FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
1 blogspot + 1 página com + de 50 grupos no facebook + twitter + de 780 blogs e comunidades no google+, + de 412 conexões no LinkedIn - 450.249 visualizações em 36 meses
18 de Dezembro de 2015
Embaixador, Samuel Pinheiro Guimarães foi secretário-geral do
Itamaraty
O Ajuste Levy
(até hoje),
a crise e os interesses
das Grandes Potências
O Brasil não se encontra em um
vácuo econômico e político mundial, pois o Brasil não é um pequeno país de
qualquer ponto de vista, seja de território, de população, de recursos
naturais, de parque econômico.
Além de tudo aquilo que seus trabalhadores e empresários conquistaram
e construíram, o Brasil tem um enorme potencial econômico em termos de mercado,
de recursos naturais, de parque industrial, agrícola e de serviços instalados.
E um enorme potencial político.
Mas
o Brasil se encontra no meio, e sofrendo os efeitos, de uma persistente, quase
crônica, crise econômica internacional.
E
duas graves disputas políticas, em esferas regionais, se desenrolam entre os
Estados Unidos e a Rússia e entre os Estados Unidos e a China, com
consequências para a América do Sul.
A Operação Lava Jato e o Ajuste Levy (que esperamos possa ser
abandonado com a substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa) criaram uma
crise econômica interna de graves consequências e seu desenrolar tem se
verificado muito útil às Grandes Potências, inclusive aos interesses da China.
Ao lado dos efeitos catastróficos do Ajuste Levy, a economia e o
Estado, às vésperas de um necessário programa de expansão da infraestrutura
brasileira, em que extraordinários recursos terão de ser investidos pelo
Estado, são atingidos pela Operação Lava Jato.
Esta Operação, executada
através de um sistema autoritário de delações premiadas, seletivamente vasadas
para a imprensa, e de punições extremas, sem condenação final, de executivos
das principais empresas brasileiras de capital privado as tornam vulneráveis a
aquisição por megaempresas multinacionais de engenharia, em nome de um
moralismo unilateral e midiático, que tem data no tempo, pois, até 2003, como
todos sabemos, o Brasil vivia no paraíso das virgens e dos anjos emplumados de
longos bicos.
O
fracasso do Ajuste Levy, que criou a recessão e o desemprego, através de
altíssimas taxas de juros, do corte de investimentos auto-justificado pela
queda das receitas tributárias, permitiu, apesar de fracassado, que executassem
seus objetivos ocultos de privatização, flexibilização do mercado de trabalho,
redução das conquistas e programas sociais e desnacionalização, com o objetivo
de agradar ao “Mercado”, sempre insaciável.
Executam um programa de privatização, disfarçado de venda de
ativos das empresas estatais, tal como a alienação de dois dos mais lucrativos
campos do pré-sal; está em curso um processo de desnacionalização da economia,
sem que haja qualquer reação das autoridades, como mostram os episódios
recentes da compra de 27% da AZUL pelos chineses, e do IBMEC, por 750 milhões,
por uma empresa americana, entre dezenas de outras aquisições, inclusive nas
áreas estratégicas da educação e da saúde.
Os movimentos sociais defendem a democracia contra o golpismo e a
legitimidade do mandato da Presidente Dilma Roussef, e deixam claro que este
apoio se verifica na medida em que a Presidenta execute um programa de
desenvolvimento e abandone o programa de recessão e desemprego, que é o Ajuste
Levy, ou que nome tenha.
É indispensável e urgente que
os movimentos sociais enxerguem para além da situação interna e indaguem a
quem, no exterior, o Ajuste Levy e a recessão estão beneficiando.
O Brasil, como projeto de fortalecimento de uma economia mista
capitalista, com inclusão social e soberania externa, está sendo desarticulado
pela ação dos grupos conservadores que, no Brasil, adotaram a ideologia
econômica neoliberal em sua forma extremada, em aliança com aquelas Grandes
Potências, e seus pequenos associados, a quem não interessa o desenvolvimento
autônomo do Brasil e a emergência de uma nova Potência.