
FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
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29 de Dezembro de 2015
+CARTAS E REFLEXÕES
PROFÉTICAS
+Dom Orvandil, OSF, editor.
Quem alimenta o ódio no Brasil?
Querido amigo Dr.
Adelmar Santos de Araújo
Apesar do contexto
de terrível crise que vivemos no mundo e no Brasil sobram pessoas que fazem a
gente abraçar pessoas, a nos alegrarmos com a vida e a nos entusiasmarmos com o
futuro.
Sem dúvidas, meu
caro Dr. Adelmar, és uma dessas pessoas que têm o dom da seriedade acadêmica
nos estudos e nas pesquisas, mas que sabe se emocionar com as coisas simples do
povo e da existência.
Aproximamo-nos pela
via da educação, trabalhando numa das instituições de ensino da qual és diretor
acadêmico, e, sobretudo, através de nossa comunhão com tua participação
profunda e intensa na Ibrapaz, nos fazendo
irmãos de sonhos de uma sociedade mais justa e de lutas, para que esse valor se
imponha nessas relações.
Sou muito
agradecido a ti por tua enorme disposição de ajudar as pessoas a crescer.
Sou também muito
agradecido por insistires comigo para transformar os textos de +Cartas e
Reflexões Proféticas em livro.
Abraços fortes, meu
amigo e companheiro!
Uma das
inquietações que transporto neste ano é com a pergunta sobre quem alimenta
tanto ódio em nossa sociedade.
Ódio que mata
jovens negros com as armas pagas pelo dinheiro público nas mãos da polícia, que
deveria nos proteger.
Ódio que humilha e
desconstitui as mulheres, notadamente as negras e indígenas.
Ódio do governador
do Paraná que mandou prender e a polícia bater em 213 professores do ensino
público.
Ódio do governador
de São Paulo que mandou privatizar mais de 90 escolas, sendo rechaçado e
derrotado em sua má fé por crianças e adolescentes que não se dobraram para a
indolência.
Ódio do governador
“encachoeirado” de Goiás que projeta entregar os hospitais e escolas públicas
para o mercado perverso enriquecer marginalizando a saúde e a educação dos
pobres.
O ódio dos donos da
Samarco e da Vale do Rio Doce, roubada do povo brasileiro e privatizada, que
destruiu regiões inteiras com a enchente de lama e rejeito, matou vidas
humanas, fauna e flora.
O ódio de adeptos
da direita e seguidores cegos da intolerância acusa a todos que lutam por
justiça social e pela Estatização da economia e das políticas públicas de
caráter social e os colocam no mesmo saco, seguindo o discurso absurdo da mídia
oligárquica.
O ódio dos
fundamentalistas rebaixa a religiosidade a regras cínicas, obscurantistas e
desumanas.
Espaços online
servem como canais de discriminação, de exclusão, de racismo, de desprezo, de
bullyng, de agressões a pessoas e humilhações.
Com a crise os
patrões jogam a culpa sobre os trabalhadores e os demitem para salvar seus
lucros e suas empresas.
Enfim, o que se vê
nestes últimos anos, notadamente em 2015 que finda, é a expressão da divisão
entre irmãos brasileiros.
De onde vem tanto
ódio?
Evidentemente que o
ódio jorra da classe dominante através de seu percurso histórico, passando e
parando no escravagismo, no feudalismo e agora no capitalismo e sua fase
superior, o imperialismo.
Em todas essas fazes
o tratamento dado aos que trabalham e aos que produzem riquezas sempre é o mais
cruel possível.
A classe dominante
não sobrevive sem os trabalhadores, mas contraditoriamente os odeia e os
marginaliza das riquezas que produzem.
A classe dominante
é a fonte primeira do ódio e de todas as crueldades.
A classe dominante
se impessoaliza e se institucionaliza como fonte de ódio.
Porém, como sempre
houve, a classe dominante tem rosto e seus capitães executores de crueldades.
Neste ano eles
foram fundamentais no fomento do ódio, mesmo que sua covardia não permitisse
que mostrassem suas caras de modo aberto.
Um deles teve o
nome de infância registrado como Aécio Neves.
Esse cidadão brasileiro agiu como
bandido e criminoso de primeira hora na tarefa de fomentar o ódio e a divisão
da família brasileira.
O jornalista Paulo
Nogueira definiu Aécio Brasileiro como o pior brasileiro de 2015.
Aécio conseguiu ser
pior e mais apodrecido do que Eduardo Cunha.
Não tivesse o playboy do Leblon
blindado Eduardo Cunha não teria este feito molecagens contra a democracia e
contra todo o Brasil, aprofundado a crise da governabilidade, num espetáculo de
ódio e de irresponsabilidade infantil (leia mais aqui).
Num regime
verdadeiramente democrático Aécio teria o mesmo destino de Delcídio do Amaral,
bem mais rapidamente do que a solução dada ao marginal do Mato Grosso do Sul.
Felizmente as
máscaras desses diabos começam a cair.
Para isso
contribuiu muito a grandeza de Chico Buarque de Holanda.
Um dos agressores
de Chico, Túlio Dek, que não sabe o que é trabalhar, tem raízes bem fincadas no
ódio e nele as alimenta.
Seu avô, Jairo Andrade Bezerra, é um dos fundadores da
UDR (União Democrática Ruralista), ao lado de pernóstico Ronaldo Caiado.
Essa
entidade foi criada para proteger os interesses dos latifundiários, ocultar
seus crimes contra pequenos agricultores e indígenas e impedir a reforma
agrária, causa de todos os crimes na produção agrícola.
Andrade Bezerra
envolveu-se em denúncias de trabalho escravo e de participação em homicídios.
O outro raivoso que
agrediu Chico, Alvarinho Garnero, com o seu gesto marginal e desrespeitoso,
acabou por esgarçar ainda mais as raízes do ódio.
Garnero é conhecido
como participante da ditadura, de ser bancário, membro da oligarquia financeira
e parasita que vive do suor dos trabalhadores, que tem Aécio Neves como um de
suas portas vozes.
De modo que o que
aconteceu a Chico Buarque revelou tudo da classe dominante que dissemina,
incentiva e permeia de ódio as relações sociais.
Ao sabermos de onde
vem o ódio e dos estragos que produziu na formação de monstros egoístas,
mimados e perversos conseguiremos travá-lo impedindo-o de formatar nosso
comportamento social.
Essa
desonicentização das causas do ódio expõe uma classe dominante perversa e traidora
da própria Pátria.
Ela não tem estima pelo Brasil nem por seu povo.
Nossa luta através
de gigantescas mobilizações nas ruas, praças e campos de todo o País ajudará
nosso povo a educar a generosidade e o congraçamento da família brasileira,
remédio poderoso contra o ódio.
• Abraços críticos
e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
• Dom Orvandil,
OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese
Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar
ninguém.