FCO.LAMBERTO FONTES
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29 DE MARÇO DE 2016
FOOT HARDMAN: LAVA JATO
SERVIU
À SUBVERSÃO E
À TOMADA DO PODER
247 – Para Francisco Foot
Hardman, a Lava Jato serviu à subversão e à tomada do poder.
Leia abaixo seu artigo
sobre o assunto:
Agora tudo ficou claro.
Sergio Moro, o juiz-mor
da Lava Jato, queria só fazer jus ao título de grande agitador das massas.
Subversivo, para ninguém duvidar: o novo campeão da "agitprop".
Na Operação Lava Jato, a
perícia é instalar uma máquina inquisitória interminável, a serviço dos mesmos
poderes que já comemoram a próxima derrubada do governo e a destruição de seu
oponente mais difícil.
Aqui não se ouve, prende-se.
Aqui não se solta, extrai-se delação.
Aqui não se ajuíza, panfleta-se.
Que o
timing concatenado de seu vazamento fabricará a "verdade" do dia.
Eduardo Cunha,
presidente da Câmara, inventou as pautas-bombas para livrar a própria cara e
permanecer onde está. O juiz-mor faz da agitação processual sua bomba de efeito
moral, mesmo que às custas do atropelamento de qualquer legalidade. Contra os
agentes do poder estatal que se protegem na sombra, a sombra de um grampo
transparente em sua obscuridade.
Quando representantes
oficiais da Justiça assumem a ideologia da transparência total, que qualquer
aluno de primeiro ano de linguística sabe ser falsa, é certo que haverá tantos
outros interesses escusos, tantos outros partidarismos em trama.
Dos mitos redivivos da
"Mani Pulite" (mãos polidas, limpas) e de Watergate, mal se disfarça
a obsessão em fazer do inquérito um desfile de fases intermináveis em sua
nomeação/enumeração, que parecem ser pilar de uma instância autônoma do poder
policial-judiciário condenada a se propagar sem meta final, requisito de
qualquer investigação de interesse público.
A Lava Jato é o
"Processo" de Kafka feito para se eternizar, meta que agentes de uma
Justiça e uma polícia autorreferentes cobiçam como sonho autocrático. E que é
afinal populista, porque ancorada na publicidade extremada, na sensação dos
segredos palacianos expostos, na humilhação do ex-presidente Lula, que deve
voltar às origens de onde nunca deveria ter saído, para a sanha dos que não o
vencem nas urnas.
E
Brasília?
O país deve assistir
agora ao inusitado processo dirigido por um Congresso de réus, encabeçado por
duas figuras de forte matiz delinquencial – os presidentes da Câmara e do
Senado.
Isso não importa?
Para a bazófia oportunista do
grão-tucanato, certamente não. Mais vale um poder central na mão, nesse atalho
cômodo, no cálculo das poucas dezenas de deputados venais que faltam para o
butim, do que ter que correr atrás, daqui a dois anos, de mais de 50 milhões de
votos.
Aécio Neves, o
inconformado, o neto que faria Tancredo, o legalista, corar, trocou o programa
eleitoral que nunca teve pela sala de espera do impeachment.
Já o vice-presidente, Michel Temer, agora incensado pelos sonhos
igualmente golpistas de
José Serra, parece não ter o que temer.
A Fiesp o resguarda;
Cunha, réu unânime no STF (Supremo Tribunal Federal), idem.
Orquestrados,
todos.
E a Justiça populista
subversiva vai iludindo as massas ignaras com o mito do justiceiro contra o
dragão da corrupção: um caçador de marajás de capa preta. Já vimos esse filme
antes.
Michel Temer poderá
assim vestir a faixa que lhe cabe, não a de chacal, por favor, mas a de
pacificador popularíssimo como um bolero bolorento.
Se a política degenera,
pré-condição da emergência do fascismo de cada dia, de cada rua, isso já não é
com os técnicos da toga ou da pura propaganda. E as "Mani Pulite",
nessa lenda urbana do juiz-mor e de sua operação sem fim, vão se mostrando,
irremediavelmente, mãos polutas, calcadas naquilo que nenhum conceito de
justiça contempla: manipulação.
O resto se chama
tragédia brasileira.
Quem responde por ela
assim, convertida numa Grécia impensada, sem ruína e sem misericórdia?
28 DE MARÇO DE 2016
SAFATLE:
CONGRESSO VIROU
SINDICATO DE LADRÕES
O filósofo Vladimir Safatle afirmou, em
entrevista à TV Brasil, que o Congresso Nacional se transformou uma espécie de
"sindicato de ladrões"; para ele, a atual composição do parlamento
nacional não tem a menor condição de julgar um pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff; "Na comissão do impeachment, são 31 deputados
indiciados. Como alguém indiciado pode julgar uma presidente da república? Fora
que quem comanda tudo isso é o presidente da Câmara, que o procurador-geral da
República classificou como um delinquente", disse
247 - O filósofo Vladimir
Safatle afirmou, em entrevista à TV Brasil, que o Congresso Nacional se
transformou uma espécie de "sindicato de ladrões".
Para ele, a atual composição do parlamento nacional não tem a menor condição de julgar um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"O impeachment tem uma perspectiva golpista, O objeto da ação que motivou o pedido foi as pedaladas, o que é uma piada.
O Orçamento no Brasil
sempre foi uma peça de ficção.
Não tem uma pessoa do Executivo que possa continuar no cargo se as pedaladas forem consideradas", afirmou.
Ele diz que o ritmo de andamento do impeachment é "desesperado" e questiona a capacidade daqueles que estão liderando o processo.
"Na comissão do impeachment, são 31 deputados indiciados.
Como alguém indiciado pode julgar uma presidente da república?
Fora que quem comanda tudo isso é o presidente da Câmara, que o procurador-geral da República classificou como um delinquente", afirmou.
29 DE MARÇO DE 2016
CONTI:
DILMA NÃO ROUBOU
E SERÁ JULGADA POR
MUITOS LADRÕES
Para o jornalista Mario Sergio Conti, embora o
naufrágio soe inevitável, em suas últimas declarações, a presidente Dilma
Rousseff transmitiu a convicção de que é inocente; “Pode ter descumprido o que
prometeu. Pode ter maus bofes. Pode ter cavado a própria cova. Mas, num mundo
político esmerdeado de alto a baixo, Dilma não tem nódoa. Não roubou, e será
julgada por muitos ladrões”, diz
Leia mais:
LUIZ MOREIRA:
“É CLARA A TENTATIVA
DE SE DAR FORMA
JURÍDICA A UM GOLPE”
Ex-integrante do Conselho Nacional do
Ministério Público, jurista faz duras críticas ao STF - "tem-se mostrado
incapaz de entender seu papel como tribunal dos direitos fundamentais, como
tribunal contramajoritário" -, ao Ministério Público - "vejo com
pesar que o Ministério Público Federal tenha perdido seu caráter de vanguarda e
que tenha tão facilmente adotado o corporativismo como mote à sua atuação"
-, à condução da Lava Jato e ao processo de impeachment contra a presidente
Dilma; "Há em curso um projeto que estabelece supremacia do sistema de
justiça criminal sobre a democracia", diz
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28 DE MARÇO DE 2016
POCHMANN:
DEFENSORES DO GOLPISMO
ESCONDEM PROJETO
NEOLIBERAL
"A aprovação do impedimento do governo
Dilma imporá a uma parte significativa da população o retorno ao caminho da
exclusão, restabelecendo a sociedade da inclusão dos 2/3 no Brasil. Tal como o
espírito da sociedade dos brancos vigente no final do século 19, que aceitou
abolir a escravidão sem a necessária inclusão dos ex-escravos e suas gerações,
segue o objetivo golpista neste início do século 21", alerta o economista
Márcio Pochmann; segundo ele, a centralidade da oposição golpista é o gasto
público, adotando como argumento a necessidade de diminuir consideravelmente o
tamanho do Estado
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