC,
responsável pela venda de 125 estatais, o que fez do Brasil o País que efetivou
a segunda maior alienação de patrimônio público e a primeira roubalheira da
história da humanidade, porque realmente a privatização foi um processo surreal
e de desmonte criminoso do Estado nacional. Mesmo assim, e no final das contas,
não temos qualquer tucano preso, e olha que essa gente entreguista e, agora,
golpista, foi denunciada, com provas, pelo livro de Amaury Ribeiro Jr., "A
Privataria Tucana", bem como a Lista de Furnas existe realmente e
comprovadamente, e está nas mãos de promotores e juízes, além de policiais. Na
lista consta praticamente toda a oposição. O escândalo engavetado do PSDB e
aliados.
Stédile e a intolerância dos coxinhas fascistas
Vire-se a página e passemos a falar do líder nacional do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, um dos
maiores brasileiros da atualidade, homem de caráter, corajoso, além de ser um
pensador de alto nível e, com efeito, também respeitado no Brasil e no
exterior, por estar à frente de um movimento de âmbito nacional, histórico, que
trata da questão da terra, dos problemas sociais graves causados pelos
latifúndios, ou seja, por empresários rurais irresponsáveis e completamente
dissociados dos interesses da sociedade brasileira, da qual obtém seus
gigantescos lucros para viver nababescamente.
Eu falo do grande produtor e exportador de bens primários, que
financia políticos para barrar pautas que tratam da reforma agrária no
Congresso Nacional e nos escaninhos dos tribunais de primeira instância até os
tribunais superiores, cujos juízes, muitos deles, dão ganho de causa ao lado
poderoso, até porque inúmeros o são também fazendeiros ou filhos deles. Não há
classe mais reacionária, sectária e violenta do que o homem rico do campo, a
não ser os magnatas bilionários e donos dos meios de comunicação de negócios
privados. Estes, então, são o fim da picada. O retrocesso em toda sua essência,
o reacionarismo em toda sua plenitude — o atraso mental e social da espécie
humana.
Empresários do campo que transformam o bem inigualável e
incomparável que é a terra, pois produtora de alimentos, em terrenos para
fomentar e favorecer a especulação imobiliária, além de eles combater a
agricultura familiar, a distribuição pelo Governo Federal de terras devolutas,
bem como outras pagos que são improdutivos e mesmo assim continuam nas mãos de
quem não produz e não quer produzir. Ponto.
Gente rica e poderosa, que efetiva chicanas jurídicas e
judiciais nos tribunais, com o apoio de juízes ideologicamente de direita,
politicamente conservadores e contrários a mudanças, porque salvaguardas dos
interesses da casa grande — do establishment. A casa grande construtora de
senzalas e responsável direita pela pobreza e violência que vicejam no Brasil,
além de arquiteta das favelas e das periferias de todo o País. A casa grande da
escravidão de 350 anos, a maior vergonha nacional e responsável maior de o País
até hoje não ter realizado uma reforma agrária universal, demanda social esta,
se acontecesse, diminuiria, verdadeiramente, a violência e a pobreza que,
infelizmente, ainda existem e acontecem no Brasil.
João Pedro Stédile esteve em Fortaleza, no dia 23 deste mês, a
convite do movimento Democracia Participativa, na Universidade Federal do
Ceará, para ministrar uma palestra sobre reforma política. Ao desembarcar e se
dirigir ao estacionamento do aeroporto da capital cearense, deparou-se com uma
turba de coxinhas de classe média, todos brancos e bem alimentados, conforme se
vê no vídeo dessa desrespeitosa mobilização contra o principal dirigente do
MST. Selvagens e completamente desmiolados, além de ridiculamente
despolitizados, essa gente mal educada pensa que está acima das leis, porque
tem algum dinheiro, é de classe média, estuda ou se formou em algum curso
universitário, além de ir à Miami e Orlando para ver o Mickey e dar uma de
Pateta...
Os histriônicos e histéricos e descontrolados coxinhas, que são
abduzidos por uma imprensa de direita, corrupta e golpista desde que nasceram,
bem como também seus ancestrais mortos e vivos passaram pelo mesmo processo de
lobotomia, agora partem para a ignorância acometida de intolerância e abordam,
antidemocraticamente e desrespeitosamente, o João Pedro Stédile e sua
companheira. Eles surtaram e se tornaram um caso psiquiátrico. O cercam, o
intimidam e proferem palavrões, além de expressarem gritos de ordem ridículos,
que denotam ignorância crônica e atrofia intelectual, como "MST vai pra
Cuba com o PT!". Realmente, essa gente do poucas virtudes deveria estudar
e olhar a vida com mais tolerância e respeito.
Entretanto, e para finalizar, é importante afirmar que tal súcia
de coxinhas sem noção e analfabetos políticos foi organizada pelo
"empresário", Paulo Angelim, um fanfarrão filiado ao PSDB, o partido
elitista e sectário, que serve e governa somente para os ricos, bem como levou
o Brasil à bancarrota porque foi ao FMI três vezes, pois quebrou o País três
vezes. Essa pessoa desprovida de civilidade e que, certamente, deve se
considerar, em meio à sociedade que frequenta, uma pessoa civilizada, culta,
inteligente e, principalmente rica. Só que Paulo Angelim é o reverso e o
inverso disso tudo, além de se mostrar um completo imbecil, intolerante e
antidemocrático, porque autoritário e violento. Só isso e nada mais, além da
mediocridade.
João Pedro Stédile deveria processar tal coxinha empresário e o
responsável por tamanha ignomínia e selvageria. Tem de fazer igual aos
ex-ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Saúde, Alexandre Padilha, que
foram intimidados e ofendidos em restaurantes e hospital por coxinhas levianos,
que babam de ódio ideológico e político, como cães loucos. Os dois processaram
seus ofensores, que depois botaram o galho dentro, recuaram e pediram desculpas
públicas. O fascismo existe, porque ele se aloja nas mentes e nos corações
daqueles que estão dispostos a fazer do mundo um inferno para que possam ter
vantagens, benefícios e privilégios.
O
fascismo não passará.
É
isto aí.