FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
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21 DE DEZEMBRO DE 2015 ÀS 09:51
UTC PAGOU R$ 1,7 MILHÃO
AO DEM POR PROTEÇÃO EM CPI
Um dos delatores da Lava Jato, o diretor financeiro da UTC, Walmir
Pinheiro Santana, detalhou à Procuradoria-Geral da República um acerto que
teria sido feito em 2014 entre Ricardo Pessoa, dono da empreiteira, e o então
senador Gim Argello (PTB-DF), para
que o parlamentar atuasse para que o empresário não fosse chamado a depor na
CPMI da Petrobras; em contrapartida, Pessoa faria contribuições em favor de
pessoas
indicadas por Gim Argello;
no total foram pagos R$ 1,7 milhão em favor do DEM; em favor do
PR, R$ 1 milhão; em favor do PMN, R$ 1,15 milhão; em favor do PRTB, também
foram pagos R$ 1,15 milhão, perfazendo um total de R$ 5 milhões, segundo o
delator;
o DEM
nega, os demais partidos não se pronunciaram
247 - Um dos delatores da Lava Jato, o diretor financeiro da UTC,
Walmir Pinheiro Santana, detalhou à Procuradoria-Geral da República um acerto
que teria sido feito em 2014 entre Ricardo Pessoa, dono da empreiteira, e o
então senador Gim Argello (PTB-DF).
Pelo acordo, o
parlamentar atuaria para que Ricardo Pessoa não fosse chamado a depor na CPMI
da Petrobrás. Em contrapartida, Ricardo Pessoa faria contribuições em favor de
pessoas indicadas por Gim Argello.
No total foram pagos R$ 1,7 milhão em
favor do DEM; em favor do PR, R$ 1 milhão; em favor do PMN, R$ 1,15 milhão; em
favor do PRTB, também foram pagos R$ 1,15 milhão, perfazendo um total de R$ 5
milhões.
Segundo Walmir Santana, o acerto era ‘um tipo de blindagem’ para
Ricardo Pessoa.
"No início do mês
de julho de 2014, Ricardo Pessoa se aproximou do declarante (Walmir Santana) e
afirmou ter chegado a um acordo com Gim Argello no sentido de que ele, Ricardo
Pessoa, fosse blindado em relação a CPI; que, em contrapartida, teriam que
fazer doações no valor de R$ 5 milhões a pessoas que Gim Argello
indicaria".
O executivo prestou depoimentos em 4, 5 e 6 de agosto à
Procuradoria-Geral da República.
Em um deles, Walmir
Santana contou que após a instalação da CPMI, ‘existiam umas afirmações de que
Ricardo Pessoa seria chamado para prestar depoimento’. O dono da UTC, segundo
Walmir Santana, passou a procurar ‘pessoas dessa CPMI’ e chegou a Gim Argello,
que teria ‘uma certa influência’ sobre Vital do Rêgo, então senador e
presidente da CPMI e hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo Walmir Pinheiro Santana, Ricardo Pessoa reuniu-se algumas vezes com Gim
Argello.
No depoimento, Walmir Santana declarou que o dono da UTC disse
que ‘seria procurado por uma pessoa de nome Paulo Roxo, que teria maiores
instruções de como proceder’.
“Ainda
no início de julho de 2014, Paulo Roxo esteve com o colaborador e Ricardo
Pessoa, ocasião em que Paulo Roxo passou a lista do primeiro pagamento que
seria realizado em 10 de julho”, declarou. “Seriam feitos depósitos para o PR
(R$ 1 milhão), para o DEM (R$ 500 mil), PMN (R$ 250 mil) e para o PRTB (R$ 250
mil), totalizando R$ 2,5 milhões.”
“Os pagamentos
tratados na reunião com Paulo Roxo em 18 de agosto foram realizados em 25 de
agosto; 15 de setembro e 1 de outubro de 2010; que, esses pagamentos
beneficiaram o DEM (R$ 600 mil), em 25 de agosto; em 15 de setembro também em
favor do DEM, no valor de R$ 600 mil e o último, em 1 de outubro, no valor de
R$ 300 mil em favor do PRTB e R$ 300 mil em favor do PMN; que, houve pagamentos
em 30 de julho e 15 de agosto; que, esses pagamentos decorreram de contatos telefônicos
com Paulo Roxo que o instruiu a realizar, em 30 de julho, pagamentos em favar
de PMN, R$ 300 mil, e PRTB, R$ 300 mil; que, em 15 de agosto, novamente foram
feitos pagamentos nos valores de R$ 300 mil para o PMN e R$ 300 mil em favor do
PRTB”, diz trecho do depoimento publicado por Fausto Macedo em seu blog (aqui).
O DEM negou que tenha "qualquer relação" com o ex-senador
Gim Argello, que "ademais sempre integrou partido da base do governo ao
qual o DEM faz oposição". "Em 2014, o Democratas recebeu da UTC o
valor de R$ 1 milhão, doação que foi devidamente declarada na prestação de
contas do partido junto ao TSE", informou.
O PR disse que não comentaria o assunto.
Gim Argelo e os demais
partidos não se pronunciaram.