domingo, 24 de janeiro de 2016

É IMPRESSIONANTE A DISSIMULAÇÃO E O DESPOTISMO DE UM CIDADÃO QUE SE EDUCOU PARA SER UM PROMOTOR DE JUSTIÇA NA OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DIREITOS, E SE DETERIORA À PARTIR DE CONCEITOS E TENDÊNCIAS POLÍTICAS, INADEQUAÇÃO À QUEM DEVA TER EQUILÍBRIO MENTAL NO EXERCÍCIO DESTA PROFISSÃO: VEJA ABAIXO OS DESATINOS DESTE "PROCURADOR"



FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG

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23 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 06:48


MP SUGERE QUE LULA OCULTOU PATRIMÔNIO QUE NÃO É DELE
O procurador Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, decidiu denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que ele ocultou a propriedade de um apartamento no Guarujá, reformado pela OAS; o problema: o imóvel simplesmente não é do ex-presidente; Lula e sua esposa, Marisa Letícia, tinham uma cota de um empreendimento da cooperativa Bancoop, que foi assumido pela OAS; os antigos cotistas poderiam ficar ou não com os imóveis, mas Lula e Marisa decidiram devolvê-lo; a própria OAS afirma que é dona do imóvel, que ainda está à venda; defesa de Lula se disse estarrecida e perplexa

247- O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Cássio Conserino decidiu denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegando que ele ocultou um bem que ele simplesmente não possui. 
A suspeita do parquet é que tenha sido cometido o crime de lavagem de dinheiro na investigação sobre um apartamento triplex no Guarujá, que tinha sido reservado pela construtora OAS para a família do ex-presidente.
O problema é que Lula e sua mulher, dona Marisa Letícia, optaram por não ficar com o imóvel e devolveram ele à construtora.
Lula e Marisa tinham tão somente uma cota de um empreendimento da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que foi assumido pela OAS. 
Os antigos cotistas, entre eles o ex-presidente e a ex-primeira-dama, poderiam ficar ou não com os imóveis, mas Lula e Marisa decidiram devolvê-lo. A OAS, que pagou pela reforma do prédio, é a dona do imóvel, que continua à venda ainda hoje.
O advogado de Lula e Marisa, Cristiano Zanin Martins, rebateu com veemência as suspeitas do promotor, publicadas na noite de sexta-feira (22) pela revista Veja. "Fico perplexo em saber que um promotor esteja cogitando denunciar alguém sem ter dado a oportunidade de prévia manifestação", disse.
Já o advogado da OAS, Roberto Telhada, confirmou que a empreiteira nunca atuou para favorecer o ex-presidente. Reforçou também que o imóvel chegou a ser reservado para dona Marisa, que optou por não comprar. Ou seja: o imóvel, segundo a própria OAS, pertence à construtora.
Na avaliação do promotor Conserino, o petista ainda terá oportunidade de apresentar defesa no decorrer das apurações para tentar evitar a oferta da acusação formal. Ele suspeita ainda que a OAS usou apartamentos do prédio para lavar dinheiro ou beneficiar pessoas indevidamente.
O promotor considera indicio contra Lula um comprovante de que a OAS pagou pelo mobiliário da cozinha do triplex que pertence a ela própria, a construtora.
23 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 17:10

LULA: PROMOTOR “VIOLOU A LEI E ATÉ O BOM SENSO”

Em nota divulgada na tarde deste sábado, o Instituto Lula afirma que o promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, "violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los"; "Os advogados do ex-presidente examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor", diz a assessoria; o promotor acusa Lula, no entanto, de ocultar um patrimônio que sequer é dele; "Quanto à revista Veja, que utilizou a entrevista do promotor para mais uma vez ofender e difamar o ex-presidente Lula, será objeto de nova ação judicial por seus repetidos crimes", diz o texto

247 - O Instituto Lula afirmou em nota divulgada na tarde deste sábado 23 que o promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, "violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los".

promotor acusa Lula, no entanto, de ocultar um patrimônio que sequer é dele. Lula e sua esposa tinham uma cota de um empreendimento da cooperativa Bancoop, que foi assumido pela OAS Os antigos cotistas poderiam ficar ou não com os imóveis, mas Lula e Marisa decidiram devolvê-lo.

A própria OAS afirma que é dona do imóvel, que ainda está à venda.

A denúncia foi publicada na noite desta sexta-feira 22 pela revista Veja. Na reportagem, a defesa de Lula se disse estarrecida e perplexa. "Fico perplexo em saber que um promotor esteja cogitando denunciar alguém sem ter dado a oportunidade de prévia manifestação", disse o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.

Na nota, o Instituto Lula informa que "os advogados do ex-presidente examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor". A revista Veja também será alvo de novo processo, diz o texto.

De acordo com a assessoria, "não há crime de ocultação de patrimônio, muito menos de lavagem de dinheiro. Há apenas mais uma acusação leviana contra Lula e sua família".
Leia a nota na íntegra:
Violência contra Lula:
promotor anuncia denúncia sem ouvir defesa

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo.

O promotor violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los. E já antecipou que irá chamá-los a depor apenas para cumprir uma formalidade.

Ao contrário do que acusa o promotor – sem apresentar provas e sem ouvir o contraditório – o ex-presidente Lula e sua esposa jamais ocultaram que esta possui cota de um empreendimento em Guarujá, adquirida da extinta Bancoop e que foi declarada à Receita Federal.

O capital investido nesta cota pode ser restituído ao comprador ou usado como parte na aquisição de um imóvel no empreendimento.

Nem Lula nem dona Marisa têm relação direta ou indireta com a transferência dos projetos da extinta Bancoop para empresas incorporadoras (que são várias, e não apenas a OAS).

Não há, portanto, crime de ocultação de patrimônio, muito menos de lavagem de dinheiro. Há apenas mais uma acusação leviana contra Lula e sua família.

A atitude do promotor é incompatível com o estado democrático de direito e com o procedimento imparcial que se espera de um defensor da lei, além de comprometer o prestígio e a dignidade da instituição Ministério Público.

Quanto à revista Veja, que utilizou a entrevista do promotor para mais uma vez ofender e difamar o ex-presidente Lula, será objeto de nova ação judicial por seus repetidos crimes.

23 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 19:17

QUEM É O PROMOTOR DA VEJA QUE VAI INDICIAR LULA?

Uma das "peripécias" do promotor Cássio Conserino, "em quem a Veja deposita tantas esperanças de, finalmente, 'pegar o homem'", foi prender, numa operação espetacular, "policiais e um advogado que, supostamente, estariam envolvidos com jogos de azar. Sem provas – dá um certo trabalho obtê-las, diferentemente de manchetes – todos foram soltos. Pior, Cássio foi condenado pelo juiz Joel Birello Mandelli, da 6ª Vara Cível de Santos, a indenizar o advogado por tê-lo exposto à execração pública", destaca o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço

Por Fernando Brito, do Tijolaço

A Veja publica que o promotor de Justiça Cássio Conserino, mesmo sem ter sequer ouvido Lula, diz ter elementos para abrir inquérito contra o ex-presidente Lula pela “compra” de um apartamento que, afinal, jamis foi dele ou da família.
A Folha, como bom couro de tambor da revista dos Civita, reproduz em sua manchete do site.
Diz que Lula seria indiciado por “lavagem de dinheiro” e “ocultação de patrimônio”.
Que “lavagem de dinheiro” seria essa, parece que não vem ao caso. Como a “ocultação de patrimônio” adviria dela e se dá em relação a um bem do qual Lula, na pior das hipóteses, não teve a propriedade ou a posse, menos ainda.
Mas ninguém do jornalismo investigativo foi ao Google olhar quem é o promotor Cássio Conserino, em quem a Veja deposita tantas esperanças de, finalmente, “pegar o homem”.

Um discreto e eficaz fiscal da lei?

Conserino foi parar nas páginas por vários expedientes típicos de quem quer virar notícia.

Em 2014, a própria Folha publicou reportagem sobre uma de suas peripécias:

“Cássio recebeu por Sedex maconha sintética e pentedrona, duas drogas novas encomendadas pela internet. Comprou, pagou e recebeu no endereço combinado: o Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, maior complexo judiciário da América Latina.”

Maconha sintética seria a “AKB48” uma substância controlada a partir de 2013 na Alemanha e EUA e ainda em processo de restrição no Brasil e a pentedrona só foi colocada na lista de entorpecentes em 2015.

Mas Cássio, avant la lettre, fez uma “engenharia jurídica” para enquadrar os comercializadores e, evidentemente, gastou tempo e dinheiro público em uma “operação” em que a Justiça negou todos os seus pedidos.

Certamente não teria o mesmo desfecho se, em lugar de um espetáculo, tivesse procurado uma maneira de conduzir com discrição e pegar estes cidadãos de uma forma dentro da lei.

Antes, porém, fez outras. Numa operação também espetacular prendeu policiais e um advogado que, supostamente, estariam envolvidos com jogos de azar. Sem provas – dá um certo trabalho obtê-las, diferentemente de manchetes – todos foram soltos.

Pior, Cássio foi condenado pelo juiz Joel Birello Mandelli, da 6ª Vara Cível de Santos a indenizar o advogado por tê-lo exposto à execração pública.

Já nas prisões, outro juiz, Reynaldo da Silva Ayrosa Neto, da 2ª Vara Criminal de São Vicente , escreveu que Cássio “a um só tempo conspurcou e desrespeitou seu próprio trabalho” e  causou “verdadeiro sensacionalismo midiático, intranquilidade e comoção nos meios jurídicos e policiais locais”.

O doutor promete….

23 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 19:32

‘NÃO CABE AO MINISTÉRIO PÚBLICO VENDER REVISTA’
Para o jurista Luiz Moreira, ex-conselheiro nacional do Ministério Público até o ano passado, a conduta do promotor Cassio Conserino, de procurar a revista Veja para anunciar publicamente que já teria "indícios suficientes para denunciar" Lula, revela o contrário do que ele diz: de que não tem nada contra o ex-presidente; além de ter cometido uma infração funcional, acrescenta Moreira, em entrevista a Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania; "A sociedade brasileira investiu muito das suas expectativas no Ministério Público. Não é papel da instituição, portanto, vender revista, vender jornal. Se o promotor de Justiça tem algum elemento, ele deve se manifestar propondo a ação", afirma


O promotor de Justiça de São Paulo Cassio Conserino procurou a revista Veja para anunciar publicamente que já teria "indícios suficientes para denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo crime de lavagem de dinheiro em investigação sobre um apartamento triplex que tinha sido reservado pela construtora OAS para a família do ex-presidente".
A avaliação do promotor do Ministério Público estadual foi informada pela revista "Veja" na sexta-feira (22) no site da publicação.
Na avaliação do doutor em Direito, também titulado na Alemanha, professor de Direito na Escola Superior do MP do DF e ex-conselheiro nacional do Ministério Público até o ano passado (2010-2015), Luiz Moreira, a conduta do promotor paulista revela o contrário do que ele diz.
Ou seja: ao procurar a imprensa para fazer essa "denúncia", além de o promotor Cassio Conserino ter cometido uma infração funcional também teria deixado claro que não tem nada contra o ex-presidente. Estaria, pois, apenas em busca de holofotes. E, pior, em busca de constranger não só o MP-SP, mas, também, o Judiciário paulista.
O Blog entrevistou Moreira para entender a questão.
Blog da Cidadania – o que acha da iniciativa de um promotor paulista de procurar a revista Veja – notória por seu antipetismo – para afirmar que teria elementos para acusar o ex-presidente Lula de "lavagem de dinheiro"?
Luiz Moreira – A sociedade brasileira investiu muito das suas expectativas no Ministério Público. Não é papel da instituição, portanto, vender revista, vender jornal. Se o promotor de Justiça tem algum elemento, ele deve se manifestar propondo a ação.
Essa entrevista que ele dá à Veja tem o único propósito de tumultuar o processo, desprestigiando o Ministério Público e causando uma pressão sobre o Judiciário. Ele, com isso, quer criar um fato para justificar sua conduta.
Esse senhor está colaborando para o desprestígio do Ministério Público e pressionando o Judiciário para compartilhar a opinião dele. Não cabe ao Ministério Público vender revista, não cabe ao Ministério Público alardear um feito antes sequer do oferecimento de eventual denúncia.
Esse tipo de conduta desse promotor vem sendo absolutamente rechaçada pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Vale informar, aliás, que esse é um tema pacificado no Conselho. Ou seja: comete infração disciplinar o membro do Ministério Público que, antes de oferecer uma denúncia, a compartilha com os meios de comunicação.
Esse entendimento do CNMP decorre de que esse tipo de conduta atrapalha o processo e, assim, é um desserviço ao Ministério Público e colabora para seu desprestígio. Sem falar que constrange o Judiciário.
Blog da Cidadania – A conduta desse promotor permite alguma representação contra ele?
Luiz Moreira – Hoje, no Conselho Nacional do Ministério Público é absolutamente pacífico o entendimento segundo o qual a conduta desse promotor gera responsabilização administrativa. Isto é, ele vai responder administrativamente pela conduta despropositada que assumiu.
Ele atuou não como promotor de Justiça, mas como alguém que está disposto a vender revista.
Blog da Cidadania – E a quem caberia essa representação?
Luiz Moreira – Ao ex-presidente Lula, que é o citado. Ele pode representar ao Ministério Público de São Paulo. Mas, também, a Corregedoria do MP-SP ou a do Conselho Nacional do Ministério Público, que pode agir "de ofício".
Blog da Cidadania – Você diz que a condenação de atitudes como essa desse procurador já se tornou comum no Ministério Público. Por favor, explique melhor essa questão.
Luiz Moreira – Sim, é um entendimento pacífico, ou seja, não há mais divergência no MP de que esse tipo de conduta é reprovável e punível disciplinarmente. O Conselho Nacional do Ministério Público tem reiteradas jurisprudências, tem tomado reiteradas decisões que entendem que um membro do MP só pode falar, só pode dar entrevista após a propositura de uma ação.
Promotor não pode se antecipar – como é o caso desse promotor que acusou o ex-presidente Lula – dando uma entrevista cujo único propósito é chamar holofotes para uma questão. Nesse caso, nem se sabe se ele proporá mesmo a ação. Pode ser que daqui a uma semana, um mês, ele chegue ao entendimento de que não há elementos para propor a ação.
Com essa atitude, o promotor em questão trouxe um dano à pessoa imputada – no caso, o ex-presidente Lula – e deslegitimou uma instituição tão importante para nós, sociedade, como é o Ministério Público.
Então, o que é que o Conselho Nacional do Ministério Público tem feito? Tem punido esse tipo de conduta por acreditar que, um, deslegitima a ação da instituição e, dois, cria atrito com o Poder Judiciário.
Blog da Cidadania – Pelo que deu a entender, independentemente de esse procurador levar ou não a ação adiante e de ter ou não elementos para tanto, ele cometeu uma infração ao ir à imprensa antes de apresentar a denúncia e, de qualquer forma, pode ser punido por isso por ação do prejudicado (Lula) ou das corregedorias do MP-SP ou do CNMP. É isso?
Luiz Moreira – Exatamente. Esse é um tipo de conduta que o CNMP tem rechaçado desde a sua fundação. Ou seja, não é papel do Ministério Público alardear uma ação antes que seja proposta. Ele poderia propor a ação e, após a propositura da ação, torná-la pública, até para fins de aprendizado da sociedade.
Nesse caso, não. O único propósito desse promotor é tumultuar a questão. O que ele pretende com isso? Ele não é jornalista. Ele não é pago pelo Estado para produzir manchetes e criar clima político antes de revelar de que elementos dispõe e, com o ingresso da ação no Judiciário, mostrar que se trata de um caso sério.
Blog da Cidadania – Não dá para acreditar que esse promotor não saiba de tudo isso. Então, qual é a intenção dele?
Luiz Moreira – Antes de propor a ação, ele cria uma "onda" na opinião pública. Então, o que é que o juiz que julgará eventual ação proposta pode fazer? Ao recusar uma ação sem elementos, porém tão alardeada, o juiz cria uma tensão entre o MP e o Judiciário.
O promotor Cassio Conserino não está preocupado com isso. Ele quer holofotes, quer aparecer subindo nos ombros de um ex-presidente da República, o que, por si só, torna impossível que ele não apareça na mídia.
Blog da Cidadania – Que tipo de elementos contra Lula esse promotor pode ter, já que ele acusa o ex-presidente de ter "lavado dinheiro" com a compra de um apartamento que sequer se concretizou?
Luiz Moreira – Ele não tem é nada. O que ocorre no MP? Quando é que o promotor de Justiça dá entrevista? Ora, para não atrapalhar a ação ele aguarda, adota uma conduta estritamente técnica, apura o fato.
E por que ele tem cuidado? É porque ele não quer que vase nada para não estragar a propositura da ação. Então, ele guarda recato, propõe a ação e após essa propositura ele se manifesta publicamente.
O que é que a experiência tem demonstrado? É que, quando não há fatos, ocorre o que esse promotor fez: não faz a denúncia, mas ocupa a mídia para ter momentos de fama que suas investigações não proporcionariam por falta, justamente, de elementos.
Blog da Cidadania – Há que acreditar, portanto, que o Judiciário não embarcará nessa, certo?
Luiz Moreira – Essa falta de cuidado que o promotor está revelando tem um significado muito importante, de que não há, de fato, elementos. E, não havendo elementos, a Justiça agirá de acordo. Se a denúncia fosse feita sem elementos, como se vê que seria, com ou sem constrangimento por parte do promotor em questão ela não seria recebida pelo Judiciário paulista. Por isso, é provável que nem venha a ser feita denúncia alguma.
É isso o que revela a atitude desse promotor.

23 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 21:36

PROMOTOR RECUA: DENÚNCIA CONTRA LULA É POSSIBILIDADE
Depois de dizer categoricamente à revista Veja que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Marisa Letícia seriam denunciados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, o procurador Cássio Conserino recuou; "O Ministério Público não antecipou denúncia. Só exteriorizou, em homenagem ao interesse público que norteia a questão, que as provas coligidas apontam para a possibilidade de uma denúncia"; à Veja, ele garantiu que faria a denúncia, que ganhou a capa da publicação; no entanto, como é desvio funcional antecipar uma denúncia antes que ela seja proposta, e sem que as partes sejam ouvidas e tenham oportunidade de defesa, Conserino recuou; procurador disse que falou à revista para atender ao "anseio das ruas"; no passado, ele já foi condenado por conduta semelhante

247 – Eis o que disse o procurador Cassio Conserino, que atua na região da Baixada Santista, em entrevista à revista Veja desta semana:

"Lula e dona Marisa serão denunciados. Brevemente, eles serão chamados a depor. Vamos oferecer denúncia pelos crimes que citei, sem prejuízo dos crimes federais que esse caso também contempla".

O caso ganhou a capa de Veja, com a "bomba" de que Lula seria alvo de uma denúncia tecnicamente impossível: a ocultação de um patrimônio que não lhe pertence – um imóvel no Guarujá (SP), devolvido à construtora OAS.

Depois de ganhar os holofotes de Veja, Conserino soube que será alvo de um processo disciplinar, por meio de nota publicada pelo Instituto Lula:

"Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo.

O promotor violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los. E já antecipou que irá chamá-los a depor apenas para cumprir uma formalidade."

Antecipar aos meios de comunicação uma denúncia, antes que ela seja proposta e sem garantir o essencial direito de defesa a quem é acusado de um crime, é algo que só cabe, evidentemente, em regimes autoritários.

Quando soube que será alvo de um processo disciplinar, Conserino recuou, em entrevista à Folha (leia aqui).

A denúncia, antes líquida e certa em Veja, se transformou em mera 'possibilidade', nas páginas da Folha:
"O Ministério Público não antecipou denúncia. Só exteriorizou, em homenagem ao interesse público que norteia a questão, que as provas coligidas apontam para a possibilidade de uma denúncia".

Em seguida, ele tentou justificar sua posição com o volume dos autos:
"Apenas explicitamos as provas coligidas em regular procedimento investigatório criminal já instaurado há cinco meses e com onze volumes de investigação."

Conserino afirmou até esperar que Lula e Marisa, que antes seriam denunciados, consigam refutar suas acusações:
"Oxalá os investigados consigam refutar toda a gama de prova testemunhal, circunstancial e documental que apontam para possível crime de lavagem de dinheiro entre outros."

Ele justificou ainda sua tabelinha com Veja em razão dos "anseios sociais":
"Estamos num Estado Democrático de Direito, com imprensa livre atenta aos anseios sociais".

Em outubro de 2014, Conserino foi condenado pela Justiça por tentar espetacularizar uma investigação que conduzia (leia mais aqui).