FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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publicado 23/11/2015
FATOS IRREFUTÁVEIS
BLOG DA HELENA
Quem
'pariu' Cunha
na
presidência da Câmara
que o
embale
Após lua de mel com Eduardo Cunha,
oposição tenta culpar PT
pela permanência do parlamentar no comando da Casa
Cunha declarou-se oficialmente oposição à
presidenta Dilma
e foi recebido de braços abertos pelos
oposicionistas
Depois de uma
intensa e prolongada lua de mel com o presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), a atual oposição federal quer jogar no colo do PT a culpa por
ele estar no cargo mesmo após denunciado pelo Ministério Público Federal e de
ter admitido ser o dono do dinheiro não declarado em contas na Suíça.
Mesmo com a mídia
oposicionista dando suporte a esta deturpação grotesca da realidade, as
lideranças do PT deveriam se comunicar melhor na hora em que fossem
questionadas. Afinal, existem os fatos irrefutáveis.
O primeiro fato é
que Eduardo Cunha não teve nenhum voto do PT para a presidência da Câmara, pois
os petistas tiveram outro candidato, Arlindo Chinaglia, com 136 votos. A
própria mídia registrou em manchetes na época da eleição "Cunha vence
PT", "Dilma sofre derrota" etc.
Cunha teve apoio
publicamente declarado de seu partido, o PMDB, e de outras 13 legendas, sendo
duas de oposição, o DEM e o SD. A soma dessas bancadas daria 218 votos. Cunha
teve mais, atingindo 267 votos.
É óbvio que se o PT
não teve votos para eleger Chinaglia, sozinho é que não terá votos para
tirá-lo, e muito menos terá influência política para convencê-lo a sair por
conta própria. Cunha é filiado ao PMDB e seu partido é o primeiro com cacife
para influenciar suas decisões políticas. Depois vêm os outros entre os 267
deputados que o elegeram.
Também contribuiu
para a eleição de Cunha os grandes veículos de comunicação ao esconder e
minimizar escândalos do passado e do presente em que o nome dele apareceu. Um
colunista relatou encontro privado de Cunha com um dos donos da TV Globo João
Roberto Marinho, em setembro do ano passado, para "fumar o cachimbo da
paz". Cunha teve uma cobertura sempre favorável do jornalismo da Globo e
de outros veículos para não atrapalhar sua chegada à presidência da Câmara.
O PSDB,
oficialmente, declarou apoio a Júlio Delgado (PSB-MG) no primeiro turno – que
teve 100 votos. Era dado como certo o apoio a Cunha no segundo turno, caso
houvesse, contra Chinaglia.
Mas a certeza de que
os tucanos se compuseram para que o resultado final fosse a vitória de Cunha
ficou escancarada com a composição dos demais cargos na mesa diretora da
Câmara. A 3ª Secretaria ficou com a deputada Mara Grabilli (PSDB-SP), eleita
com apoio de Cunha. Uma das principais atribuições da 3ª Secretaria da Câmara é
controlar o uso das passagens aéreas dos deputados. O PT ficou de fora da mesa
diretora justamente por não compor com Cunha.
As relações dos
tucanos com Eduardo Cunha só se estreitaram depois disso. Estiveram juntos na
votação da antirreforma política, votaram juntos a favor da PEC da Corrupção –
a favor do financiamento empresarial de campanhas, vetada por Dilma e declarada
inconstitucional pelo STF. Estiveram juntos na votação da terceirização
ilimitada e das pautas-bomba. Conspiraram juntos pelo golpe do impeachment,
mesmo depois que vieram ao conhecimento público as contas na Suíça. Combinaram
estratégias e rituais visando ao golpe paraguaio.
Quando o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a primeira denúncia
contra Cunha, em fins de julho, o presidente da Câmara declarou-se oficialmente
na oposição à presidenta Dilma e foi recebido de braços abertos pelos
oposicionistas, mesmo diante da gravidade da denúncia.
Os tucanos só se
manifestaram contra Cunha agora, depois que a canoa furada do impeachment
afundou. Os frequentes encontros e reuniões de tucanos com Cunha, alguns
públicos outros secretos, passaram a ser um fardo para a imagem dos tucanos.
Daí a necessidade de se manifestarem contra o ex-aliado em um processo de
descontaminação de imagem perante a opinião pública.
Assim, quando a
mídia oposicionista, que apoiou Cunha enquanto ele representou expectativa de
golpe, vier cobrar posicionamento de lideranças do PT, os petistas deveriam
responder sempre que o PT teve outro candidato à presidência da Câmara e não
votou em Cunha. O PT está há dez meses apenas respeitando a
institucionalidade imposta pela maioria que elegeu a mesa.
Como diz o dito
popular,
"quem pariu Mateus que o embale".
"quem pariu Mateus que o embale".