FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
1 blogspot + 1 página com + de 50 grupos no facebook + twitter + de 810 blogs e comunidades no google+, + de 412 conexões no LinkedIn - 463.345 visualizações em 37 meses
PUBLICADO EM 22/01/16
ABSURDO NA REDE
CAROLINA CAETANO
Texto afirma que 'a mulher mineira é
famosa por ser vagabunda e arredia',
e que a única maneira de 'corrigir' isto é
violentando-a sexualmente;
página ainda traça perfil de vítima que seria 'mais
fácil'
e dá dicas de situações favoráveis para o ataque
Responsável pelo site ainda não foi
localizado
|
O assunto é
discutido à exaustão.
No
entanto, cada vez mais aparecem casos de falta de respeito com as mulheres. Um
dos mais atuais é o site que coloca à disposição dos internautas guias de como
estuprar mulheres na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outras
universidades.
O autor, que ainda não foi identificado e
localizado, inicia o texto afirmando que “a mulher mineira é famosa por ser
vagabunda e arredia, e a única maneira de corrigir isto é a violentando
sexualmente”. No decorrer do manual, que foi feito em cinco tópicos, o
criminoso monta um tipo de mulher que, para ele, seria uma vítima fácil e ainda
aponta quais são as situações favoráveis para o ataque.
No último tópico, o autor aconselha o
internauta: “Pode sair vazado, não vai dar em nada, tu é branco e estudante da
UFMG. A culpa irá cair em um daqueles mendigos que rondam o campus”.
Além dos absurdos
relacionados ao crime de estupro, o site ainda usa fotos de outras pessoas que
não têm participação na criação da página e também acabam se tornando vítimas.
Esse foi um problema enfrentado por um morador do Ceará.
No dia 15 de janeiro, ele foi
até a Delegacia de Defraudações e Falsificações do Estado e registrou um
boletim de ocorrência. No documento, ele afirma que fotos suas estão na página
e o nome dele é indicado como sendo o criador dos guias. Para piorar, o
denunciante afirma que está sendo ameaçado de morte e aponta o nome de um
suspeito.
A reportagem
de O TEMPO fez contato com assessoria de imprensa da Polícia
Civil (PC) do Ceará e foi informada que a denúncia relacionada ao site já foi
encaminhada ao Ministério Público e que o caso é investigado pela Polícia
Federal, que tem sua sede em Fortaleza.
Repercussão em Minas Gerais
Por meio da assessoria da PC,
o delegado da Delegacia Especializada de Investigações de Crimes
Cibernéticos, Daniel Rocha, informou que nenhuma ocorrência foi registrada em
Minas com relação ao site.
De acordo com o artigo 286 do
Código Penal, a incitação de crime tem pena que varia de três a seis meses de
prisão ou multa.
Por meio de
nota, a UFMG informou que tomou conhecimento do caso nesta terça-feira (22),
data em que foi procurada pelo Portal O TEMPO. Ciente do site, a Administração Central da UFMG
informou que solicitou à Procuradoria Jurídica que encaminhe denúncia e tome
todas as providências cabíveis contra a página por seu conteúdo explícito de
crimes de violência contra a mulher.
No comunicado, a universidade
“reafirma o seu compromisso com a diversidade, a liberdade de pensamento e o
debate democrático e repudia qualquer tipo de comportamento
discriminatório, seja ele de caráter machista, sexista, racista,
homofóbico, entre outros, que desrespeitem a dignidade humana”.
A Polícia Federal de Minas
também foi procurada, mas ainda não se manifestou.
Tema de redação
O desrespeito a mulheres
ganhou espaço no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo o tema da
redação “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
Como denunciar: