FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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publicado 19/02/2016
Política
Opinião
Rastros de ódio
JK viveu uma história similar àquela que hoje
envolve Lula.
Mas há outros exemplos
parecido com os métodos e os meios usados contra JK
O método geralmente funciona
em modo de revezamento. Quando não age em bloco, ora convoca os quartéis, ora
bate à porta da Justiça com o intuito de interromper a normalidade
constitucional.
Esses movimentos contam com o
apoio e o aplauso da mídia.
Assim tem sido o comportamento
dessas forças políticas. Intolerantes com as regras da democracia reagem
radicalmente quando perdem a disputa do poder pelo voto dos eleitores.
Essa história, já longa, tem
deixado um rastro de ódio na claudicante história da república brasileira.
Os insurgentes com todo o
apoio que possuem sofreram, porém, mais derrotas até aqui.
Mas quem os supera na disputa eleitoral paga preço alto.
Pagou Juscelino Kubitschek,
quando pretendia voltar à Presidência, e pagou João Goulart, que assumiu após a
renúncia de Jânio Quadros.
JK e Jango foram para o exílio.
Está pagando Lula, em seu nome e em nome de Dilma, pelas quatro
competições vencidas.
Querem ver na cadeia o ousado e desafiador metalúrgico.
O cerco de agora
ao ex-presidente Lula é, em quase tudo, parecido com os métodos e os meios
usados contra JK, acusado por “corrupção ativa e passiva”.
Após autorizar a construção da
ponte Brasil-Paraguai sem licitação, o presidente aumentou a reação dos
perdedores, a UDN essencialmente, cobrando o preço da derrota.
JK balançou, mas
não caiu e manteve o conhecido sorriso. O cerco ao ex-presidente Lula lembra em
quase tudo o sofrimento político de Kubitschek.
Quase por quê?
é que não agradam à casa-grande
A dimensão da suposta propina recebida por JK na ocasião tinha um valor muito maior do que
a soma, de hoje, do sítio em Atibaia e do triplex de um edifício plantado à
beira-mar na esmaecida Guarujá, em São Paulo: um prédio de oito andares, na
orla carioca. Mais precisamente na Avenida Vieira Souto, número 206, na
glamourosa Ipanema, no Rio de Janeiro.
JK teria favorecido também a
um empreiteiro ao não fazer licitação para a construção da ponte entre o Brasil
e o Paraguai. Foi investigado por “corrupção ativa e passiva” no âmbito do
Supremo Tribunal Federal.
Em 1971, no período mais
punitivo da ditadura militar, a Ação Penal 529/71 foi
arquivada na 5ª Vara Federal, no Rio, então Estado da Guanabara.
Votos dos ministros do STF
estão anexados ao processo. Eis um trecho da decisão do ministro Gonçalves de
Oliveira: “Não há indício de culpabilidade do presidente Juscelino Kubitschek.
De resto, os inquéritos foram feitos sem nenhuma garantia de defesa...”
Se não fosse cassado, JK teria
sido um candidato na eleição presidencial de 1965. Embora com viés político
diferente, a situação aproxima JK de Lula, um nome imbatível para a eleição de
2018.
Vão prender Lula ou vão cancelar a eleição de 2018?