FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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15 DE NOVEMBRO DE 2015
ÀS 11:28
GLOBO DEMITE REZENDE POR CRITICAR PAUTA ANTI
BRASIL
Na véspera de sua dispensa pela GloboNews,
Sidney Rezende escreveu em seu blog que há “uma obsessão em ver no governo
o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência”, situação que
“está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo”; na emissora desde
1997, um dos fundadores da CBN, o jornalista declarou no texto Chega de
notícias ruins que “uma trupe de jornalistas parece tão certa
de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível
para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é
noticiar o fato, perseguir a verdade”; na nota em que informa o fim do
contrato, a Rede Globo admitiu que “só tem elogios à conduta profissional
de Sidney, um jornalista completo”
247 - Um dia antes de ser demitido da GloboNews, onde estava desde
1997, o jornalista Sidney Rezende, um dos fundadores da rádio CBN, fez críticas
graves ao jornalismo praticado no Brasil. Em um texto intitulado “Chega de
notícias ruins”, publicado em seu perfil no Facebook e em um blog pessoal Rezende
argumentou que notícias positivas estão fora da pauta da mídia e lamentou: “Se
pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e ‘soluções’
que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que
as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.”
Para Rezende, há uma má
vontade generalizada de repórteres que se especializaram em política e
economia, cuja obsessão é ver no Governo o demônio, “a materialização do mal,
ou o porto da incompetência”. Para ele, essa situação está sufocando a
sociedade e engessando o setor produtivo”.
A demissão de Rezende
foi anunciada na sexta-feira (13). “Relações profissionais podem ser
interrompidas, sem que isso signifique que não possam ser retomadas mais
adiante. A Globo só tem elogios à conduta profissional de Sidney, um jornalista
completo'', informou a emissora em nota.
O texto que Rezende
publicou é do dia 12, e destaca que “uma trupe de jornalistas parece tão certa
de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível
para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é
noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o
real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem
suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também”.
Abaixo a íntegra das
queixas de Sidney Rezende:
ATUALIDADE. Diretor do SRZD, apresentador do "Brasil TV", da
"Rede Globo",
e âncora de telejornais da "GloboNews".
Sidney foi um dos fundadores da "CBN".
PUBLICADO EM:
23/01/2015
Chega de notícia ruim
Sidney
Rezende
Os jornalistas - eu, inclusive! - estamos com dificuldades para
entender a mensagem que a sociedade está há tempos nos enviando. É mais do que
clara a sinalização de que o cidadão está sufocado com a exagerada divulgação
de tantas notícias negativas. É como se só víssemos o lado ruim das coisas.
O que estão nos dizendo? O recado é que os meios de comunicação de massa estão
se especializando em venenos quando poderiam oferecer perfumes, também. Não se
quer inutilidades e baboseiras. Embora estejamos contaminando nosso olfato. E
acostumando nossos olhos a só percebermos a perversidade. A delicadeza está nos
tornando algo estranho.
A mais corriqueira e apressada das interpretações é aquela clássica:
"tragédia é que vende jornal". Outra, também comum, é dizer que se
publicar notícias boas ninguém vai se interessar. A minha impressão é, que se
formos por aí, estamos embarcando numa tremenda furada. Porque estamos
utilizando raciocínios velhos para problemas não tão novos.
O que precisamos é mudar o tratamento que estamos dando à notícia. Um incêndio
de pequenas proporções é um incêndio de pequenas proporções. Por que
transmitirmos 2 horas um infortúnio se 2 minutos seriam suficientes?
Uma cidade de 12 milhões de habitantes produz brigas de casal, desentendimentos
que deságuam em agressão e até assaltos. Nem tudo é notícia. Simplesmente não
merece a superestrutura de comunicação para um sujeito que teve a carteira
furtada. Se alguém foi assaltado e recebeu um tiro na principal e calma avenida
do seu bairro, sim, é notícia. Hoje, qualquer coisa está sendo confundida com
notícia. Nem tudo é.
Crianças estão morrendo vítimas de "balas perdidas". Como "balas
perdidas"? Não existem balas perdidas. O que está por aí é criminoso não
identificado. O problema é a ineficácia da polícia em localizar os autores e a
falta de diálogo com as comunidades para que elas sejam parceiras na
localização do responsável. Tem é muito veículo compondo com os governos para
não irmos a fundo e desnudar o que esta encoberto pelo poder da grana.
Se tem um Tribunal de Contas em cada estado para fiscalizar os gastos do
Executivo, indagar quem fiscaliza o Tribunal de Contas não seria nada demais.
Se são as assembleias legislativas que fiscalizam os TCEs, como seria isso
possível? Afinal, são as casas dos vereadores e deputados que cuidam das contas
dos tribunais. Quer a verdade? Ninguém fiscaliza ninguém. A sociedade fica
desorientada na hora de saber quanto ganha cada "excelência".
Você sabia que tem muito servidor lotado numa unidade e quando é requisitado
por outra recebe dos dois "empregadores"? Sai do "meu, do seu,
da sociedade". Ele mantém o salário que recebia e também leva pra casa o
salário do "novo empregador".
Existem empresas privadas que funcionam sem cumprir as leis trabalhistas e que
"propinam" o fiscal e permanecem abertas. Simples assim.
O jornalismo bom é aquele que traz a boa notícia de que vigaristas destes
naipes se deram mal e o erário foi protegido. O povo adora reportagens bem feitas
e que ajudam a sociedade. Estressá-la com notícias horríveis não nos
tranquilizam, nos entristecem. Ferem nossas almas. Notícias a serviço da
convicção que não temos condições de superar os problemas: o absurdo que
jornalistas deveriam se rebelar.
Temos que trabalhar para a sociedade e não enlouquecê-la.
PUBLICADO EM:
12/11/2015 - 09h54
Chega de notícias ruins
Sidney
Rezende
Em todos os lugares que compareço para realizar minhas
palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia
ruim'?"
O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares
tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda
reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que
temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora
achemos que isto só exista na profissão dos outros.
Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!
Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e
economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o
porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor
produtivo.
O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados
frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em
sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele
está certo.
Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei:
"o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil
defender o governo".
Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento
da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção
nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato,
perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o
que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas
e querem nos enlouquecer também.
O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na
dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E
não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de
valor do que seria o certo no cumprimento do dever.
Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por
jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para
construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é
pouco. Erramos muito.
Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam
e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade"
e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que,
para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha
carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos
iguaizinhos.
Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será
que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país
fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito
difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.
É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa
vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no
Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o
próximo. Temos responsabilidade diante da nação.
Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.
Para não perder viagem:
por que a gente não dá também notícias boas?